chimarrao |
tradição gaúcha |
a partir do Rio Grande do sul, tradição do chimarrão se espalhou pelo Brasil |
SÍMBOLO DA PAZ
Chimarrão.
O chimarrão, talvez seja o símbolo que melhor
identifica o gaúcho.
Roberto
Ave-Lallemant(1812-1884) visitando o Rio Grande do sul em março de 1858
registra a importância folclórica do chimarrão:
“O símbolo da paz, da concórdia, do completo entendimento!
“O símbolo da paz, da concórdia, do completo entendimento!
Todos
os presentes tomaram. Não se creia, todavia, que cada um tivesse sua bomba e
sua cuia própria; nada disso. Assim perderia, o chimarrão, toda a sua mística
significação.
Primeiro
sorveu um velho capitão. Depois um jovem negro, um pardo decente, depois eu,
depois o “Spahi”, depois um mestiço de índio e finalmente um português, todos
pela ordem. Não há nisso nenhuma pretensão de precedência; nenhum senhor e
criado; é uma espécie de serviço divino, uma piedosa obra cristã, um comunismo,
uma fraternidade verdadeiramente nobre, espiritualizada. Todos os homens se
tornam irmãos, todos tomam o chimarrão em comum. (Viagem pelo Sul do Brasil.
Rio de Janeiro 1953) ”.
O
importante que, de MÃO EM MÃO, o chimarrão, qual cachimbo da paz une todas as
culturas e constrói paz, união, companheirismo, circularidade de relações e o
serviço de dar e receber. Enquanto você passa o chimarrão
para o próximo bebê-lo, ele vai ficando melhor, mais suave. Isso é
interpretado, poeticamente, como você desejar algo de bom para a pessoa ao lado
e, consequentemente, às outras pessoas que também irão beber o chimarrão.
Centenas de gaúchos saíram daqui em busca de novas
terras. O oeste catarinense foi o destino de muitos agricultores que de lá
partiram para o Paraná, Goiás, Mato Grosso e até o Paraguai. Esta gente toda
continua ligada ao Rio Grande do Sul através dos seus costumes.
Pela internet conheci parentes no Paraguai
que continuam falando o hunsrik, um dialeto alemão que se falava quando
partiram daqui. Guido Hentz com sua família, e muitos outros, há mais de
setenta anos, estão estabelecidos no Paraguai. Todos esses anos não fizeram com
que esquecessem o chimarrão.
Que ele
continue unindo, ligando nossos corações, ligando nossas famílias porque o
chimarrão é, também, um pouco evangelho vivo: o que ele significa ele realiza.
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