HISTÓRIAS DA NOSSA HISTÓRIA – Arroio Canoas
Em geral, os nomes das localidades surgem informalmente. Através do uso, aos poucos, vão se tornando populares até que sejam reconhecidos oficialmente.
Assim, aconteceu com Arroio Canoas.
Quem me contou foi Pedro Käfer que, mesmo antes da ocupação, esta localidade já tinha o seu nome. Contou-me Pedro que alguns moradores da região de Linha Clara, hoje município de Teotônio, descobriram que por estas paragens havia uma enorme Timbaúva. A madeira da timbaúva é leve e resistente, própria para construir canoas. Resolveram apossar-se daquela árvore, (as terras ainda não tinham dono), para fazer canoas. Como seria impraticável levar a enorme árvore para casa, resolveram construir, aqui mesmo, as canoas. Com certeza, vinham trabalhar e pernoitavam por aqui durante algumas noites. Então, quando queriam se referir a este local diziam: “lá nas canoas”. Aos poucos, ficou só Canoas e o Arroio foi-lhe acrescentado, talvez, porque, realmente, aqui existe um arroio e provavelmente foi por esse arroio que escoaram as canoas.
Aldo Migot, no seu livro História de Carlos Barbosa,cita Jean Roche que no seu livro “A Colonização Alemã no Rio Grande do Sul” reproduz um mapa sobre as terras particulares no vale do Rio Caí, em que a “Linha Canoas” aparece como tendo sido fundada em 1878 por Einloft.
Portanto o nome de Arroio Canoas “Linha Canoas” é anterior à chegada dos primeiros colonos, pois Pedro Käfer, o pioneiro, chegou somente em 1895.
O nome científico da timbaúva é “Enterolobium Contortisiliquum”. Fornece uma madeira muito leve, portanto própria para a fabricação de pequenas embarcações como Caicos e canoas. Lembro que meu pai, Giocondo Chies e outros faziam gamelas com cedro ou com timbaúva.
A timbaúva ocorre desde o Pará até o Rio grande do Sul. Suas sementes estão alojadas em vagens que se parecem com orelhas de macacos e por isso, popularmente, a árvore é conhecida, em alguns lugares, como orelha de macaco. Quando criança lembro que juntávamos estas “orelhas de macaco” para brincar.
Esta é mais uma história que devemos ao Pedrinho que morreu com 102 anos e ficou lúcido até alguns meses antes de morrer. Visitava-o seguidamente e muitas das histórias de “antigamente” foram-me contadas por ele.
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