ÁGUA UM ELEMENTO VITAL
Quando os nossos antepassados vieram da Europa, sempre havia uma preocupação fundamental na hora de avaliarem uma propriedade. Uma fonte natural de água boa era vital para os primeiros colonos que aqui se estabeleceram. O valor da propriedade dependia das fontes de água. Os primeiros recebiam os lotes aleatoriamente sem direito de escolha. Então a primeira preocupação era verificar a existência de fontes de água.
A escolha do local da moradia levava em conta a fonte de água. Algumas vezes construíam longe de estradas para poderem ficar próximos das fontes. Quando alguém quisesse vender ou comprar uma propriedade, uma boa fonte de água a valorizava sobremaneira.
Quando uma propriedade não tinha uma fonte natural ou esta estivesse mal localizada procurava-se alguém que tivesse o dom de achar água mediante uma forquilha de pessegueiro. Pesquisando no Google pude ver que essa aptidão é conhecida em todo mundo e alguns países dedicam esforços para aprimorar esse dom que, sabemos, somente algumas pessoas possuem. Essa habilidade chama-se radiestasia ou hidromancia.
Então era cavado um poço e aí pegavam a água para o consumo. Muitas vezes caminhavam até duzentos metros morro acima e com baldes traziam para casa o precioso líquido. Esse trabalho era árduo e exigia muito tempo. Hoje, que a água escorre pela torneira, não nos damos conta das dificuldades e do trabalho que dava o abastecimento de água: uma chiqueirada de porcos, vacas, cavalos, cozinha, limpeza, roupas, para tudo era trazida a água com baldes.
Em Boa Vista um colono comprou uma bomba para puxar a água para casa. Foi ridicularizado e duramente criticado.
- Ele é um preguiçoso. Gastou todo o dinheiro de uma chiqueirada e vai saber se isso vai funcionar?
Mais tarde outros, também, compraram.
Uma vizinha lavava as roupas no potreiro onde passava um córrego. Ela usava uma tábua, uma espécie de raquete e batia nas roupas para facilitar a limpeza. Eu era um menino e um “mistério” me intrigava. Via ela batendo na roupa e sempre demorava alguns segundos até que eu ouvisse o som da batida. Bem mais tarde, já no colégio, desvendei o tal “mistério” numa aula de ciências. O professor explicou que a luz se propaga mais rápido (300 000 Km em cada segundo) que o som (340 m por segundo).
Conta-se que na localidade de Francesa também havia alguém que sabia achar veios de água. Então, indicou o local exato e mandou cavar. Na terceira picaretada a água jorrou em grande abundância. Era o encanamento da CORSAN que passava justamente por aí.
Somos privilegiados por morarmos numa região do mundo com água em abundância. Cuidemos muito bem dela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário