terça-feira, 1 de setembro de 2015

MAIS HISTÓRIAS SOBRE BAHITO

Aloisio käfer era ótimo gaiteiro e fotógrafo
Ouriço, coberto com espinhos. É a sua defesa 

Latiu, rosnou como se estivesse diante do bicho mais feroz do mundo.





MAIS HISTÓRIAS SOBRE BAHITO


Ao lerem as histórias que publico neste espaço, seguidamente, alguns leitores me procuram e, a título de colaboração, sugerem acréscimos ou me corrigem sobre alguns aspectos do texto. Mas, aí é tarde porque o texto já está no jornal e não tem mais como corrigir. Foi o que aconteceu com a história do Bahito. Porém desta vez achei que as contribuições foram muito interessantes de modo que decidi continuar a história no texto de hoje.
O fato aconteceu com Aloisio Käfer, meu tio, quando, numa manhã de domingo foi caçar pombas. Na época, ainda não se tinha uma consciência ecológica como hoje e era muito natural ir caçar. O Bahito foi junto. Com o rabo sorria de felicidade por poder acompanhar Aloisio. Já no mato, estava lá a pomba numa distância ideal para o tiro. Aloisio conhecia Bahito e temendo que com o susto do tiro ele poderia sumir e nunca mais ser encontrado chamou-o e o segurou entre as pernas. Aloisio não sabe ao certo o que aconteceu. Só lembra que disparou a arma e que alguma coisa o derrubou no chão. Procurou pelo Bahito mas nem vestígios. Quando chegou em casa encontraram o cachorro refugiado dentro do forno de fazer pão.
Quando se matava um terneiro, o couro era estaqueado para secar e depois fazer relhos, brochas, sogas e outros utensílios. Meu pai estaqueou o couro numa parede do paiol onde insidia muito sol. Na manhã seguinte, como de costume, Bahito desceu com meu irmão para tratar a bicharada. De repente viu ali na parede aquele couro. Foi um Deus nos acuda. Latiu, rosnou como se estivesse diante do bicho mais feroz do mundo. Então, meu irmão pegou-o no colo e se aproximou do couro para lhe mostrar que aquilo era inofensivo, mas Bahito se debateu de tal modo que conseguiu fugir e, novamente, se refugiar no forno.
Numa outra ocasião, de noite, latiu durante horas. Como já o conhecíamos nem fomos conferir o que havia. De repente ouvimos gritos de dor. Quando fomos ver estava ele no forno gemendo com a boca cheia de espinhos de um ouriço. Não foi fácil tirar todos os espinhos, porém naquela mesma noite o seguramos enquanto o pai, com alicate, extirpou todos os espinhos.

Este foi o nosso Bahito, amável, porém de uma inteligência limitadíssima.

(http://textoslaurindohentz.blogspot.com.br) para quem nao leu BAHITO 

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