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Olhar pro céu e pensar em nada |
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Pra poder sentar na areia da praia sem ninguém por perto |
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E tem que ter espaço para balancinhos |
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balancinhos, que meu pai vai fazer. Desses de madeira, pendurados entre duas árvores. |
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Aprender a suportar a nossa própria solidão. |
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Camila Lenk |
Este texto é de Camila Lenk uma amiga do face e que publica seus escritos no seu blog
Engaiolados
Sempre achei
estranha essa gente que tem medo do amor.
Daí que
tenho observado muitos casos de gente que não quer se entregar, gente que se
diz frustrada com os antigos relacionamentos, ou que quer ser livre, ou
ainda que tem medo ou receio dos seus próprios sentimentos.
E, afinal,
o que é ser livre?
Eu já fui
livre tantas vezes estando vinculada à alguém.
E já me senti presa tantas vezes estando “sozinha”.
Ouço gente
dizendo: "Quero ser solteiro, estou preocupado em ganhar dinheiro".
Há controvérsias. Conheço histórias de pessoas bem sucedidas que casaram precocemente. Souberam domar as
artimanhas desse desafio.
E que
graça teria uma casa grande e linda, sem alguém pra dividir essa
mansidão?
Ah claro,
precisamos das nossas particularidades. E também do momento solitário. Só
nosso. Pra poder sentar na areia da praia sem ninguém por perto. Olhar pro céu
e pensar em nada. Aprender a suportar a nossa própria solidão.
Mas ter
alguém que nos liberte de nós mesmos pode ser encantador.
Sempre imaginei
num futuro, uma casa baixa (odeio apartamento que me prive do sabor da
liberdade), com um terreno cheio de plantinhas e árvores. Árvores que eu
plantarei junto com meu parceiro e filhinhos. Com um lago, de água cristalina.
Sem peixinhos. Só a água purificada. E patinhos em volta.
E a casa
deve ser grande, sim, porque eu quero ter cachorros e dois filhos. E tem que
ter espaço para balancinhos, que meu pai vai fazer. Desses de madeira, pendurados
entre duas árvores. A casa será sempre cheia de sobrinhos.
No entanto,
os momentos a dois são necessários, revigorantes. Uma taça de vinho e uma
conversa saudável no final de um dia cansativo.
Há quem não
tem planos de amor. Esses planos de viajar juntos, morar juntos, de viver juntos,
de beijos no elevador, discussões fulminantes, mas sem quebrar quadros.
Quebrando raivas, apenas.
Nenhum
relacionamento vai ser igual ao outro. Cada pessoa, mesmo que parecida, é única.
Comparações são equivocadas.
O medo de amar é o pior dos medos! Não ama
porque quebrou a cara no relacionamento anterior? Não ama porque tem medo do replay ? Não ama
porque ficou frustrado com a última psicopata que apareceu na sua vida? Não ama
porque ele te traiu? Covardia!
O Medo pelo
menos reage, mesmo que ofuscado e receoso. A Covardia tem essa maneira só dela
de dar um passo e voltar. De voar sem cair. De aterrissar e não sair do lugar.
Quero viver
numa gaiola aberta. Uma gaiola que caibam dois. Uma gaiola com a placa:
"Seja livre, mas volte sempre que quiser".
Odeio gaiolas fechadas. Odeio tudo que engaiola o
vento e o sentimento.
A liberdade é meu refúgio. Mas o amor é quem
me acorrenta!
Camila
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Quero viver numa gaiola aberta. |