segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A MAGIA DO AMOR




Emocionado vi as duas mulheres  embarcarem na nave e partirem, de volta, para a Terra.




A MAGIA DO AMOR

Texto extraído do meu terceiro livro, “REENCONTRO”, ainda não lançado, que encerra a trilogia de: “HOMO SAPIENS NO PLANETA AZUL”, “ELIS MAE DE DOIS MUNDOS”, e “REENCONTRO”.


“Fernanda percebeu que precisávamos dessa noite para nós e, por isso, foi dormir no seu aposento. Abracei Luna com ternura, e assim ficamos por longo tempo sem uma palavra. Depois relembramos os bons momentos que foram tantos apesar de nos conhecermos a tão pouco tempo: do primeiro dia lá em casa, dos dias felizes de convívio em Orus e das caminhadas. Rimos, nos emocionamos e choramos. Tudo era intenso e forte naquela noite.
 Senti que Luna precisava desesperadamente do meu carinho. Uma paixão irresistível a consumia. Seu corpo vibrava a cada carícia, a cada toque. Eu podia sentir a vida pulsando dentro dela. A emoção do momento nos impeliu para uma dimensão além da matéria. A relação carnal só serviu de instrumento para nos transportar para algo muito além do mundo manifesto. Nossas almas vibravam em sintonia como os acordes afinados de uma linda canção e fomos arrebatados pela fonte do prazer total, na qual bebem e se embriagam somente protagonistas de grandes amores.
 Só despertamos deste êxtase altas horas da madrugada porque Luna estava com frio. Cobrimo-nos e a aqueci com meu corpo ainda desnudo. Assim dormimos até sermos acordados por Fernanda que estava se preparando para partir de volta para a Terra.
Apesar da tristeza imensa, tínhamos consciência de que a atitude de Áquilus era a mais acertada. Ele precisava ser racional nesta hora o que nós não conseguíamos devido à emoção que inibia o nosso bom-senso. Emocionado vi as duas mulheres  embarcarem na nave e partirem, de volta, para a Terra. Eu, no entanto, permaneceria em Orus para concluir a missão que me fora confiada”.



domingo, 21 de setembro de 2014

"PERERECOFOBIA"

Outra coisa que não consigo entender é porque foram apelidar aquilo de "perereca"


Quando ia saindo deparei-me com uma pequena perereca do tamanho de um polegar de criança


PERERECOFOBIA

“Fobos” é um termo grego e significa medo. No português usamo-lo em muitas palavras quando queremos nos referir a medos ou aversão a alguma coisa. Assim dizemos fotofobia quando alguém não suporta muita claridade. Claustrofobia para alguém que tem medo de ficar sozinho em um ambiente fechado. Monofobia, medo de focar sozinho. Hidrofobia, medo de água. Obesofobia, medo de engordar, e, assim, centenas de palavras.
Você já ouviu falar em "pererecofobia"? Creio que não porque é um termo que inventei para me referir ao medo que as mulheres tem de pererecas, sapos e anfíbios em geral.Todas as mulheres, ou quase todas, têm medo de sapos.
Durante uma festinha na minha casa, uma amiga veio correndo ao meu encontro gritando desesperadamente:
- Um bicho! Vai lá matar aquele bicho nojento!
E mostrava com o indicador o banheiro da onde saíra, ainda, terminando de se vestir.
Armei-me com um cabo de vassoura e fui procurar a fera que assustara daquele jeito a moça. Nada encontrei. Quando ia saindo deparei-me com uma pequena perereca do tamanho de um polegar de criança, sentada na pia do banheiro. Olhou para mim assustada, e com a respiração ofegante.  Consegui agarrar a coitada e fui mostrá-la para a amiga para saber se fora isso que a assustara daquele jeito. Como me arrependi do que fiz! A gritaria voltou e, agora, engrossada por mais duas amigas que também estavam na festa.
Então, fui soltar a coitada na natureza, lavei as mãos e fui ver como estavam as mulheres. Encontrei as três na sala agarradas, uma a outra, em cima do sofá. Quando me viram o desespero voltou:
- Sai daqui com esse bicho nojento!
Tive que lhes explicar que a pererequinha já não estava mais comigo. E para ficarem mais tranquilas disse que a matara.
Acho que essa “pererecofobia” mereceria um estudo: “porque as mulheres têm tanto mede de batráquios”?
Outra coisa que não consigo entender é porque foram apelidar aquilo de "perereca". Uma coisa tem nada a ver com a outra.  Até eu poderia entender se o animalzinho tivesse atitudes frias e calculistas! Se atraísse, traiçoeiramente, suas vítimas! Mas nada disso confere! O bichinho é limpo, pequeno, e tem sangue frio. Além disso, a perereca (bichinho) nem é comestível!

Vai entender esse mundo ilógico das mulheres e da linguagem!






segunda-feira, 15 de setembro de 2014

GOVERNADOR CENTRÍFUGO

"Governador Centrífugo"
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Moinho de Oscar, hoje, desativado

 
Ficava fascinado com o funcionamento daquela maquinaria toda. 

Enquanto Santino esperava pela farinha ficava observando tudo aquilo funcionando.


Engrenagens e polias

Residencia de Oscar Käfer, hoje de Arnildo Schnorremberger

moinho na francesa Alta

Moinho na Francesa Alta.

Descascador de arroz, na Francesa Alta




GOVERNADOR CENTRÍFUGO

Quando a farinha de milho acabava na casa de Beno Schmidt , Santino, o filho mais velho, era convocado para ir ao moinho do Oscar. O pai de Santino metia-lhe duas quartas de milho nas costas e lá ia o guri, de 12 anos, executar a tarefa que seu pai lhe atribuíra. Santino adorava ir ao moinho por dois motivos: Se livrava da enxada e porque ficava fascinado com o funcionamento daquela maquinaria toda. Além de moinho, Oscar tinha um descascador de arroz, uma serraria, marcenaria e um gerador de energia elétrica tudo tocado por uma máquina a vapor. Em geral nesse nosso interior usava-se energia hidráulica. As águas de um arroio moviam uma roda d´água suprindo, assim, as necessidades energéticas do estabelecimento. Oscar Käfer e Arnildo Schnorremberger eram sócios do empreendimento.Como no Sagrado não tinha um arroio com água suficiente optaram pela máquina a vapor. Enquanto Santino esperava pela farinha ficava observando tudo aquilo funcionando. Havia um dispositivo giratório sobre a máquina que intrigava o menino. Duas hastes com bolotas de ferro na ponta giravam em torno de um eixo. Na medida em que a velocidade aumentava mais aquelas hastes levantavam deixando escapar pressão em forma de vapor. Um dia, Santino reuniu toda sua coragem e perguntou para Oscar o que era aquilo:
- O nome desse equipamento é “governador centrífugo”, disse Oscar para o menino que não piscava os olhos de tanto que prestava atenção. É um dispositivo importante e sua função é regular a velocidade da máquina através do controle da pressão da caldeira. Quando esse dispositivo pára de funcionar a caldeira corre o risco de explodir. Seu funcionamento conjuga duas forças naturais: a inércia e a gravidade. Na medida em que as bolotas giram com mais velocidade elas se elevam dando vazão a pressão que está, em excesso, dentro da caldeira. Apesar de Oscar ter usado várias palavras difíceis Santino conseguiu entender a função daquele equipamento giratório que há tanto tempo o deixava intrigado.
Em São Bernardino, Santa Catarina, aconteceu um acidente de grandes proporções quando o “governador centrífugo” parou de funcionar. Quem me contou o fato foi Nelson Hentz. Pelas 14 horas, enquanto estava dando aula, ouviu um forte estrondo. A máquina explodira destruindo tudo o que estava nas proximidades. Morreu Gerônimo Bösing, único funcionário presente naquele horário. A máquina foi parar no outro lado da rua. Vários destroços foram encontrados a quinhentos metros de distância. A serraria pertencia a Fridhold Walker.
Sei de várias localidades do interior que tinham estabelecimentos desta natureza. Algumas, as mais antigas, processavam, também, o amendoim donde extraiam o óleo que os colonos usavam numa lamparina para iluminação.


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

ANJO DA GUARDA

LEOPOLDO WESCHENFELDER

DE LONGE JÁ SE AVISTAVA O COQUEIRO COM SUA ENORME COPA

Coqueiro na beira do precipício, onde Leopoldo trepou para cortar as folhas.

Em italiano(RONQUET), em alemão, (PALM SISCHEL). Uma foice feita para cortar as folhas dos coqueiros


ANJO DA GUARDA

O fato da semana aconteceu com Leopoldo Weschenfelder, um jovem recém-casado. A grande preocupação, naquele ano, era conseguir pasto para os animais. O inverno de 1925 chegou cedo e rigoroso. Por várias manhãs seguidas as geadas castigaram as roças dos colonos. Assim como todos, Leopoldo se embrenhava nas capoeiras para conseguir alguma coisa que fosse verde, para dar aos seus animais famintos. Já colhera todas as macegas, já pelara todos os coqueiros e o inverno não dava trégua. Foi então que se lembrou de um coqueiro, lá no meio da mata. Muniu-se do (RONQUET), em alemão, (PALM SISCHEL), uma foice especial para cortar as folhas do coqueiro, levou, também, o facão e a espingarda. La estava o coqueiro. De longe podia ser avistado, nos fundos da sua terra muito próximo de um precipício. Quis cortar as folhas com o RONQUET, mas o cabo, uma taquara, era muito curto. Como sabemos, os coqueiros que crescem no mato, sempre são muito altos e finos. Esse também era, a ponto de exibir sua copa acima de todas as outras árvores em seu entorno. Sem alternativas, Leopoldo teve que trepar no coqueiro. Não foi difícil por que, apesar de muito alto, era fino e os cipós que se enroscavam no tronco facilitaram a subida.
Finalmente, estava lá em cima! Sacou do facão e derrubou todas as folhas, (PALMREISA), deixando somente uma ou duas pequenas recém saindo do tronco. Então percebeu que lá de cima a vista era maravilhosa. Aí, depois do trabalho árduo, deu-se ao luxo de brincar um pouco. Através de impulsos começou a se balançar. O coqueiro fino e alto colaborava com Leopoldo. Primeiro balançava devagarzinho, mas depois cada vez mais forte, fazendo Leopoldo vibrar de emoção.
Depois, desceu. Mas o pasto era tanto que ele não conseguiu levar tudo. 
No Dia seguinte voltou para pegar o resto. Então, horrorizado, sentiu um calafrio passar por todo seu corpo. Durante a noite calma e sem vento, o coqueiro tombara precipício abaixo.
 Você acredita em Anjo da Guarda?