segunda-feira, 25 de abril de 2016

OS DOIS LADOS DO MARTELO

Martelo de unha
martelo do borracheiro e outras finalidades


martelo do juíz
Martelinho de ouro ou “funilaria artesanal

simbolo do comunismo

Até dentistas e cirurgiões usam martelos para determinadas atividades




OS DOIS LADOS DO MARTELO

Creio que o martelo seja a ferramenta mais difundida no mundo. Em todo lar, minimamente organizado, há um martelo. Além de ser largamente utilizado por amadores, também faz parte do instrumental de muitos profissionais.
Conforme sua utilização ele muda de formato e tamanho. Existe, por exemplo, um bem pequeno utilizado por sapateiros. Até dentistas e cirurgiões usam martelos para determinadas atividades. Há os martelos enormes como marretas, utilizados para quebrar pedras e fazer trabalhos pesados. Existe, também o “Martelinho de ouro ou “funilaria artesanal. É uma técnica artesanal para desamassar carros, sem precisar de serviços de pintura.
 Porém, o mais comum e mais difundido é o martelo de unha. Esse, além da base para o impacto, possui duas unhas que servem para arrancar pregos. Os profissionais condenam essa prática (arrancar pregos com o martelo) por que dizem que isso danifica podendo, até, quebra-lo. Alegam que para isso existe o pé-de-cabra.
Para manusear com eficiência o martelo precisamos considerar dois princípios que são inversamente proporcionais: Se você segurar o cabo muito próximo do martelo então terá mais precisão na batida, porém menos força de impacto. Se, ao contrário, segurar o cabo mais no seu final então terá menos precisão, porém mais força de impacto.
O martelo é uma ferramenta de muita utilidade, porém ele pode se transformar em algo sinistro e maléfico. Quando você vê uma unha com uma mancha preta pode ter certeza que foi obra do martelo.
José Clemente Pozenato é um escritor de renome e mora em Caxias do Sul. Entre suas obras encontramos “O CASO DO MARTELO” que conta a história de um assassinato onde a arma do crime foi um martelo.
 O crime mais vergonhoso e hediondo cometido pela humanidade, talvez, tenha sido a crucificação de Cristo. Certamente, aí, o martelo teve participação efetiva.
Porém, como sempre, não é o instrumento que pratica o mal, mas sim quem o comanda. O revólver seria inofensivo se ninguém puxasse o gatilho
Se você não tem um martelo em casa trate de adquirir um. Ele é muito útil e até indispensável num lar.


segunda-feira, 18 de abril de 2016

UM MONSTRO EM ARROIO CANOAS

É claro que “monstro” é apenas o apelido.

Fiz, há pouco tempo, um trabalho com eles e me impressionei com o pronto atendimento

 A empresa conta com mão-de-obra qualificada

estoque, em torno de quinze cores diferentes de pedras. 






UM MONSTRO EM ARROIO CANOAS




  Em 2013 nascia, em Arroio Canoas, uma empresa. Na época, escrevi um texto sob o título “COMO NASCEM AS GRANDES EMPRESAS”.
  Depois de dois anos e meio estou novamente aqui para tratar da NJV Mármores.
- Apesar da “crise”, até hoje, não faltou trabalho, disse Nelci, quando lhe perguntei sobre os progressos da empresa.
          A marmoraria se instalou precariamente para, no decorrer dos anos, ampliar as instalações. Hoje conta com máquinas para os mais diversos fins e tem à disposição dos clientes um considerado estoque, em torno de quinze cores diferentes de pedras. Falando com Valdecir Deconti me disse que a cada quinze dias vem uma remessa de quinze pedras para repor o estoque. A empresa conta com mão-de-obra qualificada e entre eles o monstro. É claro que “monstro” é apenas o apelido. Seu nome é José Carlos Deconti. Na verdade, o apelido nada tem a ver com sua personalidade. É cortês com os clientes e trata todos com cordialidade. Com certeza o sucesso da empresa tem a ver com o modo com que ele trata as pessoas. Assim como José Carlos todos os funcionários são atenciosos e se esforçam para bem atender o cliente.
Fiz, há pouco tempo, um trabalho com eles e me impressionei com o pronto atendimento. Um dia depois da encomenda a pia já estava instalada na minha casa.
A NJV MÁRMORES trabalha com três tipos de pedras. Mármores para acabamentos internos por ser muito poroso, granito mais duro e resistente ao tempo para qualquer situação e, basalto principalmente para pisos. Trabalha com churrasqueiras, soleiras, pingadeiras, escadas, túmulos e móveis sob medida.
A empresa localiza-se na Estrada Geral de Arroio Canoas, entre as comunidades de Navegantes e Sagrado C. de Jesus, mais precisamente na propriedade de Elísio e Dorilda Anselmini. Em Arroio Canoas a Empresa atende pelo fone 51 3696 5016. Em Carlos Barbosa, Rua Veneza 67, fones 54 3461 5947 ou 54 9964 3723 ou 54 9238 4534.
Por dois meses a NJV MÁRMORES, estará patrocinando este espaço





domingo, 10 de abril de 2016

O JOGO DE CARTAS

baralho para schofkop, composto pelos quatro naipes do nove até o az
Armando Kuhn




O JOGO DE CARTAS

Quando tratamos do jogo de cartas, há pelo menos dois aspectos a serem considerados. Conheço indivíduos que arruinaram suas vidas, e da família, com o vício do jogo. Para tais pessoas o jogo de cartas se compara a qualquer outro vício. É preciso uma grande força de vontade para se livrar. São atraídos pela necessidade de arriscar-se. Vão em busca das emoções que lhes traz a expectativa do ganho. 
Tenho um amigo que que ganhou uma bela soma de dinheiro, fruto de vários dias de trabalho árduo. Antes de ir para casa alguns “amigos” o convidaram para uma carteada. Perdeu tudo e teve que ir para casa com o bolso vazio.
Mas o jogo de cartas pode ter, também, o aspecto lúdico. Uma carteada é capaz de reunir amigos e familiares. Joga-se não com o objetivo do ganho mas buscando a diversão e o convívio. Em geral as famílias se reúnem aos domingos e enquanto os homens jogam, as mulheres aproveitam para colocar as fofocas em dia, preparam guloseimas, ou assistem ao jogo torcendo cada uma para seu marido. Algumas vezes, as mulheres também participam do jogo, mas em geral elas jogam “o loto”, uma espécie de bingo.
 Na família de Armando Kuhn os homens se reúnem, de tempos em tempos, para um “schofkop” (schafkopf). Para o jogo se tornar mais interessante e os jogadores manterem o foco é costume jogar-se por dinheiro. Mas, o valor das apostas é somente simbólico. Porém, há quem afirme que nos Kuhn este valor não é tão simbólico assim. Sabe-se, por exemplo, que Gil já ganhou belas somas que seus cunhados e sogro perderam. Gil vangloria-se dizendo que sabe jogar melhor porém os parceiros dizem tratar-se unicamente de sorte.
Gilmar Pörsch é meu amigo e é casado com Ivete Kuhn Pörsch. Gil, como é conhecido, é, como eu, um “guaibeiro”. Ele é madrugador. Levanta às cinco da manhã para escutar o Rogério Mendelski no programa “Bom Dia” que vai ao ar, pela Rádio Guaíba, de segundas às sextas.

Quero deixar o meu abraço ao amigo Gilmar e a toda família Kuhn. São todos pessoas de bem e sabem manter estreitos os laços familiares. Com certeza o “schofkop” contribui significativamente para o fortalecimento desses laços.

segunda-feira, 28 de março de 2016

NÓS E OS ANIMAIS

Baleia encalhada
um cachorrinho mal tratado, sujo, faminto e cheio de perebas




NÓS E OS ANIMAIS

Ou talvez o título “NÓS, ANIMAIS” ficaria mais adequado?
Será que somos uma espécie de animais diferenciada? Parece-me que sim se considerarmos algumas aptidões que foram-nos legadas pela natureza. Temos uma inteligência privilegiada, livre arbítrio, poder de abstração e tantas outras. Mas se somos superiores em alguns aspectos perdemos em outros. Há quem diga que o cão tem um sentido apuradíssimos para perceber que seu dono está chegando em casa. Será isso telepatia?
Imagino que, lá no início, não havia animais domésticos. Cada espécie fora dotada de habilidades que lhe pudessem garantir a sobrevivência. Havia liberdade e autodeterminação para que cada espécie vivesse de acordo com sua natureza.
A domesticação é sempre uma violência. É um jogo de interesses. Um jogo de “toma lá e dá cá”. De dominação e submissão, é uma espécie de corrupção. Nós somos os corruptos e os animais, os corrompidos
Há alguns dias, apareceu, aqui em casa, um cachorrinho mal tratado, sujo, faminto e cheio de perebas. Quando domesticamos um animal lhe tiramos a habilidade de sobreviver por si. Ele desaprendeu a se bastar. Depende do alimento e abrigo do homem. Primeiro lhe tiramos a capacidade de sobreviver por si e depois, o abandonamos.
Então existem as “ASSOCIAÇÕES DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS”. São pessoas voluntárias que tem como objetivo coibir os maus tratos a animais.
Vi um vídeo onde um grupo de pessoas estava salvando uma baleia encalhada na praia. Aí por perto havia um tonel cheio de água e repleto de peixinhos. Uma criança se divertia olhando aqueles peixinho nadando no tonel. Então, um dos homens, com um balde, pegou uma quantidade daqueles peixinhos e derramou dentro da boca da baleia. A criança desatou a chorar desesperada.
Será que a vida de uma baleia vale mais que a de um peixinho?
Nos preocupamos com o nosso cachorrinho mas exterminamos as pulgas que num processo de simbiose habitam um lugar que a natureza lhes reservou. Vejo gente gritando contra maus tratos a cachorros, mas nunca vi alguém protestar contra o extermínio de pulgas, moscas, mosquitos, rãs... Tudo são vidas. Quem somos nós para sentenciar que uma vale mais que a outra?
Somos prepotentes e intervimos na natureza irresponsavelmente.
Escrevi no meu livro “REENCONTRO”:

. Nesse momento percebeu que a natureza soberana estava retomando o seu lugar depois de agredida e, aparentemente, subjugada. Ah o tempo! O que importa o tempo? A natureza tem mil caminhos para trilhar. Anos e séculos para esperar! Se a prepotência do homem cria obstáculos, com toda a paciência, ela os contorna. Sem pressa e sem alarde elege outro caminho. Ela é perfeita e insubjugável. Ela irá retomar a soberania mesmo que para isso tenha que se valer de crueldade. Sofre calada, os abusos de mil gerações e se vinga de uma só porque somos um tecido único desde o princípio. Quando parece derrotada ressurge vigorosa onde ninguém podia imaginar. 

segunda-feira, 21 de março de 2016

UMA AVENTURA DE DOIS MOLEQUES

 Reinoldo e Verônica Käfer



  UMA AVENTURA DE
 DOIS MOLEQUES

Beno e Erno são os filhos mais novos do casal Reinoldo e Verônica Käfer. Beno tinha dez e Erno sete quando a mamãe Verônica os chamou para irem na venda:
- Zwei kg Fleisch und fünfzig Gramm coalhen. (Dois kg de carne e cinquenta gramas de coalho). Era o que deveriam comprar na venda de Vitório Chies. Então Beno quis saber como se dizia coalhen em português porque Vitório era italiano e não falava alemão.
- Coalho, disse o pai Reinoldo, que estava ouvindo a conversa. O pequeno Erno prestou atenção e enquanto iam para a venda ficou repetindo a palavra para não esquecer.  
- Co a lho, co a lho, co a lho...
Quando chegaram, Beno fez o pedido. Dois kg de carne e quinhentos gramas de... Coalho, disse o pequeno Erno, se intrometendo no assunto.
Mas, Vitório estranhou o pedido. Certamente, os dois meninos não iriam comprar meio kg de coalho. Se quer ele tinha essa quantidade em estoque. Alguma coisa não estava batendo. Por sorte estava aí o Schneider Alvis que falando em alemão com os meninos descobriu que a quantidade não era quinhentos gramas, mas sim cinquenta. Resolvida esta questão puseram-se a caminho de casa.
Perto da onde, hoje, mora o Getúlio um córrego atravessava a estrada e logo após, um aclive acentuado. Antes de chegarem ao córrego um caminhão passou por eles. Era o Floriano. Para atravessar o córrego ele baixou a velocidade quase parando. Então, Beno teve a ideia de subirem no caminhão para pegarem uma carona até em casa. Sem muita dificuldade os dois subiram no caminhão. Acomodaram-se bem na frente da carroceria, colocaram as compras no chão e se seguravam com as duas mãos. Já perto de casa, as condições da estrada melhoraram e o caminhão aumentou a velocidade. Com o vento, o chapéu de Beno voou para baixo. Ele não teve dúvidas. Correu, a toda, até o fim da carroceria e apoiando uma mão na tampa saltou para baixo. Quem já pulou de um veículo em movimento sabe muito bem o que deve ter acontecido. O Coitado do menino levou um tombo fenomenal, mas sem demora se recuperou e foi pegar seu chapéu. O pequeno Erno, agora sozinho, se apavorou e imitando o irmão também saltou do caminhão.
 Aí, se lembraram das compras que haviam ficado no caminhão.
 O que fazer?
- Vamos correr atrás dele, disse Beno.
Para sorte deles Floriano tinha um negocio a resolver com Osvino Käfer. A parada foi suficiente para que Beno subisse no caminhão e resgatasse o saquinho com as compras.
Um pouco adiante, sentaram num barranco e examinaram os joelhos que, em função do tombo, sofreram arranhões significativos.
Jamais os pais dos garotos souberam do acontecido e nem o Floriano que, sem saber, deu carona aos dois moleques aventureiros.


segunda-feira, 14 de março de 2016

A NATUREZA MESTRA.



Diante da gravidez de Dora
 o Velho ficou um longo tempo ajoelhado em compenetrado silêncio.


A NATUREZA MESTRA.


Você faz ideia do que seja o tempo? Para alguns seres vivos um dia é uma vida toda. Usamos os ciclos para a contagem do tempo. Se a terra não girasse como contaríamos os dias, horas minutos etc.? Os ciclos são as pulsações do universo. Sem pulsações não haveria vida. Até a matéria, aparentemente inanimada, tem pulsações. Seus átomos estão em constante movimento.
As vezes nos damos conta de que estamos diante de um milagre; o milagre da volta. É quando percebemos que a natureza soberana retoma seu lugar depois de agredida e, aparentemente, subjugada. Aquela gravidez era efetivamente um milagre.

Ah o tempo! Afinal, o que importa o tempo? A natureza tem mil caminhos para trilhar. Anos e séculos para esperar! Se a prepotência do homem cria obstáculos, com toda a paciência, ela os contorna. Sem pressa e sem alarde elege outro caminho. Ela é perfeita e insubjugável. Ela é frágil como uma criança recém-nascida, uma flor desabrochando e ao mesmo tempo, tem o poder aniquilador de um tufão, a força de uma tempestade.   Ela irá retomar a soberania mesmo que para isso tenha que se valer de crueldade. Sofre, calada, os abusos de mil gerações e se vinga de uma só porque somos um tecido único desde o princípio. Quando parece derrotada ressurge vigorosa onde ninguém poderia imaginar. Ela é mestra por excelência. Ainda que nos indique caminhos aparentemente absurdos, seus ensinamentos acabarão prevalecendo.

 Diante da gravidez de Dora o Velho ficou um longo tempo ajoelhado em compenetrado silêncio. Queria vivenciar, intensamente, esse momento do qual, talvez, somente ele tinha a exata noção do verdadeiro alcance. Estava diante do improvável, do surpreendente, de um milagre.

segunda-feira, 7 de março de 2016

DE MÃO EM MÃO Chimarrão.





Rosane Hentz, filha de Guido, com a mãe, residentes no Paraguai
Marcelino Hentz, filho de Guido Hentz, Agricultor no Paraguai.

DE MÃO EM MÃO
 Chimarrão.

O chimarrão, talvez seja o símbolo que melhor identifica o gaúcho.
 Roberto Ave-Lallemant(1812-1884) visitando o Rio Grande do sul em março de 1858 registra a importância folclórica do chimarrão:
 “O símbolo da paz, da concórdia, do completo entendimento!
 Todos os presentes tomaram. Não se creia, todavia, que cada um tivesse sua bomba e sua cuia própria; nada disso. Assim perderia, o chimarrão, toda a sua mística significação.
Primeiro sorveu um velho capitão. Depois um jovem, um pardo decente, depois eu, depois o “Spahi”, depois um mestiço de índio e finalmente um português, todos pela ordem. Não há nisso nenhuma pretensão de precedência; nenhum senhor e criado; é uma espécie de serviço divino, uma piedosa obra cristã, um comunismo, uma fraternidade verdadeiramente nobre, espiritualizada. Todos os homens se tornam irmãos, todos tomam o chimarrão em comum. (Viagem pelo Sul do Brasil. Rio de Janeiro 1953).”

O importante que de MÃO EM MÃO o chimarrão, qual cachimbo da paz, une todas as culturas e constrói paz, união, companheirismo, circularidade de relações e o serviço de dar e receber. Enquanto você passa o chimarrão para o próximo bebê-lo, ele vai ficando melhor, mais suave. Isso é interpretado, poeticamente, como você desejar algo de bom para a pessoa ao lado e, consequentemente, às outras pessoas que também irão beber o chimarrão.
Centenas de gaúchos saíram daqui em busca de novas terras. O oeste catarinense foi o destino de muitos agricultores que dali partiram para o Paraná, Goiás, Mato Grosso e até o Paraguai. Esta gente toda continua ligada ao Rio Grande do Sul através dos seus costumes.
 Pela internet conheci parentes no Paraguai que continuam falando o hunsrik, um dialeto alemão que se falava quando partiram daqui. Guido Hentz com sua família, e muitos outros, há mais de setenta anos, estão estabelecidos no Paraguai. Todos esses anos não fizeram com que esquecessem o chimarrão.
Que ele continue unindo, ligando nossos corações, ligando nossas famílias porque o chimarrão é, também, um pouco evangelho vivo: o que ele significa ele realiza.