segunda-feira, 26 de março de 2012

PRESERVANDO OS NOSSOS ARROIOS

  
esgoto lançado no arroio
                                        
João Luís Vieira casado com Marli Lazzari
                                                         
Antigo moinho abandonado na propriedade de Nini


água, aparentemente limpa. Na propriedade de Nini

Uma Flor amarela no Arroio Canoas.





PRESERVANDO OS NOSSOS ARROIOS
Somos os únicos seres, no planeta, capazes de desrespeitar a ordem natural. Somos dotados de faculdades que nos distinguem dos demais animais como: inteligência, criatividade, compaixão, consciência de si, consciência de finitude e muitas outras. Por não achar um termo apropriado para designar essas habilidades, Chamo-as de “HUMANIDADES”. Enquanto os outros animais, obrigatoriamente, respeitam as leis da sua natureza o homem tem a capacidade de contrariá-las. Por isso denominamo-nos “civilizados”. Sei que a conjuntura social em que vivemos não seria possível se não domesticássemos os nossos instintos. Porém toda a agressão que impingimos à natureza um dia nos custará caro. Certamente, a Consciência Maior nos colocou neste mundo com um propósito. Acho que nos desviamos desse propósito. Através das organizações sociais: estado, religiões, escola, família e muitas outras “educamos” os indivíduos para se adaptarem a ordem social proposta. Hoje somos tão arrogantes que não nos damos conta que somos somente um elemento insignificante dentro desse todo que poderíamos chamar de “OMNI”.
Neste fim de semana visitei alguns riachos na nossa comunidade. Andei pelo Arroio Canoas, e outros menores, que sequer tem nome. Imaginava encontrar seu leito entulhado de plásticos, garrafas, pneus e todo tipo de lixo. Com surpresa, percebi que o visual dos arroios está preservado. Porém, um olhar mais atento deixa escancarada uma agressão talvez, ainda, mais danosa. Encontrei, em vários lugares, esgotos residenciais, chiqueiros e pocilgas largando seus dejetos diretamente no arroio. Em épocas de chuva abundante o problema é disfarçado, mas quando acontece uma estiagem então a agressão fica evidente. Então, a pouca água que ainda corre se torna suja e exala um odor horrível.
Falei com João Luís Vieira casado com Marli Lazzari. Ele mora próximo às nascentes do Arroio Canoas. João se preocupa com a ecologia e procura preservar o meio-ambiente na sua propriedade. Com muita sabedoria disse:
-Creio que duas providências seriam suficientes para deixarmos os nossos arroios recuperados: Evitar o lançamento direto de dejetos, e recuperar a mata ciliar em toda a sua extensão.

terça-feira, 20 de março de 2012

REFENS DAS CORPORAÇOES.





AS CORPORAÇOES



Somos reféns das corporações. Se alguém cura uma pessoa de uma doença mas não tiver o diploma de médico então ele é criminoso e está sujeito às penas da lei. Quase todas as profissões se unem em corporações.  Quando é criada uma nova profissão a primeira coisa que os formados fazem é formar uma corporação.
A nossa comunidade já tem mais de cem anos. Durante todo esse tempo a população consumiu a água que nasce das nossas fontes. E durante todo esse tempo jamais esta água provocou alguma doença na população.
Para termos mais conforto e garantia de água também em épocas de estiagem a comunidade perfurou um poço artesiano. Gastamos muito dinheiro com a perfuração, com caixas de água, encanamento e hidrômetros. Tudo foi pago com os nossos próprios recursos. Temos uma associação e a diretoria cuida do gerenciamento. Tudo funciona sem a presença do estado.   Agora vem o poder público e nos obriga a colocar cloro na nossa água que já há mais de cem anos consumimos sem nos causar malefício algum. Disse um funcionário:
 -Não importa se a água é limpa, ela precisa ser tratada. Além disso, temos que pagar R$ 4,00 todo mês para cada associado e ainda consumir água com um gosto horrível de cloro.
De acordo com a ciência, cloro é uma substância inofensiva à saúde. Quem garante que esta mesma ciência, daqui a pouco, descubra o contrário.
 Na antiga Roma, por exemplo, a ciência exigiu que a população tivesse água encanada com canos de chumbo. Exames em esqueletos daquele tempo indicam uma alta concentração de chumbo que é extremamente prejudicial à saúde. Certamente muitos romanos morreram intoxicados pelo chumbo e nunca souberam porque morreram. A ciência não é tão infalível como parece e muitas vezes oque valia há pouco tempo não vale mais. Então porque não nos deixam em paz. 

sábado, 10 de março de 2012

PERERECOFOBIA


 Esta é a perereca que estava no meu banheiro.  




                                                                                                  


PERERECOFOBIA

Não conheço mulher que não tenha medo de sapo.
 Durante uma festinha uma amiga veio correndo ao meu encontro, enquanto gritava desesperadamente:
- Um bicho! Vai lá matar aquele bicho nojento!
E mostrava com o indicador o banheiro da onde saíra, ainda, terminando de se vestir.
Armei-me com um cabo de vassoura e fui procurar a fera que assustara daquele jeito a moça. Nada encontrei. Quando ia saindo deparei-me com uma pequena perereca do tamanho de um polegar de criança, sentada na pia do banheiro. Olhou para mim assustada, e com a respiração ofegante.  Consegui agarrar a coitada e fui mostrá-la para a amiga para saber se fora isso que a assustara daquele jeito. Como me arrependi! A gritaria voltou e, agora, engrossada por mais duas amigas que também estavam na festa.
Então, fui soltar a coitada na natureza, lavei as mãos e fui ver como estavam as mulheres. Encontrei as três na sala agarradas, uma a outra, em cima do sofá. Quando me viram o desespero voltou:
- Sai daqui com esse bicho nojento!
Tive que lhes explicar que a pererequinha já não estava mais comigo. E para ficarem mais tranquilas disse que a matara.
Acho que essa “pererecofobia” (o termo é meu) merecia um estudo: 
porque as mulheres têm tanto mede de batráquios?
Outra coisa que não consigo entender é porque foram apelidar aquilo de "perereca". Uma coisa tem nada a ver com a outra.  Até eu poderia entender se o animalzinho tivesse atitudes frias e calculistas! Se atraísse, traiçoeiramente, suas vítimas como, por exemplo, as aranhas! Ou se tivesse o habito de comer salsichas ou minhocas! Mas nada disso confere! O bichinho é limpo, pequeno, e tem sangue frio. Além disso, a perereca (bichinho) nem é comestível! Não pode ser comida.

Vai entender esse mundo ilógico das mulheres e da linguagem!

segunda-feira, 5 de março de 2012

BRINCADEIRA DE CRIANÇA É COISA SÉRIA


BRINCADEIRA DE CRIANÇA É COISA SÉRIA


Todas as épocas têm suas peculiaridades. Em geral, cada um lembra, com saudade, do seu tempo de criança. Meus irmãos e eu fazíamos bois, carretas e vários utensílios agrícolas com bananeiras. Construíamos estradas que ligavam as propriedades e por elas transitávamos com os produtos que queríamos negociar. Folhas de laranjeira eram a moeda circulante.





Assim brincava a minha amiga. (Alessandra e Larissa.)
 Casca do cacho de coqueiro
Uma amiga, por quem tenho uma grande afeição, me contou que brincavam ao ar livre. Sentavam numa casca de coqueiro, aquela que protege o cacho, e aí se soltavam sobre um gramado íngreme no potreiro do pai dela. Disse-me que ainda hoje tem cicatrizes de ferimentos causados pelos tombos que levou. Mas que as marcas mais indeléveis são as que forjaram sua personalidade. Acho que um adulto, que é capaz de lembrar com saudade do seu tempo de criança é uma pessoas feliz.
Um dia, eu quis ensinar meu filho a brincar com bananeira. Ele não achou graça alguma. Um pouco decepcionado desisti. Depois me chamou para jogar vídeo game com ele.
Muitas vezes, quando vou ao nosso clube, vejo crianças e adolescentes fazendo guerra. Com vários note books, interagem, e dão tiros tentando eliminar um ao outro. Claro que é tudo um “faz de conta”, é guerra virtual. Procuro sempre ver o que está além do fato. Na minha concepção as crianças brincam para se preparar para a vida real. Trazem para a fantasia a realidade do mundo que os cerca. É um processo de aprendizagem através do lúdico.
Aborreço-me quando os vejo nessa atividade em sábados e domingos ensolarados tendo Logo aí ao lado um belo campo de futebol que a comunidade construiu com muito empenho e sacrifícios.                                                                                  


  Minha Flor Amarela. 

Será que o jeito de educarmos os nossos filhos está correto? Será que estamos fomentando a violência? Formamos uma geração de guerreiros? Não temos parâmetros para fazer esse julgamento. Só podemos conjeturar. Como todas as gerações, achamos que a nossa infância foi a mais saudável. Na época convivíamos mais intensamente com a natureza enfeitada com flores do campo. Lembro-me de uma, muito especial que até hoje meche com a minha fantasia. Ela era a minha flor, a mais linda entre todas. E era amarela.