segunda-feira, 18 de novembro de 2013

MEU REFUGIO

o silêncio aos poucos cedendo lugar ao canto dos pássaros
Tenho um chalé e no chalé há uma sacada onde tomo meu chimarrão matutino






O meu refúgio.


        
            Tenho um chalé e no chalé há uma sacada. O Getúlio sabe que lá tomo meu chimarrão matutino. Assim como o Getúlio, muitos outros, os madrugadores, sabem também.
            Levantar cedo é muito lindo. Antes do sol, é a parte mais bonita do dia. É um pouco sacrificado, pois muitas vezes, a cama convida para ficar mais um pouco. Porém, ai você precisa ser forte porque a recompensa não tarda. Curtir a paz daqueles momentos, assistir a natureza despertando, o silêncio aos poucos cedendo lugar ao canto dos pássaros, primeiro um, depois mais, e mais, até completar a orquestra toda, executando a sinfonia maravilhosa do despertar do dia. E o Getúlio sabe de tudo isto. E também os madrugadores, como o Egídio.
Esta recompensa você terá todos os dias. Porém há dias em que pode haver recompensas adicionais. Assim foi para mim no dia 15 de março de2009. Uma TUPIK, vinda do lado de Canoinhas, passou na frente do meu chalé. Em seguida parou, deu uma ré e estacionou bem em frente a minha sacada. E ai uma linda mulher pôs a cabeça para fora da janela e quis saber o caminho para Bento ou Farroupilha. Estavam perdidas, vinham do Baile da Batata de Coblens. Daí olhei mais detalhadamente para dentro da TUPIK e vi muitas mulheres jovens e lindas. Acho que também tinha homens. Eu só vi as mulheres.
Um momento tão casual quebrando a rotina da solidão na minha sacada parece ser algo tão pequena e insignificante. Talvez, nunca mais saberei das pessoas que compartilharam este momento comigo. Ou, quem sabe, um dia, leiam este artigo e lembrarão que estavam perdidas e alguém lhes ajudou a encontrar o caminho de casa. Só porque tenho um chalé e no meu chalé tem uma sacada. O Getúlio sabe e alguns madrugadores também.
Algo tão pequeno! Mas é com as coisas pequenas, como se fossem tijolos, que construímos o edifício da nossa existência.
Quando iam partir perguntei se o baile estava bom. Não tenho certeza se eu realmente queria saber. Acho que somente quis prolongar, um pouco mais, esse momento mágico e fugaz. Mesmo porque quem conhece o evento e a competência do povo de Coblens para organizá-lo sabe que o baile, novamente, foi um sucesso.
Se você tem um chalé e uma sacada, experimente. É maravilhoso.   
                                            




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