segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

EXPLOSÃO NA CAMINHONETE - Emancipação de Salvador do Sul

                             Ermindo Rösler


                                            Remo Roesler, filho mais novo de Ermindo, e casado com Ilaine. 

                                                     Segundo Charles Wentz, Remo faleceu há pouco tempo.

 


 

ERMINDO RÖSLER 2

 

Quando Salvador do Sul se emancipou de Montenegro, em 1963, houve muitas comemorações. Organizou-se carreatas para recepcionar a Comissão Emancipadora que foi a Porto Alegre presenciar a assinatura da lei que criou o município.

Em Campestre, também, a euforia tomou conta da população que, entusiasmada, saiu às ruas para comemorar.

 Ermindo Rösler “Rösla Mind”, que era um homem saliente na comunidade, tratou de organizar um grupo de amigos para acompanhar a carreata. Rösler tinha uma caminhonete Ford ano 1948 com carroceria de madeira que era considerado um artigo de luxo na época. Tinha três bancos e espaço para dezesseis passageiros.

 Na volta de Porto Alegre, quando a carreata passava por um povoado, a comitiva largava foguetes em sinal de alegria e entusiasmo pela conquista. Na época, Anselmo Hentz era professor em Campestre e, por isso, também foi convidado para acompanhar a comitiva. Hentz era o encarregado para acender os foguetes que eram largados pela janela.

 Na subida do Morro Kauer Eck, o vento da noite ficou frio e alguém empurrou o vidro fechando a janela. Ao passar por Linha Bonita Alta, Anselmo acendeu mais um foguete mas, para seu desespero, viu que a janela estava fechada.

O foguete, numa disparada maluca, foi dando voltas, hora por baixo dos bancos hora por cima da cabeça dos passageiros, deixando atrás de si um risco de fumaça e de fogo. Por fim, explodiu em baixo do banco de Ermindo que dirigia a caminhonete. O ar estava irrespirável e o estrondo ensurdecedor da explosão deixou os ouvidos de todos zunindo. Ermindo conseguiu parar o carro no acostamento e então se virou para os passageiros e disse em alemão hunsrick: “jets ist´s awa mol bal kenuch!”(isto agora já é demais!).

Fui a Campestre em busca de dados para escrever este texto. Ermindo faleceu em 1986. A propriedade, hoje, pertence a Remo Roesler, filho mais novo de Ermindo, e casado com Ilaine. É um lugar maravilhoso e bem cuidado com açudes e belos gramados. Lá, no seu tempo, Ermindo foi agricultor e fabricava queijo. Foi, também, vereador em Salvador do Sul por dois mandatos.

Agradeço ao casal pelas informações e pela carinhosa acolhida. Agradeço, também, ao José Lef por me indicar o caminho, e pelas informações tão úteis para contar esta história.

 


 

3 comentários:

  1. Lembro da camionete,e lembro muito desse casal,Ermindo e Benicia,vizinhos dos meus pais,íamos bastamte vezes na casa deles,é sou amiga da Ilaine e sei querido falecido Remo.Seu Ermindo e família eram muito amigos da família do meu pai,Pedro Afonso Ritter.

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