segunda-feira, 27 de maio de 2019

NOZ PECAN













                                               NOZ PECAN

 

 Na nossa região a noz pecan está em plena época de colheita. Tenho no meu sítio seis nogueiras. Neste ano a colheita promete ser boa. Para quem não investe em tecnologia moderna o cultivo da noz pecan é muito trabalhoso. É necessário manter o terreno limpo, de preferência gramado, para facilitar o recolhimento do fruto. para conservar o fruto por mais tempo é necessario descascá-lo e guardar no congelador.
A noz pecan é originária do sul da América do Norte.
Para fugir da guerra de Secessão, nos EUA, alguns norte-americanos emigraram para o Brasil e trouxeram a cultivar para cá.
Seu nome científico é Carya Illinoinensis. É um fruto com alto teor nutritivo e por isso recomendado por médicos e nutricionistas.
 Achei no Google uma relação muito grande dos benefícios da noz pecan que não podemos transcrever neste texto porque se tornaria muito extenso. Porém, creio que a propriedade mais interessante talvez sejam os ácidos gordurosos essenciais (o bom colesterol).
Uma porção de 30 gramas de nozes apresenta: 193 calorias, 3,9 gramas de carboidratos, 2,6 gramas de proteína, 20,2 gramas de gordura e 2,7 gramas de fibra. Dentre as vitaminas e minerais, essa mesma porção de nozes pecan apresenta 1,3 miligramas de manganês, 0,3 miligramas de cobre, 33,9 miligramas de magnésio, 1,3 miligramas de zinco, 77, 5 miligramas de fósforo, 0,7 miligramas de ferro, 0,1 miligramas de vitamina B6 e 115 miligramas de potássio
A nogueira pecan produz uma amêndoa que serve para o tratamento e prevenção de diversas condições de saúde, além de ser uma fonte de gorduras saudáveis essenciais à manutenção de processos metabólicos envolvidos principalmente na saúde do cérebro e coração. Além disso contém antioxidantes e vitamina B6. Por isso muitos profissionais da saúde recomendam comer cinco nozes por dia. A noz pecan é conhecida como “cápsula da saúde”.
A casca da noz, pecan e as folhas também são aproveitadas para fazer chá.
Conheça 8 usos do Chá de Casca de Noz Pecãn:
1. Auxilia na redução do mau colesterol
2. Contribui no desentupimento de artérias, auxiliando inclusive no tratamento de trombose
3. Ajuda na limpeza no sangue, inclusive para ex-fumantes;
4. Aliada no tratamento e prevenção de diversos tipos de canceres, como o de mama, gastrointestinais e até mesmo de pulmão;
5. Combate infecções renais;
6. Ajuda nos problemas de hipertensão e alguns problemas do coração;
7. Pode auxiliar no tratamento de anemia e cirrose hepática;
8. Também auxilia em dietas de emagrecimento ou mesmo para aliviar o inchaço;
Para preparar o chá basta levar ao fogo 2 litros de água e, assim que levantar fervura, desligar o fogo e colocar 1 colher de sopa de casca de noz pecãn triturada. Deixe descansar por 15 minutos, coe e beba ainda quente.





domingo, 19 de maio de 2019

Silêncio Comovente

















Silêncio Comovente



A nossa comunidade foi fundada em 1898. Os primeiros moradores construíram uma igrejinha e compraram um sino.
O sino, além de símbolo religioso em muitos lugares do interior ainda é, um meio de comunicação. Através dele os fiéis são chamados para os cultos, anuncia-se o falecimento de alguém da comunidade e três vezes ao dia toca-se as Ave-Marias para lembrar os moradores da sua condição de cristãos.
O nosso primeiro sino foi importado da Alemanha. Mas, ele não tocava suficientemente alto para cumprir com sua função comunicadora. Muitos colonos não o ouviam. Então, imaginaram que aumentando o badalo o som também seria ampliado e todos poderiam ouvi-lo. Havia por aqui um ferreiro de nome João Ernzen, pai de Armándio Ernzen, que executou a reforma. Porém, essa providência redundou num terrível fracasso, pois o sino não fora projetado para suportar as batidas de um badalo mais pesado e, em consequência, rachou. Foi necessário comprar um novo sino, desta vez maior e que, até hoje, está dobrando no campanário da igreja.
Nas comunidades do interior e nas pequenas cidades podem-se ouvir, ainda hoje, os sinos tocando nos campanários. Mas nas grandes cidades as igrejas foram engolidas pela arquitetura moderna e pelo progresso. As que não foram derrubadas estão escondidas entre prédios e enormes edifícios.
O sino da minha terra é inconfundível. Nenhum outro, no mundo, emite som mais comovente. A nossa memória tem o poder de registrar vivências desde os nossos primeiros anos de vida. 
Quando, no entardecer, ouço tocar as Ave-marias uma agradável sensação de nostalgia me invade. Não há silêncio mais comovente. Tudo para. Depois da última badalada o som ainda ecoa por instantes até cessar por completo.
Aqui na minha terra, ainda, é assim.



domingo, 12 de maio de 2019

A VACA COM DIARREIA

Aristides segurando  o rabo da vaca
Tia Clara

O ônibus do Getulio





                                                                            A VACA COM DIARREIA

Era verão e época de férias. Estávamos ansiosos para receber a Tia Clara e o Aristides, um dos filhos da família que morava na frente do terreno onde ela tinha comprado os fundos e construído sua casinha. Ela morava lá há muito tempo e viu os filhos daquele casal crescerem. Ela os amava como se fossem seus próprios filhos.
Então o ônibus parou em frente a nossa casa. O Getúlio desceu primeiro para tirar as malas do bagageiro e, em seguida, o Aristides e, por fim, Tia Clara.  Subimos correndo para abraçá-los e ajudar com as malas onde, com certeza, a Tia também estaria trazendo presentes, coisa que ela jamais esquecia.
Naquele dia tivemos pouco tempo para brincar com o nosso amigo. Somente alguns chutes com a bola que fora um dos presentes da Tia. Nós não tínhamos muita habilidade com a bola, mas Aristides era um verdadeiro craque. Fazia jogadas incríveis, nos driblava do jeito que bem entendia e empilhava gols um em cima do outro numa goleirinha que improvisamos no pátio da nossa casa. De noite a Tia nos contou que ele estava frequentando a Escolinha do Grêmio e tinha potencial para se tornar um craque e dar muitas alegrias à torcida tricolor.
 De manhã, levantamos cedo e, fomos com a nossa irmã para a estrebaria onde ela ia tirar o leite das vacas. Aí o Aristides, na sua ignorância de menino da cidade, queria saber o que era aquilo ali. Expliquei-lhe que era o banquinho para tirar leite. Por um momento ele ficou pensativo e então perguntou como fazíamos para sentar a vaca num banquinho tão pequeno. Rimos até não poder mais deixando o nosso amigo constrangido.
Mas a desgraça maior ainda estava por acontecer. Eu já ia me postar atrás da vaca para segurar o rabo dela para que ela não atrapalhasse minha irmã enquanto tirava leite. Então Aristides, muito prestativo, se ofereceu para fazer o meu trabalho porque isso era uma novidade para ele. De repente, a vaca deu dois passos para frente, encurvou a coluna e levantou o rabo que Aristides segurava. Para o azar e a desgraça do menino a vaca estava com diarreia. O desfecho do episódio não vou contar porque o prezado leitor pode imaginar o que aconteceu. O nosso amigo estava desesperado. Foi despindo suas roupas melecadas e, enquanto corria para o banheiro, vomitou todo o café que ele tinha acabado de tomar.
Durante meia hora, ficou em baixo do chuveiro se esfregando com sabonete e passando perfume para tentar tirar o cheiro horrível que impregnava sua pele.
Na nossa infância nunca tivemos mordomias, nem luxos e nem confortos. Trabalhávamos na roça desde pequenos e tudo era conseguido com muito trabalho e sacrifício. Porém, foram anos felizes e recordo, com saudades, deste e muitos outros fatos que ilustram a maneira saudável como fomos criados.