segunda-feira, 12 de outubro de 2015

AS CRIANÇAS APRENDEM BRINCANDO





 aí se soltavam sobre um gramado íngreme 

Depois me chamou para jogar vídeo game
sentavam numa casca de coqueiro

casca de coqueiro, aquela que protege o cacho

casca de coqueiro, aquela que protege o cacho





AS CRIANÇAS APRENDEM BRINCANDO 

Todas as épocas têm suas peculiaridades. Em geral, cada um lembra, com saudade, do seu tempo de criança.
Meus irmãos e eu fazíamos bois, carretas e vários utensílios agrícolas com bananeiras. Construíamos estradas que ligavam as propriedades e por elas transitávamos com os produtos que queríamos negociar. Folhas de laranjeira eram a moeda circulante.
 Uma amiga muito especial me contou que brincavam ao ar livre. entre outras brincadeiras, sentavam numa casca de coqueiro, aquela que protege o cacho, e aí se soltavam sobre um gramado íngreme no potreiro do pai dela. Disse-me que ainda hoje tem cicatrizes de ferimentos causados pelos tombos que levou.
- Foram épocas que deixaram marcas indeléveis, disse-me ela. Muito mais que cicatrizes no corpo, tiveram influência decisiva na minha personalidade.
 Acho que um adulto, que é capaz de lembrar com saudade do seu tempo de criança é uma pessoa feliz.
Um dia, eu quis ensinar um menino a brincar com bananeira. Ele não achou graça alguma. Um pouco decepcionado desisti. Depois me chamou para jogar vídeo game com ele.
Muitas vezes, quando vou ao nosso clube, vejo crianças e adolescentes fazendo guerra. Com vários note books, interagem, e dão tiros tentando eliminar um ao outro. Claro que é tudo um “faz de conta”, é guerra virtual. Porém procuro sempre ver o que está além do fato. Na minha concepção as crianças brincam para se preparar para a vida real. Trazem para a fantasia a realidade do mundo que os cerca. É um processo de aprendizagem através do lúdico.
Aborreço-me quando os vejo nessa atividade em sábados e domingos ensolarados tendo logo aí ao lado um belo campo de futebol que a comunidade construiu com muito empenho e sacrifícios.
Será que o jeito de educar os nossos filhos está correto? Será que estamos fomentando a violência? Formamos uma geração de guerreiros? Não temos parâmetros para fazer esse julgamento. Só podemos conjecturar. Como todas as gerações, achamos que a nossa infância foi a mais saudável. Convivíamos mais intensamente com a natureza enfeitada com flores do campo. Lembro-me de uma, muito especial, que meche com a minha fantasia e em suas asas voava para muito longe. Ela é  até hoje a minha flor e é a mais linda de todas. Ela era amarela.






















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