segunda-feira, 1 de março de 2021

HUWELBANK Bancada de Marceneiro





                                                           antiga trilhadeira tocada a mão


 

 

 

 

HUWELBANK

Bancada de Marceneiro

 

 

Você sabe o que é um “huwelbank”? Em alemão gramatical, “tischlerbank ou hobelbank” e em português bancada de marceneiro.

 Aloísio Ludwig, hoje falecido, morava em Boa Vista, município de Poço das Antas. Ele era um marceneiro talentoso fazendo brotar de suas mãos hábeis toda sorte de utensílios.  Ludwig me contou que um dos equipamentos mais úteis para o seu trabalho era o “huwelbank”.

 Ludwig Alvis, assim era conhecido em Boa Vista, trabalhou por muitos anos na marcenaria do pai. Fazia carretas, pipas, cangas, canzis, bancadas de marceneiro e toda sorte de objetos de madeira que os colonos encomendavam. Me contou que fabricou mais de vinte bancadas “huwelbänke”. Para fabricá-las usava um modelo que com certeza os imigrantes trouxeram da Alemanha pois é um equipamento muito comum nas colônias alemãs.

Tenho aqui em casa um equipamento desses. Segundo Nelson Ludwig, esta bancada já deve ter mais de cento e cinquenta anos. Ela pertencia a seu pai e antes a seu avô Pedro Ludwig. É um equipamento simples, porém de muita utilidade para profissionais do ramo de madeira. Muitos colonos, principalmente da região alemã, tinham um “huwelbank”. Servia para prender a madeira e aplainar um cabo de enxada ou executar tarefas das mais variadas.

 Antes dos eletroeletrônicos modernos foram inventadas verdadeiras maravilhas. São instrumentos fabricados há mais de cem anos e que ainda funcionam perfeitamente.

. Na casa de Astor Haupenthal, hoje falecido, vi um apetrecho para picar fumo. Havia aí, também, um utensílio para moer batatas e outros tubérculos, um moedor de café “kafimihl” que os colonos utilizavam para moer pimenta, canela e etc. Tenho uma vitrola que comprei de Fridalina Ludwig sob a condição de não a repassar a outras pessoas com fins lucrativos.

Se pudéssemos dar uma espiadinha no mundo de trinta anos atrás, certamente os jovens se perguntariam:

-Como essa gente conseguia viver?

Época em que não havia máquina de lavar roupa, celular, computador, ceifadeira, trator. Lembro de quando as terras eram aradas com juntas de bois. O automóvel é coisa recente. Meu pai viajou, a cavalo, mais de quarenta Km para visitar um tio que morava em Lajeado.

Inventos que foram úteis há trinta anos, hoje são obsoletos.

Há nisso tudo um paradoxo. As modernas máquinas nos libertaram de muitas tarefas. Deveria haver mais tempo para ocupações sociais e lúdicas, porém, sabemos que não é assim. Estamos sempre correndo, sempre atrasados. A desculpa mais em moda hoje é:

- “Não tenho tempo.”

 

 

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