terça-feira, 24 de dezembro de 2013

ANIMAIS DOMÉSTICOS

Há alguns dias, apareceu, aqui em casa, um cachorrinho mal tratado, sujo, faminto e cheio de perebas
O cavalo foi domesticado para prestar trabalho ao homem.
Porque não domesticamos o gambá?


ANIMAIS DOMÉSTICOS



Sempre que proponho uma reflexão sobre comportamento social, gosto de me reportar aos primórdios da nossa existência aqui na terra.
Vejamos o relacionamento entre homem e mulher. Uma vez, ela aceitava submeter-se ao seu parceiro em troca de segurança e sustento. “Eu aceito a tua dominação, mas, em troca, tu te responsabilizas por mim”. Atualmente esta relação está mudada ainda que, mesmo nos tempos modernos, alguns comportamentos nos deem indicativos de que este relacionamento persiste. Seguidamente, o homem tenta se impor diante da mulher e ela se sente segura na companhia de um homem dominador com qualidades que satisfaçam o seu  bem estar. (riqueza, músculos fortes, poder). São resquícios que continuam na nossa memória genética e nos livrarmos dela demanda muito tempo.
Uma situação semelhante acontece com os governos. Sujeitamos-nos, pagamos impostos e nos submetemos às regras do Estado em troca de segurança, saúde e educação ainda que, muitas vezes, pagamos os impostos sem termos, em troca, os devidos benefícios.
 Imagino que, lá no início, não havia animais domésticos. Cada espécie fora dotada de habilidades que lhe pudessem garantir a sobrevivência. Havia liberdade e autodeterminação para que cada espécie vivesse de acordo com sua natureza.
A domesticação é sempre uma violência. É um jogo de interesses. Eu te dou comida, segurança e conforto e você me dá trabalho (boi cavalo etc.), alimentos (carne, ovos etc.) ou companhia (animais de estimação). Porque não domesticamos o gambá? Certamente porque o homem não via benefícios nas características deste animal. É um jogo de “toma lá e dá cá”. De dominação e submissão.
Há alguns dias, apareceu, aqui em casa, um cachorrinho mal tratado, sujo, faminto e cheio de perebas. Quando domesticamos um animal lhe tiramos a habilidade de sobreviver por si. Ele desaprendeu a se bastar. Depende do alimento e abrigo do homem. Entendo que cometemos uma crueldade muito grande quando abandonamos um animal a sua própria sorte. Primeiro lhe tiramos a capacidade de sobreviver por si e depois, quando não nos interessa mais, o abandonamos.
Muitas pessoas dizem amar seus bichinhos de estimação, porém, ao domesticá-los, cometemos um ato de violência. Certamente ele seria mais feliz se ele pudesse viver de acordo com a sua natureza selvagem para a qual foi criado.


Nenhum comentário:

Postar um comentário