terça-feira, 3 de setembro de 2013

NANI ZAN

antiga escola do Sagrado Coração de Jesus
Construiu a casa do Pedrinho

Acontece que nós tínhamos um carneiro brabo, o “BECO”,
 que, de vez em quando, atacava as pessoas





NANI ZAN

Nani Zan morava onde, hoje, mora Aloísio Royer. Era agricultor como a maioria dos moradores de Arroio Canoas. 
Os colonos, muitas vezes, além da roça, faziam, também, outras coisas. Meu pai, por exemplo, fazia balaios, gamelas e vassouras. Nani (João era seu nome) tinha grande habilidade para trabalhar a madeira. Nas horas que a roça lhe dava alguma folga, fazia molduras, janelas, portas e muitos outros objetos. Também construiu casas.
 Pedrinho Käfer contratou Nani para construir sua casa. Todos os dias, pela manhã, lá se ia o Nani trabalhar na casa do Pedrinho. Para encurtar o caminho, ele pegava um atalho atravessando o nosso potreiro. Acontece que nós tínhamos um carneiro brabo, o “BECO”, que, de vez em quando, atacava as pessoas. Mas o Nani não sabia disso.
 Então, certo dia, voltando para casa, ele levava um saquinho de sementes de milho que o Pedrinho lhe vendera. Naquele dia o “Beco” estava mal humorado e atacou Nani. Traiçoeiramente, pela retaguarda, deu-lhe uma cornada derrubando-o. Teve que soltar o saquinho para se proteger da queda e aí os porcos, sempre famintos, avançaram sobre as sementes. Toda vez que Nani tentava levantar, o “Beco” derrubava-o com mais uma chifrada.
Quando meu pai viu o que estava acontecendo foi socorrer Nani.
Nada de mais grave aconteceu com ele. Somente alguns arranhões e o vexame. Mas das sementes sobrou nenhum grão.
Nani nunca mais pegou aquele atalho.
Algumas vezes os atalhos encurtam os caminhos, mas armadilhas traiçoeiras podem estar armadas para nos emboscar.
 Nani foi um artista. Talvez, lhe faltou oportunidade para exercer a sua verdadeira profissão.
Construiu a casa de Pedrinho, de Theobaldo Käfer, a antiga escola do Sagrado Coração de Jesus e, provavelmente, muitas outras.

Teve nove filhos: Gercilda, Idino, Geni, Jurandir, Darci, Naídes, Danilo, Euclides e Ademir. Todos têm suas raízes fincadas em Arroio Canoas e são pessoas de bem. Certamente, em algum cantinho do coração ainda palpita, viva, a chama do amor pela terrinha.
 Um abraço especial a toda grande família Zan.

Um comentário:

  1. Lembro-me desta escola antiga. Quando criança corríamos pelo pátio. Interessante.
    Abç.

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