segunda-feira, 5 de agosto de 2013

CAVALGANDO UMA PORCA





Em meio a vara havia uma porca enorme com filhotes.
CASA DA VÓ FRIDA


CASA DA VÓ FRIDA

No potreiro havia uma bergamoteira grande
que produzia frutos saborosos. 
VOVÓ FRIDA

DEPOIS QUE VOVÔ EDMUNDO LUDWIG FALECEU...

VARA DE PORCOS COMUNS NO POTREIRO




CAVALGANDO UMA PORCA


Aconteceu em Boa Vista, hoje, município de Poço das Antas. O Ili morou, durante alguns anos, com sua vovó Frida. Depois da morte de Edmundo Ludwig, o pai do Ili concordou em ceder o menino durante algum tempo para fazer companhia à vovó Frida e ajudar em alguns afazeres.
Naquela época, os colonos criavam o “porco comum”. É um porco muito rústico criado nos potreiros precisando de, quase, nenhum cuidado. Para alimentá-los debulhavam uma espiga de milho, alguns restos de comida, cascas de legumes e a água onde fora lavada a louça. (sutel wasser). No potreiro, comiam grama e reviravam o solo a procura de pequenos tubérculos, (ibi) minhocas e etc.
Era época da bergamota. No potreiro, havia uma bergamoteira grande que produzia frutos saborosos. Depois do meio dia, quando a vovó Frida ia dormir a sua sesta, o Ili, sempre, trepava naquela bergamoteira e enchia a barriga com aquelas bergamotas suculentas e saborosas. Só no “Barrulhe Eck” dava bergamotas assim. Os porcos, quando percebiam, se juntavam em baixo da bergamoteira para comer as cascas e os grãos que ele, lá em cima, descartava. Em meio a vara, (vara se diz para uma tropa de porcos) havia uma porca enorme com filhotes.
Um dia, O menino viu uma bergamota muito graúda lá na ponta de um galho. Não que ali ao alcance das suas mãos não houvesse, também, lindas e saborosas, mas aquela parecia especial. Tentou agarrá-la puxando o galho para perto de si, mas a manobra não teve êxito. Então, se atreveu subir mais um pouco. No momento em que conseguiu agarrar a tão desejada fruta, o galho não mais suportou o peso e os dois, galho e Ili, despencaram lá de cima. E como o prezado leitor já deve estar imaginando ele caiu exatamente em cima da porca, de pernas abertas ficando montado no animal. A porca soltou um grunhido, aquele característico quando os porcos se assustam, e saiu numa disparada maluca com o Eliseu montado nela. Quando chegaram perto do arroio a porca deu uma freada abrupta derrubando o menino que caiu numa poça de barro. A vovó Frida, que recém tinha levantado da sua cochilada, presenciou o acontecido. Veio correndo para acudir o netinho que se retorcia de dor. Então, a vó viu que ele segurava, com muita força, numa das mãos alguma coisa. Era aquela bergamota. Só que imprestável por que de tanto apertar só sobrara a casca e o bagaço.
O Eliseu jamais revelou esta aventura para alguém. E teria ficado no esquecimento não fosse um dia a vó Frida, quando ainda viva, ter me contado o caso.
O Eliseu e sua família são amigos especiais. É casado com a Luciana e tem dois filhos maravilhosos: A Jéssica e o Guilherme.
O meu abraço hoje vai para o Eliseu e sua família. 

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