Correntinha que Alvis ainda guarda. Estava encrustada na forquilha da árvore |
Veja a natureza. O cipó foi envolvido pela árvore |
Crueldade com o bichinho |
A correntinha que prendia o macaco, depois de mais de cinquenta anos |
CRUELDADE
COM UM MACACO
Quando o Alvis ainda era um piá, os
Gräf, de Coblens, tinham um macaco domesticado. Ele fora capturado ainda
filhote quando sua mãe foi morta por um caçador. E para que ele não fugisse
mantinham-no preso a uma corrente. Deram-lhe leite com mamadeira e ele se criou
forte e saudável.
Certo dia, o macaco, quando já adulto,
fugiu com a corrente presa no pescoço. Procuraram pelos matos da redondeza
durante vários dias e nada mais puderam encontrar.
Muitos anos depois, num domingo de
manhã, o Alvis, quando já adulto e casado, foi caçar pombas. Na época, as pessoas não
tinham, ainda, a consciência ecológica como hoje e era muito natural caçarem-se
pombas e outros passarinhos pelos matos da redondeza. De repente, viu algo
inusitada. Presa na forquilha de uma árvore e já incrustada no tronco uma
correntinha. O Alvis conta que, quando viu a correntinha, lembrou-se,
imediatamente, do macaco fujão que havia acontecido há tantos anos. Certamente,
pulando de galho em galho, a corrente ficou presa naquela forquilha e o macaco
morreu enforcado.
Segundo o meu entendimento, toda a
domesticação é um ato de violência. Seja um passarinho preso numa gaiola, um
boi puxando o arado, um cachorro, um gato ou qualquer animal. Retiramo-lo do
ambiente para o qual fora criado. Muitos animais estão tão condicionados que já
não sobreviveriam sozinhos na natureza.
Quando o Alvis viu aquela correntinha
incrustada naquela forquilha, imediatamente, o passado distante veio à tona.
A natureza nos presenteou com esse dom
maravilhoso que é vital para a nossa sobrevivência.
A nossa memória é algo fantástico.
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