segunda-feira, 19 de agosto de 2019

O MACACO FUJÃO DOS GRÄF












O MACACO FUJÃO DOS GRÄF


O fato aconteceu há mais de setenta anos. O meu irmão Alvis era, ainda, um piá quando os Gräf, lá em Coblens, tinham um macaco de estimação preso numa corrente. Ele foi capturado, ainda filhote, quando sua mãe foi morta por um caçador.
 O ser humano, desde sempre, gosta de domesticar animais. Alguns, aceitam com facilidade a domesticação como, por exemplo, o cachorro, o gato, boi, elefante, para citar somente alguns. Mas o macaco, por mais que pareça domesticado, jamais perde o seu instinto selvagem. Quando tem oportunidade, agride seu dono ou foge, de volta, para a natureza.
 Deram-lhe leite com mamadeira e ele se criou forte e saudável.  Certo dia, por um descuido dos Gräf, o macaco fugiu. Conseguiu se soltar e fugiu com a corrente presa no pescoço. A gurizada dos Gräf ficou muito chateada porque gostavam do macaco e das macaquices que fazia.  Procuraram pelo bichinho nos matos da redondeza durante vários dias, porém, do macaco fujão não se teve mais notícias.
Muitos anos depois, meu irmão achou a correntinha do macaco. Num domingo de manhã, foi ao mato caçar pombas. Na época as pessoas não tinham, ainda, a consciência ecológica como hoje e era muito natural caçar pombas, lebres e outros animais pelos matos da redondeza. De repente, deparou-se com algo inusitada. Aí estava a correntinha do macaco fujão incrustada no tronco de um açoita-cavalos. Conta Alvis que, no mesmo instante que viu a correntinha, se lembrou do macaco de estimação dos Gräf fato que havia acontecido há muitos anos. Certamente, pulando de galho em galho, a corrente ficou presa na forquilha do açoita e o macaco morreu enforcado. O Alvis guardou o acontecido na memória e quando viu a correntinha veio à tona o passado distante.
A correntinha está guardada na casa de Dona Normi viúva de Alvis, que faleceu em 2016.
A natureza nos presenteou com esse dom vital para sobrevivência. A nossa memória é algo fantástico.  



domingo, 11 de agosto de 2019

GALILEU GALILEI Condenado a ser queimado vivo


Um homem idoso debilitado se ajoelha diante do tribunal do Santo Ofício.














GALILEU GALILEI
Condenado a ser queimado vivo


“ESTAMOS em 22 de junho de 1633. Um homem idoso e debilitado se ajoelha diante do tribunal do Santo Ofício. O réu é um dos mais renomados cientistas da época e suas convicções científicas se baseiam em longos anos de estudo e pesquisa. Mas, para não ser executado, tem de renegar o que sabe ser a verdade.”
DO REDATOR DE DESPERTAI! NA ITÁLIA


DAR UM PASSO PARA TRÁS

Este homem é Galileu Galilei. Longos anos de estudos e pesquisas convenceram Galilei que, defato, Nicolau Copérnico estava certo. Copérnico afirmava que a terra girava em torno do sol e não o contrário. A Igreja por sua vez, dizia que várias passagens da bíblia provavam que era o sol que girava em torno da terra e defender o contrário era uma heresia. Contradizia os ensinamentos das Sagradas Escrituras e quem assim procedesse deveria ser responsabilizado por seus atos.
Galileu foi julgado pela “Santa Inquisição”, e condenado a ser queimado vivo. Renegando a sua convicção se livrou da condenação, porém cumpriu prisão domiciliar até o fim da sua vida.
O poder nas mãos da ignorância é algo perigoso e não deve ser combatido com revides. Muitas vezes é preferível darmos um passo para trás como Galileu. Talvez os mártires teriam sido mais úteis para a sociedade vivos. Um provérbio sábio diz: “Dai tempo ao tempo”. A justiça e a verdade prevalecerão e, muitas vezes, antes do esperado.
 Não convém remarmos contra a maré. Não lutemos contra a onda que está se indo. Um dia ela retorna cheia de peixes. É o vai-vem da vida. Os altos e baixos. Épocas de crise e épocas de fartura. De vacas gordas e magras como diz a bíblia.
Atualmente estamos diante de uma crise de credibilidade nas pessoas que nos governam. Os noticiários, todos os dias, informam sobre corrupção e desmandos. Mas chegará o dia em que sairemos dela e com certeza melhores do que entramos.
Dar um passo pra trás não significa fraqueza mas sim dar um tempo para organizarmo-nos e arregimentar forças.




domingo, 4 de agosto de 2019

O NOSSO PLANETA











 O NOSSO PLANETA

Na terra vive um número incalculável de formas de vida. Nós somos uma dessas formas. Compartilhamos esse mundo com todas as outras. O Criador colocou à nossa disposição toda essa maravilha. Quando digo à nossa disposição me refiro a todos os seres vivos e não somente ao ser humano. No entanto, temos a soberba de ignorar esse direito e nos apossamos de tudo o que bem entendemos.
Fiz uma excursão ao Pantanal sul-mato-grossense. Saímos do Rio Grande, atravessamos o oeste de Santa Catarina e do Paraná e grande parte do Mato Grosso do sul. Durante todo esse trajeto a paisagem se manteve inalterada. Para cada lado da rodovia que se olhasse, só se via plantações de milho e soja. Essas duas culturas ocupavam, praticamente, todos os espaços. Até onde a vista alcançava a monotonia daquele verde se impunha. Então, pensei cá com os meus botões:
- Quem vai comer todo esse alimento?
E sabemos que o que vi é uma ínfima parte do que produzimos. Tem ainda o Mato Grosso, Goiás, São Paulo e tantos outros estados.
Imaginei como seria toda essa extensão de terras antes da chegada de “civilização”. Creio que florestas nativas e exuberantes ocupavam tudo aquilo. E essas florestas, com certeza, abrigavam uma diversidade muito grande de vida selvagem.
Sentimo-nos no direito de ocupar tudo em detrimento de quem estava lá. Alegamos que precisamos de alimentos para sustentar a população mundial. Achamos que podemos expandir a nossa espécie (Homo Sapiens) indefinidamente sem nos importar com as outras formas de vida. Esse planeta está aí para ser compartilhado por todos. Ele não pertence unicamente ao ser humano.
Expandimos nossa expectativa de vida sem prestarmos atenção à superpopulação. Temos gente demais neste mundo. Se não houvesse pessoas para comer todos os alimentos que produzimos então não precisaríamos de tanta área plantada. Haveria espaço para florestas e vida selvagem.
A nossa sociedade está assentada no “processo de crescimento”. Enquanto pudermos crescer tudo é fácil. Mas não podemos fazer isso infinitamente. Uma vez se fabricava coisas para durarem. Hoje fabrica-se descartáveis; para que se possa produzir mais, vender mais, expandir, ocupar todos os espaços. O nosso planeta é limitado. Ou alguém duvida disso? Quem sabe, depois a lua ou... ou.... Eu ainda prefiro ficar por aqui.
 Somos qual vírus a ameaçar este ser vivo, nosso planeta.