terça-feira, 5 de julho de 2022

CASA, nossa moradia.



 



 

CASA, nossa moradia.

 

Desde sempre a moradia foi uma das preocupações do homem e, também de muitos animais. De acordo com achados arqueológicos, o homem procurou na natureza abrigos para se proteger dos rigores dos invernos, da chuva e, também, de  animais ferozes.

Quando o ser humano ainda se abrigava em cavernas alguns animais já construíam seus abrigos. Como exemplo podemos citar o João de barro, e outros passarinhos que construíam verdadeiras obras de arte, onde criavam sua prole, protegidos das intempéries e dos predadores. Portanto, lá no início, largamos em desvantagem na comparação com algumas espécies de animais.

 No entanto, a natureza foi generosa com a espécie humana. Dotou-nos com talentos intelectuais os quais nos proporcionaram desenvolvimento extraordinário.

Enquanto o joão-de-barro, há milhares de anos, não mudou seu projeto arquitetônico, nós evoluímos. Não há parâmetros para compararmos as cavernas onde habitávamos com as residências modernas.

Porém a essência não mudou. desde sempre a habitação visa nos proteger. Na caverna era um fogo no chão que esquentava o ambiente. Modernamente os métodos mudaram, mas a finalidade continua a mesma. As nossas casas devem nos proteger das intempéries, do frio de assaltos e ladrões.

O termo “casa” pode ter vários significados: pode significar o prédio quando nos referimos a edificação de um espaço com a finalidade de moradia. Pode, também, significar lar. A língua inglesa usa termos diferentes para designar uma, ou outra. Uma das primeiras coisas que aprendemos nas aulas de inglês é a diferença entre house e home. As duas palavras podem ser traduzidas como casa, mas house refere-se à estrutura física e home tem o sentido de lar. Com certeza, outros idiomas também diferenciam as duas situações.

Moro numa casa centenária. Ela foi construida no estilo enxaimel. É um estilo trazido pelos imigrantes alemães. Em regiões de imigração alemã, ainda, pode se encontrar inúmeros casa construidas neste estilo.

O ser humano, movido pela sua natureza, Sempre está a procura novidades. Algumas vezes constroem monstros, mas há, por ai, verdadeiras obras de arte.

Na largada perdemos do joão-de-barro, porém ele ficou parado no tempo e nós saímos das cavernas e hoje as nossas casas são confortáveis e preenchem plenamente a nossas necessidades.

 

 


terça-feira, 28 de junho de 2022

CAÇANDO UM TICO-TICO

Tenho uma câmera fotográfica (SONY)

 

 

CAÇANDO UM TICO-TICO

 

Houve época em que eu sentava junto aos mais velhos para ouvi-los falar de antigamente. Os anos passaram e hoje os papéis se inverteram. Cá estou eu contando histórias reais e fictícias sobre coisas que ouvi, e das vivências próprias de épocas passadas.

Nos últimos anos, as coisas mudaram muito rapidamente. Mesmo pessoas mais novas, vinte ou trinta anos, viveram experiências que hoje já estão ultrapassadas. Tenho uma câmera fotográfica (SONY) em perfeito estado de funcionamento, porém que não se usa mais. O celular a substitui, com várias vantagens. Nossos avós e bisavós nasceram e morreram sem terem vivenciado mudanças significativas.

Venho de um tempo em que não tínhamos energia elétrica na nossa casa. Eram tempos em que fabricávamos os nossos próprios brinquedos. Ainda que as crianças de hoje não consigam entender isso, mas éramos felizes. Era divertido e educativo.

Todo o guri, na época, tinha que ter uma funda; uma forquilha cuidadosamente colhida numa capoeira, um couro tirado de algum chinelo velho e duas tiras de borracha cortadas de alguma câmara de automóvel. As câmaras, na época, eram feitas de puro látex diferente das de hoje fabricadas com borracha sintética e, por isso, sem elasticidade, imprópria para fazer fundas.

Naquele domingo de tarde, como de costume, saímos para caçar pelos potreiros. Perseguíamos um tico-tico que para se salvar refugiou-se numa moita espinhenta no meio do nosso potreiro. Cercamos a moita e disparamos fundadas de todos os lados tentando acertar o coitado. Então o Flavio engatilhou sua funda e disparou um tiro poderoso que atravessou a moita indo acertar a cabeça de meu irmão Plinio no outro lado da moita. A pedra fez um estrago significativo no supercílio do guri deixando seu rosto todo ensanguentado. Nós todos ficamos apavorados. O Erno, que não podia ver sangue, desmaiou. Plinio mal podia caminhar. Meio cambaleando levamo-lo para cima. Estávamos preocupados com a explicação que daríamos à nossa mãe.

Então ela tratou de lavar o ferimento com água oxigenada e fez um curativo usando o kit de primeiros socorros que Tia Clara tinha deixado lá em casa na última vez que esteve nos visitando. Tia Clara era enfermeira no Hospital Santa Casa de Porto Alegre.

 Por sorte, ao atravessar a moita, a pedra perdeu força abrindo, somente, um pequeno corte. Por ter sido na sobrancelha sangrou muito dando a impressão de um ferimento sério. Plinio, ainda hoje, tem uma pequena marca acima do olho esquerdo. Um desavisado nada percebe, mas quem olhar com atenção vai perceber uma cicatriz muito discreta encoberta parcialmente com os pelos da sobrancelha.