SURPRESAS DURANTE UMA CAMINHADA
Se as gerações passadas pudessem voltar, certamente, achariam ridículos muitos hábitos da vida moderna. No tempo deles, por exemplo, se caminhava para ir de um lugar a outro. Percorriam, até quinze Km, a pé, para irem aos bailes na vizinhança e achavam isso uma coisa muito natural.
As caminhadas, hoje, são uma prática corriqueira. Os médicos as recomendam para compensar a falta de exercícios da vida sedentária moderna. Com alguma relutância no início, acabei aderindo, também, à prática. Caminho 6 km todos os dias. Além dos benefícios à saúde, a caminhada é um momento de relax e lazer. Já escrevi um texto “As Flores do Campo” observando detalhes durante o trajeto que de outra maneira, certamente, passariam despercebidos.
O fato que hoje vou narrar, também, aconteceu durante uma dessas caminhadas.
Ainda era de manhã cedo, quando próximo à casa de Gilberto, achei uma cédula de dez reais na estrada. Recolhi a cédula e alguns passos adiante encontrei mais uma, mas de vinte reais. Um pouco adiante, uma de cinquenta e depois outra, agora, de cem reais. Então pensei cá com os meus botões: se existissem, a próxima cédula seria uma de quinhentos reais. Pois pasmem, aí bem no meio da estrada, um cheque de quinhentos reais. E mais adiante mais um, de mil.
Recolhi tudo e subi pelo trilho que leva até a garagem e bati na porta. Gilberto tinha acabado de levantar e estava preparando seu chimarrão matutino.
Na noite anterior ele havia voltado da CEASA, e ao desembarcar um masso de dinheiro caiu do seu bolso. Durante a noite, o vento norte se encarregou de espalhar aquela dinheirama toda.
Descemos até a estrada para procurar mais dinheiro e numa roça aí perto a gurizada achou mais. Uma nota de cem reais ficou presa num pé de milho entre o pendão e a espiga.
Dias depois, Gilberto veio agradecer e disse que contou o caso na CEASA. Então, um amigo ficou muito impressionado, não com o acontecido, mas com o fato de eu ter devolvido o dinheiro.
Esta história é verdadeira e aconteceu exatamente como a contei.
Gilberto Käfer, hoje, é falecido, mas seus familiares podem testemunhar o ocorrido.
Foram achados nada menos que dois mil e quinhentos reais.
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