Como prometi na edição passada, aqui vai a versão em português do texto em Hunsrik.
UM CASAMENTO NO PARULHE ECK
Era um sábado insolado em “Parulhe Eck”, e a noiva estava feliz. Ia casar-se com o grande amor de sua vida.
Quem me contou a história foi meu irmão Nelson Hentz que foi professor em Boa Vista durante 15 anos. Naquele tempo, o professor acumulava várias funções: sacristão, maestro, ministro da eucaristia, catequista, enfim, quebra-galho para qualquer imprevisto na comunidade.
Padre José Scholl, vigário de Poço das Antas, foi o celebrante. Como meu irmão Nelson estava lá em cima na cantoria com seu coral, o senhor Flach Alvis, naquele dia, foi o sacristão substituto.
O padre entoava:
- “ Dominus vobiscum”, ao que o coral de Nelson respondia:
- “Et cum Spiritu tuo”. (Na época as celebrações eram oficiadas em latim).
E tudo transcorria na mais perfeita normalidade até a hora das alianças quando tudo aconteceu: A noiva teve um treco e desmaiou. Aos poucos foi despencando e não fosse o noivo segurá-la teria se espatifado no chão. Foi um tumulto e um reboliço de pessoas querendo ajudar. As mulheres com seus leques (o leque era moda na época) abanavam tentando reanimar a noiva, mas nada. Foi aí que a mãe da noiva gritou:
- Água, água... De fato, pensou Padre Scholl, água talvez resolva. Nisso já o sacristão substituto, o Senhor Flach Álvis, apareceu na cena com uma garrafinha. Entregou-a pro padre que derramou todo o liquido em cima da noiva.
Mas que infelicidade! Acontece que sobre a mesa da sacristia tinha ficado uma garrafinha com querosene que que o professor Nelson usava para abastecer um equipamento que se usava para acender as velas nos lugares mais altos do altar onde, com as mãos, não se alcançava.
A noiva estava ensopada e o cheiro de combustível era insuportável. O ar irrespirável fazia as pessoas tossirem e, assoavam as narinas. Muitos correram para fora para vomitar.
Quando a noiva recuperou os sentidos a cerimônia seguiu até o final.
Depois da missa houve muito cochicho. À boca pequena, as fofoqueiras faziam comentários maldosos. Entre outras coisas insinuavam que a noiva estava grávida, o que na época era um vexame.
Depois, na sacristia, houve um “bate-boca”: O sacristão substituto culpou o professor Hentz por ter deixado a garrafinha com querosene na sacristia.
Então Padre Scholl interveio:
- Por que estão discutindo? Por acaso o querosene não resolveu a situação?!!
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