preparavam dormentes para serem levados a Barão ou Salvador |
eram vendidos para a companhia que construía a estrada de ferro. |
GIOCONDO CHIES
A família de Santo Chies veio da Itália quando ele tinha sete anos de idade. Estabeleceram-se na
localidade de Santa Clara, hoje, pertencente ao município de Carlos Barbosa.
Santo casou com Angelina Canal Chies e quando já tinham doze filhos, de um
total de quinze, vieram morar em Arroio Canoas.
De acordo com alguns depoimentos, Santo teria sido o primeiro leiteiro
da Cooperativa Santa Clara. Outros dizem ter sido Florindo Chies. Santo foi,
também, sócio fundador, e seu nome consta na lista dos trinta e dois sócio
fundadores.
No texto de hoje, quero falar sobre Giocondo Chies, um dos quinze
filhos de Santo.
Conheci-o quando eu ainda era
menino. Era um homem pacífico, honesto e trabalhador. Fazia balaios, gamelas,
vassouras e manejava o machado e o serra como poucos.
Por ocasião da construção da estrada de ferro, ele, com a ajuda de
outras pessoas, preparavam dormentes para serem levados a Barão ou Salvador
onde eram vendidos para a companhia que construía a estrada de ferro.
Apesar da pouca escolaridade Giocondo era homem culto. Juntamente com
meu pai assinavam o “A NAÇÃO”. Este jornal vinha editado com um suplemento em
alemão. Meu pai lia o suplemento e Giocondo a parte editada em português. Mais
tarde, comprou um rádio e aí passava horas, principalmente de noite, tentando
sintonizar esta ou aquela emissora. Lembro que a preferida era a rádio
Aparecida de São Paulo que com seus noticiários saciava sua sede por
informações do Brasil e do mundo.
Giocondo sempre levantava cedo. Ele era sinaleiro e antes de tocar as
“AVE-MARIAS” matutinas, fazia longas caminhadas pela localidade e aproveitava
para tomar seu chimarrão na vizinhança.
Meu pai e ele eram muito
amigos. Lembro que, ao menos uma noite por semana, vinha passear lá em casa.
Então, conversavam sobre muitos assuntos que eu não entendia por ser, ainda,
criança. Mas gostava de ficar aí sentado junto deles a observá-los com respeito
e admiração. Algumas vezes ficavam sérios ou riam dependendo do enfoque da
conversa. Ele tinha a mania de se pegar nos cabelos quando o assunto era muito
engraçado.
Eu tive a ventura de ter, em
pessoas como Giocondo e meu pai, parâmetros para a minha vida.
Muito interessante esta informação. Gostei.
ResponderExcluirEsta história é muito interessante. As fotos são fenomenais e históricas. Parabéns.
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