segunda-feira, 8 de julho de 2019

AS LINDAS FILHAS DO MEU VIZINHO.

A brasilia de Serginho

Tia Clara colhendo laranjas









                   AS LINDAS FILHAS DO MEU VIZINHO.




Meu vizinho Fredo tinha uma porção de lindas moças. Depois do almoço elas gostavam de sentar ao sol na frente da casa para saborear bergamotas.
Era uma fria manhã de julho e o Serginho resolveu estrear sua brasilia.
Houve uma época em que a maior virtude que as mocinhas procuravam nos rapazes era estarem motorizados. Quando aparecia um rapaz, com automóvel, era logo paquerado e todas queriam namorar com ele.
Naquela época o Serginho devia ter seus dezoito anos. Como todos os rapazes, também, fez o possível e o impossível para comprar seu automóvel. De fato, um dia, conseguiu comprar uma brasília. Hoje a brasília é um carro ultrapassado, mas na época dava status. No primeiro fim de semana, no domingo de manhã, Serginho saiu para mostrar para as mocinhas a sua virtude mais cobiçada, a brasília. Todo prosa desfilou pela comunidade dirigindo com uma só mão e o outro braço apoiado sobre a porta. Tudo teria sido maravilhoso não fosse um contratempo.
 Justamente naquele domingo, Tia Clara estava colhendo laranjas para levar para casa, quando veio correndo, apavorada, e gritando: um acidente! Um acidente! Fui ver, era o Serginho com sua brasília. Atropelara a laranjeira onde a Tia colhia laranjas.
 Acontece que as três moças estavam sentadas no pátio e atraíram a atenção do mancebo. Quando voltou a prestar atenção na estrada viu que estava indo direto para um bueiro. Então, violentamente, virou a direção para trazer o carro de volta, só que, daí, cruzou a estrada e foi bater, no outro lado, na laranjeira onde a Tia Clara colhia laranjas.
 Logo juntou muita gente curiosa e então ajudamos pôr a brasília de volta pra a estrada. Por sorte ninguém se machucou e a brasília sofreu somente alguns arranhões.
 Antes de o Serginho partir Tia Clara, ainda muito nervosa, não perdeu a oportunidade para repreender o pobre rapaz que cabisbaixo ouviu todos os impropérios da Tia.  Depois, mais calma, recomendou-lhe que tivesse mais cuidado ao dirigir automóvel. 
Quando o Serginho já tinha  partido olhou para papai e disse:
- O automóvel nas mãos desses jovens irresponsáveis se torna uma arma perigosa.
As moças do meu vizinho, hoje, estão casadas e quando lembram o fato dão risadas gostosas.
O Serginho é um rapaz muito querido pelas pessoas que convivem com ele. Foi meu aluno e é um amigo muito especial.


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