terça-feira, 15 de julho de 2014

UM INCÊNDIO NA CASA DE KOFETSCHEN

Alberto kohhan (Kofetschen) por volta de 1968


provavel localizaçao da casa de Alberto
Professor Pedro Kohhan, pai de Alberto
Fazia de tudo: artesanato... Bau feito por alberto.Pertence a Arsenio Royer
                        Observem a perfeiçao dos encaixes.
Amalia, esposa de Alberto








UM INCÊNDIO NA CASA DO KOFETSCHEN

O nome dele era Alberto kohhan e era casado com a Amália Henzel kohhan(das mohlschen). Não eram anões, mas tinham uma estatura muito baixa, talvez um metro e meio. Se considerarmos a altura dos dois poderíamos dizer que foram feitos um para o outro.
Quem me contou a história foi Arsênio Käfer que esteve em Arroio a convite de Amélia Käfer Royer que fez uma festa para comemorar seus oitenta anos. Disse Arsênio que estava na roça quando viu as labaredas e a fumaça subindo. Quando chegou o fogo já havia consumido quase toda a casinha, uma barraquinha velha cheia de frestas. Os dois haviam saído e deixaram as crianças em casa. Ninguém se feriu, graças aos mais velhos que tiraram os pequenos de dentro de casa deixando-os a salvo. A comunidade, generosamente, construiu uma nova casinha agora melhor e mais confortável.
Alberto era um homem excepcionalmente hábil e inteligente. Fazia de tudo: artesanato, cantava no coral do seu pai, trabalhava na roça, mas a atividade que lhe dava destaque era os foguetes que fabricava. Aprendera o oficio do seu pai, Pedro Kohhan, que era professor na comunidade. Pedro não foi bom professor apesar de ter sido um homem muito inteligente. Ele era muito preguiçoso, disse Arsênio. Na verdade não era preguiça, era falta de vocação para o magistério. Foi dele que Alberto herdara a inteligência. Quando Pedro faleceu deixou para seu filho Alberto a fórmula de fabricar foguetes. O incêndio que destruiu sua humilde casinha destruiu, também, todo o material da fabriqueta e a fórmula que Alberto recebera do pai. Por isso, teve que reinventar uma nova fórmula. Quando D. Vicente Scherer, nosso Bispo, veio visitar a capela foram largados os primeiros foguetes feitos a partir da nova fórmula. Conta Arsênio que os foguetes não subiam. Davam voltas entre o povo até que explodiam. Quando perceberam as falhas suspenderam os foguetes antes de a comunidade ter de passar pelo vexame de algum deles atingir o bispo.
Alberto morava onde hoje passa a estrada que vai do Sagrado até Cobléns, próximo a divisa dos municípios de Barão e Carlos Barbosa. Fui até o local para procurar vestígios da casa mas nada mais pude encontrar.
Assim como Alberto, muitos talentos se perdem por aí por falta de oportunidade. O princípio que fazia os foguetes do (Kofetschen) subirem era o mesmo que mais tarde foi utilizado para enviar foguetes para o espaço e para a lua. Somente o combustível utilizado era diferente.

Um comentário:

  1. Prezado Laurindo! Bela recordação do Alberto vinha todas as noites na casa de meu pai Vitorio tomar o aperitivo apos o trabalho na serrraria que ficava no extinto matadouro do Moschetta. Temos duas mesas (na casa postada por ti de Jaco Klein) feitas sem pregos. Tambem consertava relogios.

    Fradique Chies

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