segunda-feira, 24 de agosto de 2015

EXPLOSÃO NA COZINHA DE GUIDO

muitos foguetes foram estourados como sinal de alegria

muitos foguetes foram estourados como sinal de alegria


O pequeno Fix só levava dois foguetes, um em cada mão.

Casa de Guido Hentz, local do episódio.





EXPLOSÃO NA COZINHA DE GUIDO



Quando os filhos de Guido Hentz eram pequenos, não havia  dinheiro para comprar brinquedos. Os tempos eram difíceis e as crianças tinham que usar a criatividade para brincar. Com bananeiras faziam bois, carroças e casas. Laranjas se transformavam em bolas de futebol ou pegavam uma meia velha e a enchiam com panos e palha. Corriam atrás de preás, procuravam balões de abelhas para chuparem o mel e caçavam passarinhos. Qualquer coisa era transformada em brinquedo. Sempre havia algo para ser inventado.
 Certe vez, houve uma grande comemoração na comunidade. Nosso Clube havia se sagrado campeão mais uma vez. E, como acontece nestas ocasiões, muitos foguetes foram estourados como sinal de alegria pela conquista e, também, para provocar os adversários.   No dia seguinte, a gurizada foi juntar os foguetes que haviam sido estourados durante as comemorações. Os guris do Guido foram os primeiros a se darem conta de que aqueles foguetes estourados poderiam servir para alguma coisa. De manhã, bem cedo, os quatro subiram ao clube e recolheram tudo o que conseguiram carregar para casa. Quem comandou a operação foi o Antenor, o mais velho. Encheram três sacolas e muito felizes foram para casa.  Os três  mais velhos carregaram as sacolas, e o Fix, que era ainda pequenino, só levava dois foguetes, um em cada mão.
 Depois do falecimento do vô Edmundo Ludwig, O Iliseo foi morar com a vovó Frida em Boa vista. Ganhou uns dias de folga e por isso estava em casa e pode participar da brincadeira. Aquela semana foi muito especial porque o Iliseo estava em casa e havia muito para fazer. Com os foguetes brincaram de festejar casamentos, aniversários, festas e, também, o kerb.
 Depois de uma semana, aquilo já não tinha mais graça. Então, o Eitor teve a ideia de queimar os foguetes no fogão à lenha onde a mãe estava fazendo a comida. Eram onze horas quando se ouviu uma explosão fenomenal. A mãe havia saído para recolher os ovos e ao voltar, quando entrava pela porta da cozinha com os ovos, aconteceu. Entre os foguetes havia um que, ainda, não tinha estourado. Os anéis do fogão, a panela de feijão e todo o almoço foram pros ares. A comida estava espalhada por toda a cozinha. Um bife estava grudado no teto e outro no vidro da janela. Com o susto a mãe largou o balaio e todos os ovos se quebraram.
 Por sorte ninguém se feriu e o fogão não sofreu danos significativos. Na casa de Guido, naquele dia, só se comeu pão na hora do almoço. Sequer, sobrou um ovo para fritar.


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