segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O MARTELO

 Alegam que para isso existe o pé-de-cabra.

Martelo do juiz

 Porém, o mais comum e mais difundido é o martelo de unha. 

Martelo de borracha


O MARTELO




Creio que o martelo seja a ferramenta mais difundida no mundo. Em todo lar, minimamente organizado, há um martelo. Além de ser largamente utilizado por amadores também faz parte do instrumental de muitos profissionais.
Conforme sua utilização ele muda de formato e tamanho. Existe, por exemplo, um bem pequeno utilizado por sapateiros. Até dentistas e cirurgiões usam martelos para determinadas atividades. Há os martelos enormes como marretas, utilizados para quebrar pedras e fazer trabalhos pesados.
 Porém, o mais comum e mais difundido é o martelo de unha. Esse, além da base para o impacto, possui duas unhas que servem para arrancar pregos. Os profissionais condenam essa prática (arrancar pregos com o martelo) por que dizem que há um risco grande de danificar ou até quebrar o cabo. Alegam que para isso existe o pé-de-cabra.
Para manusear com eficiência o martelo precisamos considerar dois princípios que são inversamente proporcionais: Se você segurar o cabo muito próximo do martelo então terá mais precisão na batida, porém menos força de impacto. Se, ao contrário, segurar o cabo mais no seu final então terá menos precisão, porém mais força de impacto.
O martelo é uma ferramenta de muita utilidade, porém ele pode se transformar em algo sinistro e maléfico. Quando você vê uma unha com uma mancha preta pode ter certeza que foi obra do martelo.
José Clemente Pozenato é um escritor de renome e mora em Caxias do Sul. Entre suas obras encontramos “O CASO DO MARTELO” que conta a história de um assassinato onde a arma do crime foi um martelo.
 O crime mais vergonhoso e hediondo cometido pela humanidade, talvez, tenha sido a crucificação de Cristo. Certamente, aí, o martelo deve ter tido uma participação efetiva.
Porém, como sempre, não é o instrumento que pratica o mal, mas sim quem o comanda. O revólver seria inofensivo se ninguém puxasse o gatilho. A bomba atômica faria mal a ninguém se não fosse disparada.  
Se você não tem martelo em casa trate de adquirir um. Ele é muito útil e até indispensável num lar.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O FANTASMA





 sobre a prateleira uma estatueta
de Santo Antônio


 Miguel e Adelina são os ancestrais da família Royer em Arroio Canoas.
 Tiveram dezessete filhos

Dos dezessete filhos, dois morreram prematuramente




Casa construída por Miguel Royer

Residencia da família Royer




                                                     
                                                     O FANTASMA



 Miguel e Adelina são os ancestrais da família Royer em Arroio Canoas. São naturais da Linha Francesa onde casaram e tiveram a primeira filha, a Clara. A história que vou contar aconteceu com Arsênio Royer um dos filhos de Miguel.
Quando Arsênio casou foi morar numa casa grande que fora construída para ser um salão de bailes. Pertencia ao seu pai que lhe arrendou a casa e toda a propriedade pelo prazo de dois anos.
A casa tinha fama de mal assombrada. Contava-se que à noite apareciam luzes no potreiro, nas estrebarias e no paiol. Arsênio era um homem corajoso e não dava ouvidos a tais boatos.
Depois de algum tempo, algo muito estranho começou a acontecer. Acima da soleira da porta do quarto do casal, havia uma pequena prateleira e sobre a prateleira uma estatueta de Santo Antônio. A estatueta fora um presente de casamento de Ataliba e Elsa Käfer hoje falecidos.
Todas as noites, quando o casal já estava na cama, a estatueta tombava. Arsênio acendia o lampião, ainda não tinha energia elétrica em Arroio Canoas, ia verificar, mas não conseguia descobrir o que derrubava o Santo Antônio. Então, subia numa cadeira e recolocava o Santo na sua posição correta. Mal estava deitado e o Santo Antônio tombava novamente.
Conta Arsênio que durante várias noites o fato se repetia sem que ele conseguisse desvendar o mistério, até que, numa noite, flagrou um rato fugindo quando Arsênio, com o lampião aceso, saiu do quarto. O mistério estava desvendado.
A estatueta era oca, e na base tinha um buraco. Certamente o rato derrubava o Santo Antônio para ter acesso ao interior e ali fazer o seu ninho.
É de admirar a coragem de Arsênio, pois muitos teriam abandonado aquela casa.
O casal Arsênio e Norma é muito acolhedor. Se um dia o prezado leitor tiver a oportunidade de visitá-los, peça para que lhe mostrem a estatueta de Santo Antônio. Eles a mantêm guardada até hoje e serve de lembrança do casal que lhes deu de presente de casamento. Acho que aí está o verdadeiro significado de se dar um presente. Algo que torna você presente na vida da pessoa presenteada. Se você der dinheiro ele é gasto e nada mais fica de recordação.   


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

FESTA CAFUNDÓ 2012





 Ela encanta pela sua simplicidade 

A capela é uma das poucas consagradas a Santa Luzia.
Devoção a Santa Luzia, protetora dos olhos. 

 Animamos a missa com o nosso Grupo de Cantos do Sagrado,
 desta vez, com as crianças.

famílias, ou grupos de pessoas, almoçaram num clima descontraído 

 Entre eles, várias mulheres que com sua beleza e simpatia
 colaboraram com o brilho e a magia da festa.

Um cochilo depois do almoço

o lugar é aprazível em meio à natureza, 





FESTA DE CAFUNDÓ, 2012



A comunidade de Cafundó é muito pequena. Em épocas passadas, muitas famílias moravam aí. A comunidade era próspera baseada na agricultura familiar. Graças à fertilidade de suas terras, produzia uma grande variedade de gêneros. O Raimundinho, com sua carroça puxada por duas ou três parelhas de mulas, levava a produção até Arroio Canoas e daí, com o caminhão da Cooperativa, para Porto Alegre.
Mas as terras, apesar de férteis, perderam seu valor devido à topografia. São encostas íngremes que a agricultura mecanizada não consegue aproveitar. Por isso houve o êxodo rural e as pessoas migraram para as cidades próximas se empregando nas indústrias que, em franco desenvolvimento, necessitavam de muita mão de obra.
Ninguém sabe, ao certo, porque a Festa de Cafundó é sempre tão concorrida. Devido à falta de pessoas (êxodo rural) a comunidade encontrou dificuldades para realizar a festa e durante alguns anos foi suspensa.
Padre Ademar, quando chegou à paróquia de poço das Antas, retomou a festa porque, segundo ele, o lugar é aprazível em meio à natureza, e porque a capela é uma das poucas consagradas a Santa Luzia. No primeiro ano da sua reedição compareceram somente 150 pessoas. Mas, aos poucos, a festa foi reconquistando seu brilho e nesta última edição foram servidos mais de mil e  quinhentos almoços.
A festa transcorreu num clima informal onde, muitas pessoas, ao invés de sentarem à mesa para almoçar, preferiram fincar um espeto não chão e, sobre uma toalha, a maionese, saladas e o pão. Assim, famílias, ou grupos de pessoas, almoçaram num clima descontraído recuperando a velha tradição da festa, que lá no início, era assim.
A nossa comunidade participou com muitas pessoas ajudando a servir e organizar a festa e, como já é tradição, animamos a missa com o nosso Grupo de Cantos do Sagrado, desta vez, com as crianças. Sei, também, que muitas outras comunidades colaboraram, como: Trípoli, Carolina, Boa Vista do Sul, Carlos Barbosa e um grupinho da Linha Fátima. Conversei com eles e me disseram que já, há quatro anos, percorrem, a pé, quatorze km porque são devotos de Santa Luzia. Era um grupo alegre e disposto e, entre eles, várias mulheres que com sua beleza e simpatia colaboraram com o brilho e a magia da festa.
O dinheiro arrecadado será totalmente investido na reforma da capelinha. Ela encanta pela sua simplicidade e é a única construída em madeira no município de Barão. Por isso merece ser preservada.
Parabéns ao povo de Cafundó. Aos moradores locais e a tanta gente de fora que fizeram, mais uma vez, dessa festa um acontecimento marcante no calendário de eventos de Barão.



terça-feira, 4 de dezembro de 2012

E. S. C. DE JESUS





Prof. Pedro Kocchann último professor a lecionar em
língua alemã na E.S.C. de Jesus 

Escolinha antiga. Muitos filhos desta terra estudaram aqui.



                       Escola Sagrado Coração de Jesus



      Os colonos alemães e italianos sempre deram uma atenção especial à educação. Aqui em Arroio Canoas não foi diferente. A Escola Sagrado Coração de Jesus existe desde a fundação da localidade. Durante esses mais de cem anos muitos professores trabalharam por aqui: Arthur Hentz, Jacob Riter, Fridolin Dihl, Wilibald Hartmann para citar alguns dos antigos.
Já, em época mais recente, Pedro Kochhan também lecionou aqui. Foi um professor muito enérgico. Durante a segunda guerra mundial lhe foi proibido lecionar em língua alemã. Isso fez com que enfrentasse grandes dificuldades, pois não conhecia suficientemente o português. Os alunos, daquela época, foram muito prejudicados. A maioria deles, hoje, mal sabe ler e escrever.
  Depois teve o Arsênio, o Geraldo, a Nísia, o Arlindo Scottá, a Vera a Josérida e uma lista muito grande de professores que aqui dedicaram seu trabalho para a educação dos filhos dos colonos. Atualmente duas professoras estão trabalhando aqui. A Flávia e a Rejane.
Eu também estudei na Escola Sagrado Coração de Jesus. Foi uma época muito bonita. Lembro de alguns colegas:
-O Dorvaldo Ongaratto, a Ilone, O Lauredo, o Ivo, o Flávio, o Eloides, o Divo Fantineli e o irmão dele, o Vitor Scottá, o Irineu, a Deolides Salvi, só para citar alguns.
No recreio, jogávamos “Barra” ou “Bandeira Velha”. O pátio e a sala de aula estavam sempre cheios de crianças.
 Hoje, perguntei a um menino em que série estudava. Ele respondeu que na primeira. Perguntei quantos colegas tinha. Não tinha colegas. Estava sozinho.
Já se cogitou em fechar a Escola. A Senhor do Bom Fim foi municipalizada. Em Barão, o curso do Magistério reabriu. Havia fechado por falta de alunos. Acho que a nossa educação já viveu dias melhores.