domingo, 18 de novembro de 2018

CONTAMINAÇÃO

ao ver uma família plantando flores numa rua recém calçada.


ao ver uma família plantando flores numa rua recém calçada.


ao ver uma família plantando flores numa rua recém calçada.



Igreja de S. Bernardino


percebi que um dos moradores havia pintado sua casinha







                                            CONTAMINAÇÃO




O termo contaminar, geralmente, se refere a transmissão de doenças, mas pode também significar influência sobre indivíduos e, muitas vezes, sobre uma população toda.
Foi isso o que aconteceu em São Bernardino.
 Conheci a localidade em 1968. Algumas choupanas e uma rua empoeirada no verão e barrenta nos dias de chuva. Naquele tempo, ninguém podia dar-se ao luxo de cultivar um jardim ou pintar sua casinha. A ordem era trabalhar. As dívidas precisavam ser pagas. Não havia qualquer tipo de incentivo governamental. Cada vintém tinha que ser arrancado da roça. E aí no meio do mato, afastados de tudo, os colonos precisavam bastar-se. Cada um desses pioneiros carregava sobre os ombros o peso da responsabilidade de fazer prosperar seu empreendimento. Eles vieram atrás de um sonho e impulsionados pelo espírito aventureiro embrenharam-se neste mundo selvagem onde não havia um mínimo de conforto.
De tempos em tempos eu visitava São Bernardino pois lá morava, e ainda mora, meu irmão Nelson Hentz que foi professor e um dos pioneiros da localidade.
Em certa ocasião, lá no início, percebi que um dos moradores havia pintado sua casinha. Nas visitas seguintes mais colonos estavam seguindo o exemplo, e o que era somente umas choupanas sem graça foi se transformando numa aldeia com casas muito simples, porém pintadas, e pátios com jardins multicoloridos.
É a contaminação. O vizinho, talvez por vergonha ou inveja, também pintou sua casinha. E como se fosse um vírus, a ideia se espalhou e, aos poucos, foi contaminando toda vila.
No Sagrado, em Arroio Canoas, o povo cuida com esmero do embelezamento da comunidade. A praça e os arredores da igreja estão sempre bem cuidados.
 Certo dia me surpreendi ao ver uma família plantando flores numa rua recém calçada. Era a família de Remídio Käfer e seus vizinhos Ricardo e Isolde. Quero parabenizar as duas famílias pela ideia feliz e muito louvável.
A iniciativa da família Käfer certamente irá contaminar o Sagrado.

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