Casa comercial de Jacó Edmundo Klein,
sogro de Celso.1927
DER GESCHEFTSMANN
Em todos os idiomas existem palavras que
encerram uma força de expressão própria. São vocábulos intraduzíveis. Assim, é a
palavra “GESCHETSMANN” no alemão. A tradução literal é “homem de Negócios”, mas
o “Geschetsmann” era muito mais do que isso. Geralmente, tinha mais instrução
que os colonos, sabia falar bem o português e, muitas vezes, possuía o único
automóvel na comunidade, portanto, também, taxista para as emergências. Havia
uma relação de confiança entre ele e seus fregueses. Não titubeava em vender a
prazo, pelo tempo que fosse necessário, quando um colono passava por
dificuldades. Esses comerciantes desempenhavam um papel importante nas suas
comunidades porque, além da relação comercial, eram, também, conselheiros,
intérpretes, avalistas e até advogados. Em geral, eram homens honrados e vistos
como exemplos de retidão e honestidade. Claro que em troca disso ganhavam muito
dinheiro, o que não incomodava os colonos por que sabiam que um Gescheftshaus
(casa comercial) forte também os beneficiava por que lhes garantia um bom
sortimento de produtos para comprar e oportunidade de venda das suas colheitas.
Em Arroio Canoas, tivemos um homem assim. Chamava-se
Celso Mombach. Antes dele, a casa comercial pertencia a seu sogro que
construíra um belo prédio para esta finalidade. A propriedade, hoje, pertence
aos herdeiros de Vitório Chies e serve de moradia a Lenita.
Celso herdara de Klein,
seu sogro, um comércio próspero. A casa comercial crescia de modo que quem quisesse
comprar, lá encontrava um sortimento muito grande de produtos, desde material
de construção até miudezas.
Conversei com algumas
pessoas para confirmar a imagem positiva que eu tenho de Celso. Helma Hänich
falou assim:
-Ele foi um bom homem.
Lembro dele com saudade. Jamais deixou de acudir alguém necessitado. Nelcido
disse:
- “Ele foi um homem nota
dez. Claro que era muito cuidadoso com seu negócio, mas jamais foi desonesto.”Alério
Bassegio me contou que eles, “a família Basei”, eram vizinhos dele. Após o meio
dia vinha tomar chimarrão na sombra das árvores. Adorava contar histórias e ria
às gargalhadas. Fumava palheiros, mas sempre tinha fumo amarelinho, e fazer seu
cigarro obedecia a um ritual e seu palheiro era uma verdadeira obra de arte.
Infelizmente, para Arroio
Canoas, foi chamado para Barão para substituir seu sogro que foi morar em Porto
Alegre.
Morreu muito cedo, com 50 anos, porém, tempo
suficiente para nos deixar um legado de trabalho, honestidade e alegria. Era
casado com Irma Klein Mombach e tiveram quatro filhos: Amadeu, Marisa, José
Alberto e Vera Terezinha.
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