terça-feira, 29 de novembro de 2011

Entrvista para Juremir Machado.


ENTREVISTA PARA JUREMIR MACHADO DA SILVA

Parte 1/10 Esta entrevista foi gravada no dia 21/11/2011 e foi ao ar pela UNITV CANAL 15 no programa "LIVRO ABERTO" DE JUREMIR MACHADO DA SILVA

 
                                                              Parte 2/10
Nos fundos o sino de Arroio Canoas com as "Ave Marias" vespertinas

Parte 3/10Parte 4/10Parte 5/10Parte 6/10Parte 7/10Parte 8/10Parte9/10Parte 10/10

domingo, 27 de novembro de 2011

SAO BERNARDINO















SAUDADE E AVENTURA
Conheci São Bernardino em 1968. Algumas choupanas e uma rua empoeirada no verão e barrenta nos dias de chuva. Naquele tempo, ninguém podia dar-se ao luxo de cultivar um jardim ou pintar sua casinha. A ordem era trabalhar. As dívidas precisavam ser pagas. Não havia qualquer tipo de incentivo governamental. Cada vintém tinha que ser arrancado da roça. E aí no meio do mato, afastado de tudo, os colonos precisavam se bastar. O homem tinha sobre seus ombros o peso da responsabilidade de fazer prosperar o seu empreendimento. Ele viera atrás de um sonho e impulsionado pelo espírito aventureiro embrenhara-se neste mundo selvagem onde não havia um mínimo de conforto.
Mas, as mulheres foram as mais sacrificadas, por que eram arrancadas do seu mundo para acompanhar o sonho do marido que nem sempre era o seu. Ela precisava esquecer o conforto, a segurança, a vaidade natural de toda mulher, anular seus anseios para se amalgamar ao projeto do marido. E além de toda a lida doméstica ajudava na roça porque era necessário produzir, produzir e produzir.
Visitei algumas famílias e em cada rosto desses pioneiros pude ver a marca da dureza daqueles primeiros anos, e no olhar a saudade das “velhas colônias” que ficaram para trás. E então a visita, que deveria ser rápida, se estendia porque queriam saber de tudo e de todos.      
No início a localidade era conhecida como “Vila Scheid” porque Aldino Leo Scheid foi o pioneiro e colonizador da região. Ele mesmo, em determinada ocasião, mudou essa denominação para São Bernardino por que o seu aniversario coincidia com o dia dedicado a São Bernardino.
Os primeiros colonos vieram em 1958 e em 1968 já 90 alunos frequentavam a escola. Algumas coisas, lá no início, eram importantes para a comunidade: casa comercial, escola, igreja e uma serraria. Nelson contou-me que Friedhold Joao Walker teve uma serraria. Ele foi um homem importante na comunidade a ponto de merecer uma homenagem. O ginásio de esportes recebeu seu nome. Ele é pai do atual prefeito, Waldir Walker, o quarto desde a criação do município.
Esses pioneiros, muitos ainda vivos, são os verdadeiros heróis de São Bernardino. Eles, em trinta anos transformaram humildes choupanas em mansões, estradas empoeiradas e lamacentas em ruas asfaltadas e um aglomerado de vinte casinhas humildes numa cidade encantadora. Vi jardins com flores multicoloridas e entre elas uma amarela a mais linda de todas.  A população é educada e simpática e ao andar pelas ruas as pessoas me cumprimentavam com um cortês “bom dia” ou “boa tarde”.
Alguns pioneiros: Schneider, Riffel Krindges, Wolfard, Fusinger, Ludwig, Fritzen, Weschenfelder, Haupentahl, Walker e muitos outros.
Contei um pouco da história de São Bernardino. Se mudássemos, somente, os nomes ela caberia em centenas de localidades espalhadas por esse Brasil afora. E em cada coração desses aventureiros ainda palpita o amor pelo Rio Grande presente no chimarrão, Grêmio e Colorado, CTGs e na música tradicionalista.
Minha homenagem ao povo de São Bernardino e especialmente, à minha Flor Amarela.
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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

MINHA FLOR AMARELA











Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário




MINHA FLOR AMARELA


Na época da primavera, há certa beleza impalpável suspensa no ar. Quem não presta atenção nada percebe. Mas para quem tiver sensibilidade suficiente verá jardins multicoloridos ornamentando os lares desse nosso interior.
 Em geral as mulheres se dedicam a essa arte, mas, muitas vezes, os homens também prestam sua colaboração fornecendo esterco, construindo muros ou aparando cercas vivas e gramados. Essa tradição do jardim na frente de casa veio dos nossos imigrantes. Os alemães, originalmente, se dedicavam mais a essa arte e era muito raro encontrar-se um lar sem o seu jardim por mais humilde que fosse a casa onde moravam. Hoje, o costume se difundiu e nas colônias italianas e de outras origens encontram-se lindos jardins que encantam o transeunte e deixam mais alegres as nossas comunidades.
As cidades também enfeitam suas praças com flores. Essa atividade tomou tal dimensão que hoje existem empresas especializadas que se dedicam exclusivamente ao ajardinamento. Especialistas criam novas espécies de flores cada vez mais lindas e delicadas.
 Se visitarmos a serra gaúcha, nessa época ficamos encantados com as cidades exibindo toda essa beleza multicolorida. Há, porém, um encanto especial nos jardins do nosso interior. Enquanto nas cidades partimos para a sofisticação, planejamento e artificialismo nas nossas colônias o jardim é espontâneo misturando-se todos os tipos de flores e cultivando-se espécies antigas trazidas até nós pelas gerações que nos antecederam. Muitas vezes, as flores criadas em laboratórios são tão perfeitas que nos deixam na dúvida se são naturais ou de plástico.
Tenho, também, um jardim. Nele cultivo uma só flor. Ela é única no mundo e é a mais linda entre todas. E ela é amarela. Não vou revelar seu nome por que as flores mais bonitas são humildes e não quero deixá-la constrangida. Mas ela sabe quem é a minha flor. Aliás, somente ela sabe e isso é o nosso segredo.
 Se tiveres um jardim na frente de tua casa alegra-te com ele. Cuida dele com muita ternura e carinho. Mas se puderes cultivar uma flor no teu coração então sentirás a magia tocar o teu ser. As esperanças retornarão e tudo vai fazer sentido. Novamente valerá apena viver.
 O que faríamos sem a fantasia que pode nos levar até as estrelas? Como seria possível enfrentar a dura realidade sem uma dose de ópio? Eu achei a minha flor. Ela é amarela e não há outra igual no mundo. Prepara, também, o teu coração para receber a tua por que as flores não avisam quando vão desabrochar.

domingo, 13 de novembro de 2011

TUDO É RELATIVO

 

NADA É ABSOLUTO, TUDO É RELATIVO


1-Em quinta Coluna do Sul nem tudo é absoluto. Por exemplo, lá mora Parte superior do formulárioalguém que adora ouvir os arrotos de certa mulher. Pode alguém gostar de ouvir um arroto barulhento? Ele gosta. Diz que aquilo, para ele, é poesia.
2-Sei de outro que diz que o “pum” da sua amada tem cheiro de perfume. Pode?!
3-Uma moça me confessou que gosta do cheiro forte de homens que não tomam banho. Isso lhe traz uma sensação de convívio familiar, de segurança, de paz. Na sua infância, seu pai que lhe dava colo, não era adepto do banho diário
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4-Numa tarde insuportavelmente quente, num banco de praça, dois namorados se curtiam abraçados. Quando todos fugiam da temperatura abrasadora, eles procuravam, no aconchego, o calor que seus corpos ardentes emanavam.
 5-As mulheres adoram receber flores. Assisti uma, receber um lindo buquê, e jogá-lo no lixo. Tudo isso em Quinta Coluna do Sul.

 6-Conheço uma Argentina que ama Barão. Virgínea escreveu que achava maravilhoso respirar o ar empoeirado da estrada de chão que leva para Arroio Canoas. Pode alguém gostar de respirar a poeira que levanta quando se passa por um carro? A Virginia lembra com saudade. Ela morava por aqui, mas as circunstâncias fizeram com que voltasse para a Argentina.
“E muito sensual, aquela terra activa os sentidos, eu nao podere esqueser, A natureza e tam grandiosa la, o cheiro da poeira das ruas vermelhas serpenteantes pra sima pra baijo, entre os morros verdes de mais. O ceu e mais azul, a lua mais branca, as estrelas tam perto tam brilhantes. O cheiro da natureza, do paon feito na casa, os crostolis o sagu ,o quentom, a pipoca. E lindo tudo aquelo, O veraom quente, O inverno com issa gelada que pinta o paisajem de branco, a lembransa a saudade, ainda entre as pedras teim vegetacion . E Lindo de mais fica no coracaom da gente. muita saudade pra minha filhia, muita saudade pra meu, me lembro do barao, e de arroio canoas cuando ficaba na casa da nelci, dos morros tan verdes, das ruas vermelhas empoeiradas respirando aquele ar com cheiro de natureza, das tardes a la, o sol escondiendose detras dos morros,e do cheiro do pan feito em casa.”
Veja como tudo é relativo! Muitas vezes, o que parece ser não é. E o que parece impossível ser, é!
 E não só em Quinta Coluna do Sul!

 









segunda-feira, 7 de novembro de 2011

SUBMISSAO SOCIAL



 CONTROLE SOCIAL


Há um ditado popular que diz: “O cavalo não passa encilhado duas vezes.” Como quase sempre, também este dito contém muita filosofia.
Na nossa vida, seguidamente, acontecem momentos bons. Em geral, os melhores não são planejados. Por acaso, se reúnem as condições, e o universo conspira a favor de uma noite maravilhosa, um encontro, um baile ou uma festa divertida. Então procuramos reprisar o evento, mas isso não é possível.
Por isso, aproveite o que a vida lhe dá de presente. Não espere o próximo momento para se divertir ou fazer uma obra boa. Não espere o amanhã para começar a sua faculdade. Não perca a ocasião para declarar o seu amor. O universo prepara o momento certo. Se o deixar passar ele não voltará. Nunca mais. Poderá haver outro, mas aquele nunca mais.
 Aproveite ao máximo os seus dezoito anos ou a idade que tem. Nunca mais você os terá novamente. Se os seus filhos são pequenos curta-os agora porque depois eles estarão crescidos. Se estiverem com você curta-os também porque criarão asas, voarão. Aproveite a ventura da companhia do pai, da mãe da família. Alegre-se com os amigos que, com certeza, tens maravilhosos, porque amanhã, talvez, não possa mais fazê-lo.
Não se sinta culpado pelas alegrias e as coisas boas da vida. Você as merece. Aprenda tudo o que puder e ensine quando for possível.
Tenho uma amiga que escreveu: “Sou como pareço; louca, mas feliz.” Uma outra, quando a cumprimentei pelo sucesso, disse: “Só se sucesso significa ser polêmica, fazer as coisas sem ter medo do  julgamento social, ser estrela e não planeta”. Conheci alguém pela internet que apesar de jovem tem sua vida resolvida. A sociedade lhe impôs uma situação e ela não tem forças nem coragem para sair do pré-estabelecido. Sente uma necessidade absoluta de buscar novos horizontes, mas a rebeldia e a tomada de atitude esmorecem diante do paredão social que exige dela coerência, juízo e bom senso. Assim como essas três, o mundo está cheio de pessoas cujos ideais e desejos mais íntimos são tolhidos e o que dizem, escrevem ou fazem, expressa muito mais o que gostariam de ser do que o que são. Ser “louca”, “polêmica” e sair do marasmo exige enfrentamento, e ainda que no início haja tentativas de impor seu ideal, as pessoas acabam se acovardando, e abdicam dos seus anseios mais profundos em troca de segurança, conforto e aceitação social. E o que se diz ou escreve fica para depois... e depois... até que o tempo de reação passou. As pessoas se conformam... mas felicidade!!!...