Em meio a vara havia uma porca enorme com filhotes. |
CASA DA VÓ FRIDA |
CASA DA VÓ FRIDA |
No potreiro havia uma bergamoteira grande que produzia frutos saborosos. |
VOVÓ FRIDA |
DEPOIS QUE VOVÔ EDMUNDO LUDWIG FALECEU... |
VARA DE PORCOS COMUNS NO POTREIRO |
CAVALGANDO UMA PORCA
Aconteceu em Boa Vista,
hoje, município de Poço das Antas. O Ili morou, durante alguns anos, com sua vovó
Frida. Depois da morte de Edmundo Ludwig, o pai do Ili concordou em ceder o menino durante algum tempo para fazer companhia à vovó Frida e ajudar em alguns
afazeres.
Naquela época, os
colonos criavam o “porco comum”. É um porco muito rústico criado nos potreiros
precisando de, quase, nenhum cuidado. Para alimentá-los debulhavam uma espiga
de milho, alguns restos de comida, cascas de legumes e a água onde fora lavada
a louça. (sutel wasser). No potreiro, comiam grama e reviravam o solo a procura
de pequenos tubérculos, (ibi) minhocas e etc.
Era época da bergamota.
No potreiro, havia uma bergamoteira grande que produzia frutos saborosos. Depois
do meio dia, quando a vovó Frida ia dormir a sua sesta, o Ili, sempre, trepava
naquela bergamoteira e enchia a barriga com aquelas bergamotas suculentas e
saborosas. Só no “Barrulhe Eck” dava bergamotas assim. Os porcos, quando
percebiam, se juntavam em baixo da bergamoteira para comer as cascas e os grãos
que ele, lá em cima, descartava. Em meio a vara, (vara se diz para uma tropa de
porcos) havia uma porca enorme com filhotes.
Um dia, O menino viu
uma bergamota muito graúda lá na ponta de um galho. Não que ali ao alcance das
suas mãos não houvesse, também, lindas e saborosas, mas aquela parecia
especial. Tentou agarrá-la puxando o galho para perto de si, mas a manobra não
teve êxito. Então, se atreveu subir mais um pouco. No momento em que conseguiu
agarrar a tão desejada fruta, o galho não mais suportou o peso e os dois, galho
e Ili, despencaram lá de cima. E como o prezado leitor já deve estar imaginando
ele caiu exatamente em cima da porca, de pernas abertas ficando montado no
animal. A porca soltou um grunhido, aquele característico quando os porcos se
assustam, e saiu numa disparada maluca com o Eliseu montado nela. Quando
chegaram perto do arroio a porca deu uma freada abrupta derrubando o menino que
caiu numa poça de barro. A vovó Frida, que recém tinha levantado da sua cochilada, presenciou o acontecido. Veio correndo para acudir o netinho que se retorcia de
dor. Então, a vó viu que ele segurava, com muita força, numa das mãos alguma
coisa. Era aquela bergamota. Só que imprestável por que de tanto apertar só
sobrara a casca e o bagaço.
O Eliseu jamais revelou
esta aventura para alguém. E teria ficado no esquecimento não fosse um dia a vó
Frida, quando ainda viva, ter me contado o caso.
O Eliseu e sua família
são amigos especiais. É casado com a Luciana e tem dois filhos maravilhosos: A
Jéssica e o Guilherme.
O meu abraço hoje vai
para o Eliseu e sua família.
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