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Laurindo Boeni e esposa |
LAURINDO BOENI
O contador de histórias
Na entrada do baile pedi que me
indicassem alguém que soubesse das histórias de São Vendelino. Então o cobrador
de ingressos disse que aquele ali, vestindo um traje de gaúcho, era a pessoa
certa para isso.
Laurindo Boeni gosta muito de conversar
e sabe muitas histórias. Mora no sopé do Morro da Canastra, o mais alto de toda
a região (720m) que em dias límpidos pode ser visto da Volta do Guerino em
Porto Alegre.
Segundo Boeni, foram os Jesuítas que
descobriram o morro e passaram a trazer, de Porto Alegre, estudantes para
fazerem passeios e estudar a natureza da região que era muito rica em fauna e
flora. O morro e seu entorno, em épocas passadas, era habitado por bugres.
Prova disso são os vários objetos que ainda hoje são encontrados por toda a
parte. Boeni achou, no seu potreiro, alguns utensílios que pertenceram aos
bugres. Foi nesta região que ocorreu o episódio de “AS VÍTIMAS DO BUGRE”, livro
escrito por Matias José Gansweidt sobre o rapto da família Versteg.
Conta-se que os Jesuítas sabem de um
segredo do Morro. Que no pé do Canastra há uma caverna de índios cuja entrada
fora camuflada com tal perfeição que muitas pessoas já tentaram encontrá-la sem
sucesso. Não se sabe, ao certo, se foram os jesuítas ou os bugres que disfarçaram
a entrada da caverna. Suspeita-se que aí possam estar escondidos tesouros.
Laurindo Boeni não acredita nesta história, mas sabe de gente que acredita. Por
enquanto é um mistério que o Canastra guarde nas suas entranhas a sete chaves.
Quem sabe um dia tudo possa ser revelado.
Boeni, também, contou-me que um
médico de Farroupilha comprou o morro para nele construir um hospital para
curar tuberculosos. De acordo com a avaliação do médico o topo do Canastra era
um lugar ideal para tais pacientes que precisavam de isolamento por que a
doença era altamente contagiosa e ar puro para se curarem. No entanto, antes da
concretização do plano, foi descoberta a penicilina, um antibiótico, que
facilitou a cura dessa temida doença não sendo mais necessários os cuidados de
outrora.
Quero agradecer ao Laurindo Boeni por ter me
contado algumas das muitas histórias que sabe.
Se você gosta de aventura vá ao pé do Morro Canastra! Quem
sabe um tesouro esteja, lá, esperando por você.
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