O sino da minha terra é inconfundível. |
desta vez maior e que, até hoje, está dobrando no campanário da igreja. |
Nossa igrejinha. Sagrado C. de Jesus |
O SINO
A nossa comunidade foi
fundada em 1898. Os primeiros moradores construíram uma igrejinha e compraram
um sino.
Em geral, as organizações têm símbolos e através
deles são identificados. O símbolo mais importante do cristianismo é a cruz.
Mas existem muitos outros como, por exemplo, o sino. Desde os primeiros tempos,
os cristãos fizeram do sino um símbolo religioso.
Entre os nossos
primeiros colonos, além de símbolo, o sino foi, também, um meio de comunicação. Através
dele os fiéis eram chamados para os cultos, anunciava-se o falecimento de
alguém da comunidade e três vezes ao dia tocava-se as Ave-marias para lembrar os
moradores da sua condição de cristãos.
O nosso primeiro sino
foi importado da Alemanha. Mas, ele não tocava suficientemente alto para cumprir com
sua função comunicadora. Muitos colonos não o ouviam. Então, imaginaram que
aumentando o badalo o som também seria ampliado e todos poderiam ouvi-lo. Havia
por aqui um ferreiro de nome João Ernzen, pai de Armándio Ernzen, que executou
a reforma. Porém, essa providência redundou num terrível fracasso, pois o sino
não fora planejado para suportar as batidas de um badalo mais pesado e, em
consequência, rachou. Foi necessário comprar um novo sino, desta vez maior e
que, até hoje, está dobrando no campanário da igreja.
Nas comunidades do
interior e nas pequenas cidades podem-se ouvir, ainda hoje, os sinos tocando
nos campanários. Mas nas grandes cidades as igrejas foram engolidas pela
arquitetura moderna e pelo progresso. As que não foram derrubadas estão
escondidas entre prédios e enormes edifícios.
O sino da minha terra é
inconfundível. Nenhum outro, no mundo, emite som mais bonito. Com certeza
muitos dos prezados leitores têm esta mesma opinião a respeito do sino de sua
comunidade. É que a nossa memória tem o poder de registrar vivências desde os
nossos primeiros anos de vida.
Quando, no entardecer, ouço tocar as Ave-marias uma agradável sensação de nostalgia me invade. Não há silêncio mais comovente. Tudo para. Depois da última badalada o som ainda ecoa por instantes até cessar por completo.
Quando, no entardecer, ouço tocar as Ave-marias uma agradável sensação de nostalgia me invade. Não há silêncio mais comovente. Tudo para. Depois da última badalada o som ainda ecoa por instantes até cessar por completo.
Aqui na minha terra,
ainda, é assim.
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