REX |
JAIR ROYER
O piloto
Aconteceu numa época em que os casais
tinham muitos filhos. Na família de Arsênio Royer e Norma também foi assim. Era
uma escadinha de 9 filhos e todos em casa. De manhã, escola e de tarde, roça.
Depois do meio dia, o casal costumava
tirar uma sesta. Nesta hora a tropinha ficava livre quando não tinha algum
castigo a cumprir. Seguidamente, alguém, ou todos tinham que
arrancar caxumba no pátio.
Agora, você imagina essa gurizada toda reunida, as tantas coisas que inventavam.
Naquele dia resolveram atrelar o Rex
ao carrinho de lomba. Rex era um cachorro enorme, mas o que ele tinha em
tamanho ele também tinha em preguiça. Lá se dizia que ele não deitava, ele se
deixava cair.
Pois bem, o Rex deveria puxar o
carrinho de lomba com alguém pilotando.
Com a corda que o pai usava nos bois (die lein) conectaram o cachorro ao carrinho de lomba.
Agora faltava um piloto voluntário.
O Jair, o menor de todos, se apresentou para a façanha. Todos concordaram
porque era o mais leve e por isso o mais indicado para a tarefa. João e Jacó seguravam
o Rex enquanto Jair se preparava para ocupar seu posto. As meninas também
participaram incentivando o Rex.
Quando Juca, que era o mais velho e comandava
toda a operação, recebeu o “OK” do Jair, ordenou:
Soltem o Rex!
O cachorro parece que não entendeu o
espírito da brincadeira. Meio encabulado, de cabeça baixa, se deitou. O Gerson
sugeriu largar uma galinha na frente para ver se ele se dignava a persegui-la.
A reação foi a mesma. Nenhum movimento.
A estas alturas o casal já havia levantado e, sentados na área, tomavam chimarrão. Estavam curiosos com o
desenrolar e o desfecho da brincadeira. Então Seno sugeriu:
- Gehd holt die
Katz! (vão pegar o
gato!) Logo o Carlos chegou com o bichano em baixo do braço. Agora sim o Rex estava
excitado.
O pequeno Jair se agarrou, com força,
no carrinho e ele mesmo deu a ordem:
-Soltem o gato!
Aí o cachorro saiu a perseguir o gato
numa disparada maluca puxando atrás de si o carrinho de lomba pilotado pelo
pequeno Jair, de olhos arregalados e gritando desesperado sem saber ao certo o que
estava acontecendo. Seno e Norma saíram correndo, preocupados com o desfecho da
brincadeira.
O gato pulou o murinho de pedras do
parreiral e o Rex atrás até que o carrinho bateu violentamente no muro
despedaçando-se todo. O cachorro libertou-se da corda que o mantinha preso ao
carrinho e continuou a perseguir o gato que se salvou subindo numa laranjeira
logo acima.
Jair, por sorte, sofreu somente
alguns arranhões.
Afinal, ainda acabou bem o que podia
ter custado muito caro.
Se você duvida da veracidade desta história
então espere um dia encontrar-se com Jair. Procure por uma cicatriz no seu
rosto logo acima do nariz entre as duas sobrancelhas. A prova é irrefutável.
Kkkk, com alguns pequenos enxertos de um bom historiador, o resto é verídico.
ResponderExcluirO Rex também rasgou a calça do querido padrinho Lindolfo quando realizava um trabalho de construção lá em casa, por sorte não pegou suas nádegas.
O Pastor alemão gigante ficava numa corrente no paiol, defendia os escritos a carvão na parede de madeira, das vendas efetuadas para a familia Hentz…. Única a possuir um caminhão…..Kkkk