terça-feira, 12 de junho de 2012

O SERGINHO E SUA BRASILIA

Tia Clara apanhando laranjas

Tia Clara foi quase atropelada
Assim era a Tia Clara
A brasília do Serginho

                         O SERGINHO E SUA BRASÍLIA



Houve uma época em que a maior virtude que as mocinhas procuravam nos rapazes era estarem motorizados. Quando aparecia um rapaz, com automóvel, era, logo, paquerado e todas queriam namorar com ele.
Naquela época o Serginho devia ter seus dezoito anos. Como todos os rapazes, também, fez o possível e o impossível para comprar seu automóvel. De fato, um dia, conseguiu comprar uma brasília. Hoje a brasília é um carro ultrapassado, mas na época dava status. No primeiro fim de semana, no domingo de manhã, o Serginho saiu para mostrar para as mocinhas a sua virtude mais cobiçada, a brasília. Todo prosa desfilou pela comunidade dirigindo com uma só mão e o outro braço apoiado sobre a porta. Tudo teria sido maravilhoso não fosse um contratempo.
 Naquele domingo, Tia Clara estava lá em casa. Estava colhendo laranjas para levar para casa, quando veio correndo, apavorada, e gritando: um acidente! Um acidente! Fui ver, era o Serginho com sua brasília. Atropelara a laranjeira onde a Tia colhia laranjas.
 Acontece que o meu vizinho tinha três moças bonitas que estavam sentadas no pátio e que atraíram a atenção do mancebo. Quando voltou a prestar atenção na estrada viu que estava indo direto para um bueiro. Então, violentamente, virou a direção para trazer o carro de volta, só que, daí, cruzou a estrada e foi bater na laranjeira do outro lado onde a Tia Clara colhia laranjas.
 Logo juntou muita gente curiosa e então ajudamos a por a brasília de volta pra a estrada. Por sorte ninguém se machucou e a brasília sofreu somente alguns arranhões.
 Antes de o Serginho partir Tia Clara, ainda muito nervosa, não perdeu a oportunidade para repreender o pobre rapaz que cabisbaixo ouviu todos os impropérios da Tia.  Depois, mais calma, recomendou-lhe que tivesse mais cuidado ao dirigir automóvel. Quando o Serginho já partira olhou para papai e disse:
- O automóvel nas mãos desses jovens irresponsáveis se torna uma arma perigosa.
As moças do meu vizinho, hoje, estão casadas e quando lembram o fato dão risadas gostosas.
O Serginho é um rapaz muito querido pelas pessoas que convivem com ele. Foi meu aluno e  é um amigo muito especial.


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