domingo, 7 de fevereiro de 2021

O TEMPO Um paradoxo




O TEMPO

Um paradoxo

 

É muito comum as pessoas alegarem falta de tempo para qualquer atividade fora de sua rotina.

No entanto, é absolutamente certo que todos temos vinte e quatro horas por dia à nossa disposição. A questão é se organizar. Provavelmente, quem sempre alega falta de tempo, se tivesse várias horas a mais por dia ainda assim continuaria com falta de tempo.

A natureza foi generosa com o ser humano. Pertencemos a uma espécie privilegiada. Temos atributos que, de longe, nos diferenciam de qualquer outra criatura que habita esse planeta.

 Fazendo uso de nossas aptidões procuramos, na natureza, quem nos pudesse facilitar a vida e a sobrevivência. Desde as cavernas aos dias de hoje a caminhada foi longa. Neste tempo todo, a humanidade foi acumulando conhecimentos passados de geração a geração que, no início, tinham que ser guardados na memória. Depois inventamos a escrita, os livros, e hoje, equipamentos virtuais que armazenam os conhecimentos de toda a humanidade podendo ser acessados por qualquer pessoa usando um pequeno aparelho que carregamos no bolso e que chamamos de celular.

Os avanços, no começo, eram lentos, porém, atualmente, adquiriram uma velocidade tal que fica difícil acompanhar as inovações constantes. Mal nos acostumamos com uma tecnologia e já uma nova bate em nossa porta.

Eu me lembro de um tempo em que se colhia milho a mão. Arroz, feijão, lentilha e trigo eram trilhados com mangual.

 Assim poderíamos citar centenas de situações que exigiam muita mão de obra o que, em poucos anos, se modificou radicalmente.

A máquina nos libertou de tarefas penosas, arriscadas e insalubres substituindo, com vantagem, a mão de obra humana. Imagine quantas pessoas seriam necessárias para colher as enormes plantações de soja ou trigo. O homem, se valendo da inteligência e dos conhecimentos acumulados por gerações, fabrica máquinas com as quais um trabalhador sozinho faz mais do que centenas de camponeses fariam com foicinhas, arados de boi, enxadas etc.

A agricultura é somente um exemplo onde a máquina substitui a mão de obra humana. Consideremos a indústria, o comércio, o transporte, o armazenamento de dados. Quantas pessoas seriam necessárias fazendo cálculos, redigindo documentos e contratos, manuscrevendo livros.

Mas, apesar de as maquinas fazerem grande parte das nossas tarefas, vivemos correndo. A vida moderna é agitada e nunca temos tempo. Os antigos se davam ao luxo de um papo com o vizinho, um diálogo com a esposa ou com os filhos, um encontro com amigos.

Parece que quanto mais as máquinas nos substituem nas nossas atividades profissionais mais atribuições a vida nos impõe. Se elas fazem o nosso trabalho então mais tempo deveria sobrar para as atividades extraprofissionais. No entanto, o que acontece é justamente o contrário. Isso é um paradoxo.

 

 

 



 

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