O PODER DA CANETA
Num jogo de campeonato, no município de Quinta Coluna do Sul, por força maior, o juiz não compareceu. Apesar de raro, o caso estava prevista no regulamento: Artigo Quatro, Parágrafo Único. Os capitães dos dois times, em comum acordo, escolheram alguém da comunidade para arbitrar. Havia, aí, um ex-atleta de conduta e moral ilibadas, e merecedor da confiança dos dois capitães. Todos: atletas, torcida e dirigentes confiavam na moral do cidadão.
Tudo transcorreu bem até que, aos trinta minutos do segundo tempo, aconteceu um lance polêmico na área do time da casa. O juiz puniu o lance com a pena máxima: pênalti.
(PRIMEIRA VERSÃO.)
Quem esteve no estádio viu, sem sombra de dúvida, que o zagueiro nem encostou no atacante, mas ele, vendo que não alcançaria a bola, jogou-se, no intuito claro de induzir a arbitragem ao erro. Houve um grande tumulto. O árbitro, com o objetivo claro de não ser acusado de favorecer o dono da casa, puniu seu próprio time com um pênalti inexistente. Foi tripudiado e xingado, e sua fama de cidadão honesto sofreu significativos arranhões. Esse cidadão teve uma atitude egoísta porque pensou mais nos interesses pessoais do que na lei que deve estar acima de tudo.
(SEGUNDA VERSÃO )
Quem esteve no estádio viu com total clareza que o zagueiro realmente deslocou o atacante na hora que ele se preparava para desferir o chute fatal. Como o árbitro era uma pessoa honesta e que coloca a lei do jogo acima da paixão, incontinenti, trilou o apito e com o indicador da mão esquerda(ele era canhoto) indicou a marca da cal. Foi tripudiado e xingado injustamente durante muito tempo na sua comunidade, mas mostrou que a honestidade, para ele, estava acima de qualquer paixão clubística. Ele é um homem de muito valor e digno de ser imitado.
Vejam, narrei o mesmo fato com dois enfoques. A imprensa, muitas vezes, não avalia a responsabilidade de informar e opinar com isenção.
Pois, eu mesmo não sei onde fica, caro escritor.
ResponderExcluirUm abraço.