segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

HIDROMANCIA

Leopoldo Weschenfelder 
Armando kuhn conheceu Guilherme
 Lindolfo Käfer






  HIDROMANCIA

 Nesses últimos anos, a humanidade está vivenciando um desenvolvimento espantoso. Os avanços da eletrônica e da cibernética nos deixam maravilhados e achamos que eles podem resolver todas as nossas questões. Essa explosão tecnológica e científica nos deixou insensíveis a muitos valores da cultura popular que atravessaram séculos mostrando resultados inquestionáveis. Acho que tudo isso deixou nossa sociedade doente. Não descansamos. Constantemente estamos de olho no vizinho: seu carro do ano, televisão, geladeira, seu tênis e na pintura moderna da sua casa. Quando não podemos apresentar, constantemente, uma novidade, nos sentimos desconfortáveis e depressivos, e enchemos os consultórios dos psicólogos e psiquiatras.
                        Conheço, aqui na minha pequena comunidade, Arroio Canoas, pessoas que sabem achar veios de água subterrânea utilizando somente uma forquilha de pessegueiro. Tenho um poço cavado na minha propriedade que fornece água boa graças à habilidade do Lindolfo Käfer. Muitos outros poços foram cavados com um percentual de êxito espantoso, localizados por pessoas com esse dom munidos unicamente de uma forquilha de pessegueiro.
 Pesquisando no Google pude ver que essa aptidão é conhecida em todo mundo e alguns países dedicam esforços para aprimorar esse dom que, sabemos, somente algumas pessoas possuem. Essa habilidade chama-se radiestasia ou hidromancia.
Em Boa Vista, Poço das Antas, morava Guilherme Luft, “Luft Wilam”, que também tinha a habilidade de procurar veios de água.
 Conta-se que certa vez Leopoldo Weschenfelder chamou Luft para procurar água na sua propriedade em Arroio Canoas. Wilam, andou pela propriedade esperando que a forquilha lhe desse um sinal. Então percebeu que na medida em que andava para trás o sinal da forquilha ia intensificando. Sempre atento ao sinal, não percebeu que logo atrás dele havia um poço onde acabou caindo. Gritou por socorro mas quando Leopoldo chegou ao local ele já estava a salvo. Por sorte o poço não era profundo o que permitiu que saísse ileso do acidente.
Essa história foi me contada por Silfredo Weschenfelder. São histórias antigas que são contadas e não sabemos da exata veracidade dos detalhes mas, que, em geral, há sempre um fundo de verdade.
Armando kuhn conheceu Guilherme. Disse que ele era um homem muito religioso e que todos os domingos, montado em seu burrinho, ia até Poço das Antas, distante 12 km, para assistir à missa.
Talvez seja hora de voltarmos. De, novamente, prestarmos atenção nas coisas que a ciência não pode comprovar. De aprendermos que temos necessidades além dos bens de consumo que podem nos anestesiar, porém, só por algum tempo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário