Germano tem oitenta e sete anos e jamais adoeceu. |
Nao gosta de ser fotogrado |
Xingou quando viu que estava sendo fotografado |
Mora sozinho, em Arroio, no Sagrado, numa casa construída pelos pais, que está caindo aos pedaços |
UM EXEMPLO DE VIDA?
Germano Schneider
Talvez, nos últimos
cinquenta anos o mundo tem caminhado, célere, ao encontro da sofisticação.
Desde que o homem habita a terra nunca criou tanto e inovou com tanta rapidez
como agora. Tudo muda tão rapidamente que temos dificuldade de acompanhar essa
constante modernização. Então nos esforçamos para não sermos taxados de antigos ou fora da moda.
O Germano Schneider
não é assim. Enquanto o mundo caminha para a modernidade ele volta ao passado. Não
conhece celular, comunicação por Email, WhatsApp, Facebook e tantas outras
novidades a disposição do homem moderno. Tudo isso faz a mínima diferença na
vida dele. O que faz diferença é o frio que faz as bergamotas caírem mais cedo,
o abacateiro que carregou poucas frutas neste ano ou um vizinho ter derrubado
um capoeirão onde ele costumava colher quaresmas e outras frutas silvestres. E,
apesar de receber um salário mínimo de aposentadoria, não se importa se a Dilma
vai dar ou não um aumento aos aposentados. É verdade que, todos os meses, vai
ao banco em Barão retirar sua aposentadoria, mas em vez de gastá-la com algum
conforto só retira o troco e o resto deposita numa poupança. Aliás, até bem
pouco tempo, caminha até Barão (11 km), para não precisar gastar com passagem.
Hoje, pega um ônibus porque já não aguenta mais a caminhada.
Os íntimos garantem
que ele tem uma pequena fortuna depositada em poupança. Segundo essas pessoas
ele costuma dizer:
- “Este
dinheiro veio do governo e vai voltar para o governo”.
Germano tem oitenta
e sete anos e jamais adoeceu. Ninguém sabe quando tomou seu último banho ou se
já fez isso alguma vez na vida. Mora sozinho, em Arroio, no Sagrado, numa casa
construída pelos pais, que está caindo aos pedaços. Durante sua vida não
precisou de médico, psicólogo, juiz ou advogado. Enquanto a humanidade se
afasta da natureza ele convive com ela. Jamais se queixou de stress, insônia ou
dor de cabeça. Para ele uma segunda feira vale tanto quanto um sábado. Só
presta atenção ao calendário mensal para retirar sua aposentadoria da conta
corrente e depositá-la na poupança.
Já falei do Germano
há cinco anos. Ele continua bem de saúde levando a sua vida simples. Após
relutar, muito aceitou abandonar sua velha casa e veio morar numa casinha construída
pelo Dirceu Schnorremberger.
Não quero
apresentá-lo como um modelo a ser seguido, porém com certeza lições importantes
poderíamos aprender do seu modo simples de encarar a vida.
bacana!
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