segunda-feira, 14 de setembro de 2020

UM CASAMENTO NO PARULHE EK

                                                                   Igreja de Boa Vista 


 

 

 

Versão em português de  "Ain Hohtzait in Parulhe Ek"

 

                                  UM CASAMENTO  NO PARULHE EK

 

Era sábado e a noiva estava feliz. Teve a grande ventura de encontrar seu príncipe. Celina, a noiva, era filho do Ubaldo Henzel que morava no Parulhe ek mas o casamento ocorreu em Boa Vista

Quem me contou a história foi meu irmão Nelson Hentz que foi professor em Boa Vista durante 15 anos. Naqueles tempos o professor era também sacristão, maestro, ministro da eucaristia, catequista, e quebra galho para qualquer imprevisto na comunidade.

 Padre José Scholl, vigário de Poço das Antas, foi o celebrante. Como meu irmão Nelson estava lá em cima na cantoria com seu coral, o senhor Flach Alvis foi o sacristão substituto.

O padre entoava:

- “ Dominus vobiscum”, ao que o coral de Nelson respondia:

- “Et cum Spiritu tuo”. (Na época as celebrações eram oficiadas em latim).

E tudo estava transcorrendo na mais perfeita normalidade até na hora das alianças. E foi aí que tudo aconteceu. A noiva teve um treco e desmaiou. Aos poucos foi despencando e não fosse o noivo segurá-la teria se espatifado no chão. Foi um tumulto, um reboliço de pessoas querendo ajudar, muitas mulheres com seus leques (o leque era moda na época) abanavam tentando reanimar a noiva, mas nada. Foi aí que a mãe da noiva gritou:

- Água, água... De fato, pensou Padre Scholl, água talvez resolva. Nisso já o sacristão substituto, o Senhor Flach Álvis, apareceu na cena com uma garrafinha. Entregou-a pro padre que derramou todo o liquido em cima da noiva.

Mas que infelicidade! Acontece que sobre a mesa da sacristia tinha ficado uma garrafinha com querosene que que o professor Nelson usava para abastecer um equipamento que se usava para acender as velas nos lugares mais altos do altar.

A noiva estava ensopada e o cheiro do querosene era insuportável. O ar irrespirável fazia as pessoas tossirem e, assoavam as narinas.

 Mas não teve jeito e a cerimônia teve que seguir assim mesmo até o fim a pesar dos protestos da noiva.

No final da missa havia muito para comentar. A noiva mesmo vexada acabou rindo da própria desgraça. O sacristão substituto culpou o professor Hentz por ter deixado a garrafinha com querosene na sacristia.

Então Padre Scholl interveio:

- Por que estão a discutir?  Por acaso o querosene não resolveu a situação?

 

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