domingo, 10 de março de 2013

UM FATO PITORESCO

 muitos foguetes foram estourados como sinal de alegria
Casa de Guido onde aconteceu o acidente



O Fix, que era ainda pequenino, só levava dois foguetes,
um em cada mão.

Sempre havia algo para ser inventado. 



UM FATO PITORESCO.



Quando os filhos do Guido eram pequenos, os tempos eram  diferentes. As crianças tinham que usar a criatividade para brincar. Não havia brinquedo comprado. Com bananeiras faziam bois, carroças e casas. Laranjas se transformavam em bolas de futebol ou pegavam uma meia velha e a enchiam com panos e palha. Corriam atrás de preás, procuravam balões de abelhas para chuparem o mel e caçavam passarinhos. Sempre havia algo para ser inventado. Qualquer coisa era transformada em brinquedo.
 Certe vez, houve uma grande comemoração na comunidade. Nosso Clube havia se sagrado campeão mais uma vez. E, como acontece nestas ocasiões, muitos foguetes foram estourados como sinal de alegria pela conquista e, também, para provocar os adversários.   No dia seguinte, a gurizada foi juntar os foguetes que haviam sido estourados durante as comemorações. Os guris do Guido é que, por primeiro, se deram conta de que aqueles foguetes estourados poderiam servir para alguma coisa. De manhã, bem sedo, os quatro subiram ao clube e recolheram tudo o que conseguiram carregar para casa. Quem comandou a operação foi o Antenor, o mais velho. Encheram três sacolas e muito felizes foram para casa. O Antenor o Eitor e o Ili, que estava em casa de férias, carregaram as sacolas, e o Fix, que era ainda pequenino, só levava dois foguetes, um em cada mão.
 Naquela semana havia muito para brincar. Festejaram conquistas, casamentos, festas e, também, o kerb. Porém, depois de uma semana, aquilo já não tinha mais graça. Então, o Eitor teve a ideia de queimar os foguetes no fogão à lenha onde a mãe estava fazendo a comida. Eram onze horas quando se ouviu um estouro fenomenal. A mãe havia saído para recolher os ovos e ao voltar, quando entrava pela porta da cozinha com os ovos, aconteceu a explosão. Entre os foguetes havia um que, ainda, tinha estourado. Os anéis do fogão, a panela de feijão e todo o almoço foram pros ares. A comida estava espalhada por toda a cozinha. Um bife estava grudado no teto e outro no vidro da janela. Com o susto a mãe largou o balaio e todos os ovos se quebraram.
 Por sorte ninguém se feriu e o fogão não sofreu danos significativos. Na casa de Guido, naquele dia, só se comeu pão na hora do almoço. Sequer, sobrou um ovo para fritar.

Um comentário:

  1. Não conhecia esta história. Estou conhecendo aos poucoso que já se passoa nesta terra.

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