DAI TEMPO AO TEMPO Galileu Galilei

DAI TEMPO AO TEMPO Galileu Galilei

 

 

“ESTAMOS em 22 de junho de 1633. Um homem idoso e debilitado se ajoelha diante do tribunal do Santo Ofício. O réu é um dos mais renomados cientistas da época e suas convicções científicas se baseiam em longos anos de estudo e pesquisa. Mas, para não ser executado, tem de renegar o que sabe ser a verdade.”

DO REDATOR DE DESPERTAI! NA ITÁLIA

 

 

UM PASSO PRA TRÁS

 

Este homem é Galileu Galilei. Longos anos de estudos e pesquisas convenceram Galilei de que a teoria de Nicolau Copérnico era correta e passou a defendê-la. A teoria afirmava que a terra girava em torno do sol. A Igreja dizia que, várias passagens da bíblia, provavam que o sol é que girava em torno da terra e, afirmar o contrário era uma heresia e quem Contradissesse os ensinamentos das Sagradas Escrituras deveria ser responsabilizado por seus atos.

Galileu foi julgado pela “Santa Inquisição”, e condenado a ser queimado vivo. Teve que renegar as suas convicções para se livrar da condenação, porém cumpriu prisão domiciliar até o fim da sua vida.

O poder nas mãos da ignorância é algo perigoso e não deve ser combatido com revides. Muitas vezes é preferível darmos um passo para trás como Galileu. Talvez os mártires teriam sido mais úteis para a sociedade vivos. Um provérbio sábio diz: “Dai tempo ao tempo”. A justiça e a verdade prevalecerão e, muitas vezes, antes do esperado.

 Não convém remarmos contra a maré. Não lutemos contra a onda que está se indo. Um dia ela retorna cheia de peixes. É o vai e vem da vida. Os altos e baixos. Épocas de crise e épocas de fartura. De vacas gordas e magras como diz a bíblia.

Atualmente estamos diante de uma crise. Crise de credibilidade em alguns poderes constituídos da república. Os noticiários, todos os dias, informam sobre transgressões e desmandos. É a crise instalada. Mas chegará o dia em que sairemos dela e com certeza melhores do que entramos.

Dar um passo pra trás não significa fraqueza mas sim dar um tempo para organizarmo-nos e arregimentar forças.

 

 

 

FÉ E SUPERAÇAO Geraldo e Nilsa aniversario

                                                              

                                                      Jammerthahl 

 Jammerthahl

 

Família de Geraldo e Nilsa

 

FÉ E SUPERAÇAO

 

 Nilsa e Geraldo trilharam caminhos tortuosos. O que os salvou foi a fé e a capacidade de superação.

 Os filhos, quatro lindas mulheres e o Rogério, lhes davam forças para superar obstáculos que, às vezes, pareciam intransponíveis.

 Geraldo foi professor em Arroio Canoas, Linha Comprida, Jamerthahl e finalmente em Sta. Maria do Herval.

O salário era minguado e, não fosse a roça que Geraldo cultivava nos intervalos da escola, certamente não haveria as condições mínimas de subsistência.

Mas, Geraldo, durante todos esses anos de carência cuidou da sua formação e já em Herval foi galgado a condição de diretor da escola.

 Mesmo assim, no início, as condições eram difíceis. Quatro filhos pequenos, aluguel, faculdade...  Nilsa, todos os dias, fazia milagres para ter na mesa algo para comer. A Dulce veio morar com eles para ajudar a cuidar da gurizada e ensinar o ofício de costureira. Ela foi para o casal como uma filha mais velha.

Então, o delegado de educação veio visitar a Escola. Já era dez e meia e Geraldo não teve alternativas. Mandou avisar que uma autoridade viria almoçar. Imaginem o dilema!

  Nilsa tinha uma pequena criação de galinhas.  O único galo da criação já tinha ido pra panela no domingo para festejar o aniversário das gêmeas.

- Tem que ser a Carijó, disse, Dulce.

- Eu não tenho coragem de matá-la, falou Nilsa.

 - Deixa pra mim. Eu já vi o Geraldo fazer isso.

Pegou a galinha pelo pescoço e começou a girá-la. Nisso abre-se a porta da cozinha e Geraldo, acompanhado pela autoridade, entram. A galinha estava pronta para pôr seu ovo do dia. A força centrífuga da galinha girando fez o ovo sair pela cloaca da carijó e atingir a careca do delegado que acabara de tirar o boné. Houve um momento de total silêncio, talvez o mais constrangedor vivido pelos quatro protagonistas do episódio. Quem tomou a primeira atitude foi Nilsa. Agarrou uma tolha e saiu correndo na direção do delegado para que ele pudesse se limpar. Mas a tragédia apenas havia começado. Na frente do tanque de lavar roupas Geraldo improvisara duas tábuas que estavam molhadas. Nilsa escorregou nelas e com as pernas levantadas foi parar a um passo da autoridade.

Depois do almoço, o delegado elogiou o dote culinário das duas mulheres e disse nunca ter comido uma galinhada tão gostosa.

Neste fim de semana teve uma surpresa. Com a presença dos filhos e dos irmãos do casal houve uma linda e merecida comemoração. Foi uma oportunidade de rever toda a família e também de relembrar fatos importantes da vida deste maravilhoso casal. As mulheres conversaram muito e trataram de por em dia todas as fofocas.

 Durante as conversas o episódio da carijó esteve em pauta e o que um dia significou uma tragédia foi motiva de muitas e gostosas gargalhadas.