segunda-feira, 14 de outubro de 2013

DER SCHWARTZ MONUEL

Ele era negro e chamava-se Manoel
ainda hoje se encontra taipas, em perfeito estado de conservação
ainda hoje se encontrar taipas, em perfeito estado de conservação











Der Schwartz Manoel

                           Ele era negro e chamava-se Manoel. Perguntei para várias pessoas qu o conheceram mas ninguém soube me informar seu sobrenome. Era uma pessoa simples sem escolaridade mas muito competente no seu ofício. Construia taipas para cercar os potreiros dos colonos. A pesar de negro falava o alemão e estava perfeitamente integrado aos costumes e cultura dos colonos. Carinhosamente, chamavam-no de: “SCHWARTZ MONUEL”, Manuel o preto.
                           Contam, os que o conheceram, que era extremamente competente no seu ofício a ponto de ainda hoje se encontrar taipas, em perfeito estado de conservação, feitas por ele. Sempre trabalhava sozinho. Os colonos somente lhe traziam as pedras, que eram recolhidas nas roças, e ele fazia o resto. Este trabalho beneficiava os colonos de duas maneiras: As pedras recolhidas nas roças serviam de matéria prima para as taipas e também deixava o terreno limpo, sem pedras, facilitando as práticas agrícolas.
                           Era corcunda, provavelmente, devido às pesadas pedras que precisava levantar constantemente.
                           Não se sabe ao certo do seu paradeiro. Hugo Schommer conta que, depois de Arroio Canoas, deve ter ido para Linha Comprida e que provavelmente teria falecido em Maratá. Uma pesquisa poderia ser feita para tentar localizar seu paradeiro.
                           Nos dias quentes do verão de Arroio Canoas, gostava de se reunir com as pessoas e, falando um alemão carregado de sotaque, contava histórias, aventuras e piadas.
                           Contam que era também um exímio tacador de gaita de boca. Ele mesmo marcava o ritmo esfregando o calcanhar no assoalho.
                           Manoel deixou saudade no coração dos que o conheceram. Sua passagem, por aqui, deixou marcas apesar de ser um homem simples e sem escolaridade. Influenciou a vida da comunidade com o seu ofício de erguer taipas e divertiu as pessoas com seu talento musical. Muitas das suas taipas hoje continuam úteis aos colonos e, com certeza, as suaves melodias da sua gaita, ainda hoje, ecoam na lembrança de quem teve o privilégio de conhecê-lo e ouvi-lo tocar.

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