segunda-feira, 7 de julho de 2014

CRUELDADE COM UM MACACO

Correntinha que Alvis ainda guarda. Estava encrustada na forquilha da árvore

Veja a natureza. O cipó foi envolvido pela árvore

Crueldade com o bichinho

A correntinha que prendia o macaco, depois de mais de cinquenta anos










CRUELDADE COM UM MACACO


Quando o Alvis ainda era um piá, os Gräf, de Coblens, tinham um macaco domesticado. Ele fora capturado ainda filhote quando sua mãe foi morta por um caçador. E para que ele não fugisse mantinham-no preso a uma corrente. Deram-lhe leite com mamadeira e ele se criou forte e saudável. 
Certo dia, o macaco, quando já adulto, fugiu com a corrente presa no pescoço. Procuraram pelos matos da redondeza durante vários dias e nada mais puderam encontrar.
Muitos anos depois, num domingo de manhã,  o Alvis, quando já adulto e casado, foi caçar pombas. Na época, as pessoas não tinham, ainda, a consciência ecológica como hoje e era muito natural caçarem-se pombas e outros passarinhos pelos matos da redondeza. De repente, viu algo inusitada. Presa na forquilha de uma árvore e já incrustada no tronco uma correntinha. O Alvis conta que, quando viu a correntinha, lembrou-se, imediatamente, do macaco fujão que havia acontecido há tantos anos. Certamente, pulando de galho em galho, a corrente ficou presa naquela forquilha e o macaco morreu enforcado.
Segundo o meu entendimento, toda a domesticação é um ato de violência. Seja um passarinho preso numa gaiola, um boi puxando o arado, um cachorro, um gato ou qualquer animal. Retiramo-lo do ambiente para o qual fora criado. Muitos animais estão tão condicionados que já não sobreviveriam sozinhos na natureza.
Quando o Alvis viu aquela correntinha incrustada naquela forquilha, imediatamente, o passado distante veio à tona.
A natureza nos presenteou com esse dom maravilhoso que é vital para a nossa sobrevivência.
A nossa memória é algo fantástico.  


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