Aloisio José Ludwig |
Era casado com Imelda Clara Ludwig |
kafimihl” |
Aloisio José Ludwig
No dia 28 de fevereiro de 2018 fui
visitar Aloísio Ludwig que morava em Boa Vista, município de Poço das Antas. Na
ocasião, ele me contou que seu pai tinha uma marcenaria e que, quando era guri,
pediu para aprender o oficio de marceneiro pois, desde pequeno, gostava de
trabalhar a madeira. Seu pai, no entanto, não aprovou a ideia por que, segundo
ele, Aloisio era muito fraco e magricela para esta atividade. Mas o rapaz não
se deu por vencido e, às escondidas do pai, construiu sozinho uma carreta. Isso
foi suficiente para convencer o pai do seu potencial e, a partir daí se tornou
marceneiro “tischler” na marcenaria de Edmundo Ludwig.
Aloisio José Ludwig faleceu nesta sexta-feira,
dia 18 de outubro de 2019 e foi enterrado no cemitério de Boa Vista no sábado.
Era casado com Imelda Clara Ludwig e tiveram nove filhos entre eles, Padre
Asabido que hoje é pároco em Roca Sales.
Ludwig Alvis, assim era conhecido em
Boa Vista, trabalhou por muitos anos na marcenaria do pai. Fazia carretas,
pipas, cangas, canzis, bancadas de marceneiro e toda sorte de objetos de
madeira que os colonos encomendavam. Me contou que fabricou mais de vinte
bancadas “huwelbänke”. Para fabricá-las usava um modelo que com certeza os
imigrantes trouxeram da Alemanha pois é um equipamento muito comum nas colônias
alemãs. “huwelbank” é um termo usado no alemão hunsrik e em alemão gramatical
significa “tischlerbank ou hobelbank” e em português bancada de marceneiro.
Tenho aqui em casa um equipamento
desses. Segundo Nelson Ludwig, esta bancada já deve ter mais de cento e
cinquenta anos. Ela pertencia a seu pai Edmundo e antes a seu avô Pedro Ludwig.
É um equipamento simples, porém de muita utilidade para profissionais do ramo
de madeira. Muitos colonos, principalmente da região alemã, tinham um “huwelbank”.
Servia para prender a madeira e aplainar um cabo de enxada ou executar tarefas
das mais variadas.
Antes dos eletroeletrônicos modernos foram
inventadas verdadeiras maravilhas. São instrumentos fabricados há mais de cem
anos e que ainda funcionam perfeitamente.
. Na casa de Astor Haupenthal, hoje
falecido, vi um apetrecho para picar fumo. Vi, também, um utensílio para moer
batatas e outros tubérculos. Havia um moedor de café “kafimihl” que os colonos
utilizavam para moer pimenta, canela e etc. Se pudéssemos dar uma espiadinha no
mundo de trinta anos atrás, certamente os jovens se perguntariam como essa
gente conseguia viver. Era uma época em que não havia máquina de lavar roupa,
celular, computador, ceifadeira, trator. Lembro de quando as terras eram aradas
com juntas de bois. O automóvel é coisa recente. Inventos que foram úteis há
trinta anos, hoje são obsoletos.
Há nisso tudo um paradoxo. As
modernas máquinas nos libertaram de muitas tarefas. Deveria haver mais tempo para
ocupações sociais e lúdicas, porém, sabemos que não é assim. Estamos sempre correndo,
sempre atrasados. A desculpa mais em moda hoje é:
- “Não tenho tempo. ”
Adorei saber a história desse meu parente! É comovente! Certamente será um marceneiro no céu!
ResponderExcluirEsse meu tio é muito inteligente fico feliz por ele
ResponderExcluir