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domingo, 16 de fevereiro de 2014

O ENCAIXE - Um simples "psiu"





A paz é o encaixe

Quando as coisas se encaixam então você está na paz

Você precisa de nada mais que um “psiu”



O ENCAIXE
Um simples “psiu”


O que significa um “psiu” para você? Provavelmente, nada mais que um “psiu”.
O poeta se vale de rimas e palavras que, estrategicamente, colocadas num texto se tornam arte, emocionam e causam enlevo. O músico usa a melodia, a harmonia e o ritmo para encantar plateias e despertar sentimentos. Todo artista se vale de instrumentos para se expressar.
Você precisa de nada mais que um “psiu”. Um simples e onomatopaico “psiu”.
 A tua simplicidade me encanta e me comove. Ela denota a grandeza da tua alma. A tua arte não está no verbo nem no requinte; está no coração. Não precisas de grandes obras. Um simples “psiu” pode ser música, poesia, ressurreição. Pode ser um ato de amor, pode ser salvação, levar às lágrimas. Pode levantar quem está prostrado, aniquilar preconceitos.
Para perceber a beleza das coisas pequenas do mundo que nos rodeia precisamos tornar-nos pequenos, desarmar o nosso espírito e educar nossa alma para que se torne sensível. As grandes obras nascem na simplicidade.
Texto um tanto enigmático? Poucos o entenderão em toda a sua extensão.  Porém, por mais ficcionista que pareça, com certeza, algum aspecto há de encaixar-se na realidade da sua vida. E o encaixe é algo maravilhoso. A paz é o encaixe. Quando as coisas se encaixam então você está na paz.  E então, quando acordar, na manhã seguinte, ficará surpreso ao se dar conta de que nem precisou do seu comprimido para dormir. Isso é a paz.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

MEU REFUGIO

o silêncio aos poucos cedendo lugar ao canto dos pássaros
Tenho um chalé e no chalé há uma sacada onde tomo meu chimarrão matutino






O meu refúgio.


        
            Tenho um chalé e no chalé há uma sacada. O Getúlio sabe que lá tomo meu chimarrão matutino. Assim como o Getúlio, muitos outros, os madrugadores, sabem também.
            Levantar cedo é muito lindo. Antes do sol, é a parte mais bonita do dia. É um pouco sacrificado, pois muitas vezes, a cama convida para ficar mais um pouco. Porém, ai você precisa ser forte porque a recompensa não tarda. Curtir a paz daqueles momentos, assistir a natureza despertando, o silêncio aos poucos cedendo lugar ao canto dos pássaros, primeiro um, depois mais, e mais, até completar a orquestra toda, executando a sinfonia maravilhosa do despertar do dia. E o Getúlio sabe de tudo isto. E também os madrugadores, como o Egídio.
Esta recompensa você terá todos os dias. Porém há dias em que pode haver recompensas adicionais. Assim foi para mim no dia 15 de março de2009. Uma TUPIK, vinda do lado de Canoinhas, passou na frente do meu chalé. Em seguida parou, deu uma ré e estacionou bem em frente a minha sacada. E ai uma linda mulher pôs a cabeça para fora da janela e quis saber o caminho para Bento ou Farroupilha. Estavam perdidas, vinham do Baile da Batata de Coblens. Daí olhei mais detalhadamente para dentro da TUPIK e vi muitas mulheres jovens e lindas. Acho que também tinha homens. Eu só vi as mulheres.
Um momento tão casual quebrando a rotina da solidão na minha sacada parece ser algo tão pequena e insignificante. Talvez, nunca mais saberei das pessoas que compartilharam este momento comigo. Ou, quem sabe, um dia, leiam este artigo e lembrarão que estavam perdidas e alguém lhes ajudou a encontrar o caminho de casa. Só porque tenho um chalé e no meu chalé tem uma sacada. O Getúlio sabe e alguns madrugadores também.
Algo tão pequeno! Mas é com as coisas pequenas, como se fossem tijolos, que construímos o edifício da nossa existência.
Quando iam partir perguntei se o baile estava bom. Não tenho certeza se eu realmente queria saber. Acho que somente quis prolongar, um pouco mais, esse momento mágico e fugaz. Mesmo porque quem conhece o evento e a competência do povo de Coblens para organizá-lo sabe que o baile, novamente, foi um sucesso.
Se você tem um chalé e uma sacada, experimente. É maravilhoso.   
                                            




segunda-feira, 3 de setembro de 2012

AKAHOLA

AKAHOLA 
A paz aviltada



 partiu, com sua amada, em busca de um novo lugar 





 Akahola nasceu num vale verdejante cercado por altas montanhas


AKAHOLA

 

 

Akahola nasceu num vale verdejante cercado por altas montanhas que no inverno se vestiam de um branco intenso. Quando cresceu, tornou-se um homem forte, saudável e generoso. Conheceu uma linda jovem e a escolheu para sua companheira. No entanto, a caça, outrora abundante, se tornara escassa. Havia gente demais para o tamanho do vale. Por isso partiu, com sua amada, em busca de um lugar para si. Após dias de caminhada encontrou uma caverna desabitada e a adotou para seu abrigo. Ajudado pela companheira fez dela um lar aconchegante e confortável. Havia caça em abundância, e um manto tênue de paz pairava sobre o lar de Akahola.

Agora já dois filhos enchiam de alegria o coração do casal. Tudo era perfeito e maravilhoso até que dois homens o atacaram para lhe tomar o abrigo e a companheira. A paz fora ferida mortalmente pela ganância e pela inveja dos invasores.

Estamos vivendo uma época em que a paz está ameaçada. Nas comunidades, grandes ou pequenas, os ânimos se acirram. Muitas vezes, o entendimento precisa ceder seu espaço para a discórdia, o bom senso para a ignorância e o equilíbrio para a insensatez. O caminho que convergia para o mesmo destino agora se abre numa bifurcação. Os protagonistas desta situação tentam sorrir o tempo todo, mas, por vezes, não conseguem esconder o ódio que os consome.  

Akahola foi vítima da inveja e da ganância. Por aqui os adversários se digladiam com ofensas pessoais e agressões, muitas vezes, movidos pelo interesse pessoal de garantir um lugar sob a sombra generosa do poder público.

Através desta coluna faço um apelo pela paz. Afinal, somos todos brasileiros. Que a política não ponha abaixo a harmonia entre irmãos dentro das nossas comunidades, muitas vezes, conseguida a duras penas.