sexta-feira, 23 de setembro de 2011

UMA JÓIA EM S. ANTONIO

 Sua simplicidade lhe empresta um encanto especial. 

 Entramos e fiquei encantado com o que vi. 

 Entramos e fiquei encantado com o que vi. 


Quando entrares numa igreja dessas, tire seu chapéu e faça-o com muito respeito
 porque aí está o suor dos nossos pais, dos avôs...



Aldo Ziglio e Jandir Käfer


UMA JÓIA EM SANTO ANTÔNIO

 Já estive várias vezes em Santo Antonio de Castro. Algumas vezes de passagem, em festas ou bailes, quase sempre à noite. Uma igrejinha, aí perto do salão, sempre me chamou a atenção. Sua simplicidade lhe empresta um encanto especial. Jamais tive a oportunidade de ver o seu interior.
Então, na sexta feira, dia 16 de setembro, convidei o Jandir para um passeio a S. Antonio.
A igrejinha estava aberta. Entramos e fiquei encantado com o que vi.  A pesar de leigo na arte de pinturas, acho que, aí tem coisas de muito valor. Depois perguntei ao Aldo Zilio quem tinha feito aquelas pinturas. Disse-me que não sabia, mas que foram pintores de fora, talvez vindos da Itália.
É uma lástima ver essas pinturas se deteriorando. Segundo Aldo, foram feitas em duas etapas: As mais recentes foram pintadas por volta de 1975 e estão em estado razoável de conservação. As mais antigas, no entanto, já estão muito danificadas, quase irreconhecíveis.
Sei que a igreja foi tombada pelo patrimônio público do município e algumas coisas estão sendo feitas. Mas, com o abandono a deterioração do seu interior é evidente e um socorro urgente se faz necessário.
Foi construída em 1916. Aldo disse que seu pai Francesco Zilio ajudou a construí-la. Amassava o barro com os pés do qual se fazia tijolos. Depois eram cozidos num buraco feito na terra. Eram enormes e pesavam sete ou oito kg. Também ajudaram na construção seus tios José Zanon e Felipe Zanon, e muitos outros de quem não lembrava os nomes. Os profissionais vinham de fora e o pessoal local eram ajudantes.
Por todo esse nosso interior podemos encontrar essas relíquias. Algumas mais conservadas outras abandonadas e muitas, já derrubadas para dar lugar a templos modernos, muitas vezes quadrados de mau gosto, sem beleza estética.
Precisamos fazer um esforço para conservar essas relíquias por que são testemunhas da história de uma comunidade e do seu povo. São referências concretas e o seu valor está na história que encerram. Quando entrares numa igreja dessas, tire seu chapéu e faça-o com muito respeito porque aí está o suor dos nossos pais, dos avôs e de quem construiu o chão firme no qual, hoje, podemos pisar confiantes sem medo de desmoronar. A nossa história tem um valor incalculável por que ela é única e ninguém pode nos tirá-la. As nossas raízes são boas porque produziram um povo valoroso. Se destruirmos os nossos referenciais perderemos a nossa identidade que nos mostra quem somos e de onde viemos. Cito o que já escrevi em outras oportunidades:
Povo que não sabe da onde veio não saberá para onde ir”.


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