graxaim |
vi fezes de algum animal selvagem, provavelmente um graxaim. |
flor de pata de boi |
Osmar |
semente de pata de boi |
uva japonesa |
A DISSEMINAÇÃO DAS ESPÉCIES II
A natureza é sábia. Se observarmos com atenção as coisas que
nos rodeiam podemos ver como ela se utiliza de artifícios surpreendentes para
procriar e disseminar as espécies. Assim, a flor produz o néctar não com a intenção
generosa de alimentar abelhas ou nos fornecer o saboroso mel, mas com o único intuito
de atrair os insetos que, enquanto se alimentam, também, levam o pólen de uma
flor à outra fecundando-a.
Há alguns dias, ao
caminhar por aí, vi fezes de algum animal selvagem, provavelmente um graxaim.
Com surpresa observei que havia grande quantidade de sementes de uva japonesa.
O animal comeu o fruto, mas juntamente engoliu as pequenas sementes que depois germinarão
dando origem a uma nova planta em algum lugar, muitas vezes, distante da árvore
mãe. Nada é planejado ou premeditado. O animal se alimenta do fruto e sem se dar
conta retribui a gentileza disseminando a espécie.
Algumas espécies utilizam outras estratégias. Suas
sementinhas são dotadas com uma espécie de paraquedas. Vem o vento e as leva
para lugares, muitas vezes, distantes.
No início da primavera, quando passamos por uma árvore de “pata
de boi”, podemos escutar os estalos das vagens que, ao abrir, lançam as
sementes a uma considerável distância. Primeiro se ouve o estalo e em seguida
as sementes caindo.
Nas espécies vegetais essas estratégias de disseminação são
muito comuns e necessárias por serem espécies sem mobilidade. Entre os animais
isso é mais raro. No entanto, creio que algumas aves pescadoras fazem esse
trabalho quando se alimentando de peixes com ovos já maduros. Como se explicaria
a presença de peixes em pequenos riachos que para terem acesso teriam que subir
por cascatas enormes.
Um dia desses, meu amigo Horário me ligou. Encontrou, no seu
açude, varias ostras. Como essas ostras poderiam ter chegado ao açude?
A natureza age no silêncio, sem pressa e sem alarde.
Quando você se
encontra numa floresta então poderá ouvir o verdadeiro silêncio. Mas essa
aparente inatividade é somente ilusão. Na floresta há vida em abundância. As
árvores incessantemente estão crescendo. Há um mundo microscópico e uma
diversidade de seres vivos e cada um cumprindo com sua função. As leis da
natureza na floresta selvagem são obedecidas rigorosamente. Aí a natureza é
soberana. Somente o homem, através do seu livre arbítrio, é capaz de ferir esta
ordem natural.