segunda-feira, 8 de julho de 2013

GIOCONDO CHIES

 preparavam dormentes para serem levados a Barão ou Salvador 

 eram vendidos para a companhia que construía a estrada de ferro.





GIOCONDO CHIES

A família de Santo Chies veio da Itália quando ele tinha  sete anos de idade. Estabeleceram-se na localidade de Santa Clara, hoje, pertencente ao município de Carlos Barbosa. Santo casou com Angelina Canal Chies e quando já tinham doze filhos, de um total de quinze, vieram morar em Arroio Canoas.
De acordo com alguns depoimentos, Santo teria sido o primeiro leiteiro da Cooperativa Santa Clara. Outros dizem ter sido Florindo Chies. Santo foi, também, sócio fundador, e seu nome consta na lista dos trinta e dois sócio fundadores.
No texto de hoje, quero falar sobre Giocondo Chies, um dos quinze filhos de Santo.
 Conheci-o quando eu ainda era menino. Era um homem pacífico, honesto e trabalhador. Fazia balaios, gamelas, vassouras e manejava o machado e o serra como poucos.
Por ocasião da construção da estrada de ferro, ele, com a ajuda de outras pessoas, preparavam dormentes para serem levados a Barão ou Salvador onde eram vendidos para a companhia que construía a estrada de ferro.
Apesar da pouca escolaridade Giocondo era homem culto. Juntamente com meu pai assinavam o “A NAÇÃO”. Este jornal vinha editado com um suplemento em alemão. Meu pai lia o suplemento e Giocondo a parte editada em português. Mais tarde, comprou um rádio e aí passava horas, principalmente de noite, tentando sintonizar esta ou aquela emissora. Lembro que a preferida era a rádio Aparecida de São Paulo que com seus noticiários saciava sua sede por informações do Brasil e do mundo.
Giocondo sempre levantava cedo. Ele era sinaleiro e antes de tocar as “AVE-MARIAS” matutinas, fazia longas caminhadas pela localidade e aproveitava para tomar seu chimarrão na vizinhança.
 Meu pai e ele eram muito amigos. Lembro que, ao menos uma noite por semana, vinha passear lá em casa. Então, conversavam sobre muitos assuntos que eu não entendia por ser, ainda, criança. Mas gostava de ficar aí sentado junto deles a observá-los com respeito e admiração. Algumas vezes ficavam sérios ou riam dependendo do enfoque da conversa. Ele tinha a mania de se pegar nos cabelos quando o assunto era muito engraçado.
 Eu tive a ventura de ter, em pessoas como Giocondo e meu pai, parâmetros para a minha vida.


2 comentários:

  1. Muito interessante esta informação. Gostei.

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  2. Esta história é muito interessante. As fotos são fenomenais e históricas. Parabéns.

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