segunda-feira, 4 de outubro de 2021

AMÁLIA HENZEL KOCHHAN Uma mulher de valor.


 

 

UM INCÊNDIO NA CASA DOS KOCHHAN

 

O nome dele era Alberto Kochhan, nascido em 25 de abril de 1915, e era casado com a Amália Henzel Kochhan (mohlschen). Não eram anões, mas tinham uma estatura muito baixa, talvez um metro e meio. Se considerarmos a altura dos dois poderíamos dizer que foram feitos um para o outro.

Quem me contou a história foi Arsênio Käfer que já não morava em Arroio Canoas, mas esteve por aqui visitando familiares. Disse que estava na roça quando viu as labaredas e a fumaça subindo. Desconfiando tratar-se de um incêndio correu para o local.  Ao chegar, o fogo já havia consumido quase tudo.

A casinha pertencia a Alberto Kochhan que aí morava com sua família. O casal tinha saído para trabalhar deixando em casa as crianças. Era uma escadinha de vários filhos onde o mais velho tinha 12 e a mais nova, uma nenê de 1 ano. Graças aos irmãos mais velhos, ninguém se feriu por que conseguiram tiraram os pequenos de dentro de casa deixando-os a salvo. Não se soube a causa do incêndio, mas como não tinha eletricidade, e a iluminação era com velas, talvez isso tenha sido o princípio do incêndio. A comunidade, generosamente, construiu uma nova casinha agora melhor e mais confortável.

Alberto era um homem excepcionalmente hábil e inteligente. Fazia de tudo: artesanato, cantava no coral do seu pai, trabalhava na roça, mas a atividade que lhe dava destaque era os foguetes que fabricava. Aprendera o oficio com seu pai, Pedro Kohhan, que era professor na comunidade. Segundo algumas testemunhas, Pedro não foi bom professor, apesar de ter sido um homem muito inteligente. “Ele era muito preguiçoso”, disse Arsênio. Na verdade, não era preguiça, mas sim. falta de vocação para o magistério. Foi dele que Alberto herdara a inteligência. Quando Pedro faleceu deixou para seu filho Alberto a fórmula de fabricar foguetes. O incêndio que destruiu sua humilde casinha destruiu todo o material da fabriqueta e a fórmula que Alberto recebera do pai. Por isso, teve que reinventar uma nova fórmula. Quando D. Vicente Scherer, nosso Bispo, veio visitar a capela foram largados os primeiros foguetes feitos a partir da nova fórmula. Conta Arsênio, que os foguetes não subiam. Davam voltas entre o povo até que explodiam. Quando perceberam as falhas suspenderam os foguetes para a comunidade não ter de passar pelo vexame de algum deles atingir o bispo.

Alberto morava onde hoje passa a estrada que vai do Sagrado até Cobléns, próximo a divisa dos municípios de Barão e Carlos Barbosa. Fui até o local para procurar vestígios da casa mas nada mais pude encontrar.

Assim como Alberto, muitos talentos se perdem por aí por falta de oportunidade. O princípio que fazia os foguetes do (Kofetschen) subirem era o mesmo que mais tarde foi utilizado para enviar foguetes para o espaço e para a lua. Somente o combustível utilizado era diferente.

 

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