domingo, 16 de fevereiro de 2020

NADO E O GATUNO

Leonardo no armazém
pais de Leonardo e familia
Propriedade onde Leonardo passou a infancia






NADO E O GATUNO

Nado não estava feliz na casa do pai. Trabalhar na roça não lhe dava prazer. Ele não sabia exatamente o que queria, mas definitivamente, não gostava da roça. Tentou a Irwin, a Tramontina, foi cuidar da criação de porcos, mas nada disso deu certo.
Um dia desses vendeu a moto, juntou todas as economias e partiu para o mundo. O destino o levou a uma vila pobre de Porto Alegre, região do aeroporto. Havia aí um pequeno armazém para ser alugado. Leonardo Käfer (Nado) não titubeou. Aí estava o que procurava.
Vendia de tudo. Algumas vezes chegou a vender um só pãozinho para uma mãe com o filho faminto em casa. O coração sangrava diante de situações assim. Mas não havia o que fazer. O antigo dono alertara:
- Se você fizer isso uma única vez, no dia seguinte haverá uma fila diante do seu estabelecimento. Não pode dar de graça.
No primeiro mês o lucro mal deu para o aluguel. Mas as coisas foram melhorando. Aprendeu em casa a lidar com a escassez. Em pouco tempo se sentiu em condições de comprar o armazém.
- Foi um passo arrojado, mas consegui dar a volta.
Certa noite, já tarde, ouviu um barulho no corredor. A mulher acordou assustada e pediu que ele fosse ver.
- Pode deixar querida, eu sei o que houve.
Acontece que por várias noites seguidas um gatuno roubava a lâmpada do corredor. Leonardo pacientemente a repunha até que, um dia, se irritou com a situação. Enrolou um fiozinho eletrificado em torno da lâmpada. Para facilitar as coisas para o gatuno deixou uma cadeira aí por perto.
Nunca mais precisou repor a lâmpada do corredor.
Leonardo aprendeu, no seio da sua família, os princípios da honradez, disciplina e honestidade. Saiu de casa cedo mas levou consigo uma herança valiosa que fizeram dele um vencedor, um homem de bem.





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