segunda-feira, 25 de junho de 2012

REENCONTRO APÓS SESSENTA ANOS


Dieila após entrevista com prof. Nelson

Ermindo Ernzen e Nelson Hentz, após sessenta anos





REENCONTRO APÓS SESSENTA ANOS

Dieila Zanetti é assessora de comunicação na prefeitura de São Bernardino. Em fevereiro, usou da sua criatividade para chamar os alunos para o início do ano letivo. Foi procurar Nelson Hentz, antigo professor, para, através da palavra dele, conclamar toda a comunidade escolar para as atividades letivas de 2012. Foi visitá-lo na sua residência para gravar o anúncio.
 Então, Dieila me contou que o que era para ser uma coisa muito rápida se transformou numa entrevista extensa com depoimentos valiosos sobre a história da educação em São Bernardino.
Nelson é um dos pioneiros na localidade. Quando chegou já lecionava, em São Bernardino, o Professor José Otávio Ludwig, que me contou ter vindo para ser colono. Mas como fora seminarista fizeram dele o professor. Sete anos depois veio Nelson Hentz e os dois, por um longo período, foram responsáveis pela educação na localidade. Conheço muitas pessoas da região, principalmente pela internet, que orgulhosas afirmam:
- Fui aluno do teu irmão.
Na minha vida profissional também fui professor. Em geral ganhamos mal, mas temos recompensas valiosas ouvindo depoimentos como este. Talvez seja uma das profissões mais gratificantes porque a escola é a continuação do lar. O professor recebe a criança e a conduz, gradualmente, para a independência. Acompanha a sua saída do ninho seguro e orienta seus primeiros voos rumo à autonomia, à liberdade. Com certeza, quando este período é bem conduzido, deixa marcas indeléveis na memória da criança que a acompanham pelo resto de sua vida.   
Leandro Carlos Ernzem proporcionou momentos de grande emoção a duas pessoas já com idade avançada. Depois de sessenta anos Ermindo Ernzen e Nelson Hentz se reencontraram.
Ao olhar para a fotografia que documenta o encontro vejo muita emoção estampada no olhar dos dois. Vejo uma aura luminosa de sabedoria envolvendo as duas personagens. Se você for capaz de abstrair o mundo manifesto perceberá uma luminosidade impregnando o ambiente. É a alma desses dois homens que se torna visível além da matéria. São anos de aprendizado, de lembranças de conquistas e provações. Suas limitações físicas são compensadas pela clarividência espiritual. É lá que devemos buscar inspiração. Eles são uma fonte inesgotável de sabedoria e sabemos que estão ávidos para compartilhá-la. Talvez este mundo agitado de hoje, sempre sedento por novidades e mudanças, esteja impedindo usufruirmos essa sabedoria.
Muitas comunidades no Oeste Catarinense, “Die neue colonie” tem histórias semelhantes a esta. Talvez seja hora de tirarmos essas pessoas do ostracismo e chamá-las a participar, efetivamente, da vida cultural e social destas comunidades. São testemunhas ainda vivas da história e, certamente, muito tem para contribuir.







segunda-feira, 18 de junho de 2012

Dia dos Namorados

Voce quer um namorado assim?     Leva ele que fico com a namorada.

Quando existe amor de verdade, o pum tem cheiro de perfume e o ronco do namorado  é uma canção afinada.
Camila Lenk. Escritora, 19 anos, mora no Espirito Santo




DIA DOS NAMORADOS


Camila Lenk é uma amiga que, também, escreve. Tem dezenove anos, mora no Espírito Santo e publica seus textos num blog.
Gostei do que ela escreveu para o dia dos namorados e estou repassando para vocês.


 DE JUNHO DE 2012
O meu “Pra Sempre” e o “Nunca Mais” nunca é eterno.
Tenho esse problema, esse defeito, essa falta de palavra. Eu sei que te disse quinhentas e sessenta e sete vezes que eu nunca mais queria te ver. Mas quando você chega, destrói minha razão em pedacinhos. 

E me olha no olho. Como se não houvesse mais ninguém ali. 

Me faz promessas malucas e planos sem nexo. A gente acredita, mesmo sabendo que não vai durar. Que não é pra ser. Que o destino não quer. E você vem, como quem não quer nada. Sorriso manso. Me culpa de tudo, mas não se faz de vítima. A culpa não é nossa, é do destino, já disse. Quando você me toca sinto um turbilhão de sensações. Essas coisas que a gente sente quando se apaixona. 


Nota: Adoro quando você me provoca na mesa de bar. Sua carinha safada me faz perder o sentido e esquecer todas aquelas vezes que você me maltratou. Eu sempre esqueço de tudo quanto olho pra você. Consigo enxergar apenas o que quero sentir.

- Descobri porque tive pesadelos, mesmo quando você cochilava ao meu lado. É que eu sabia que você iria embora. Meu inconsciente sentia sua ausência apesar da presença.

Me pergunto, por que é que temos tanto em comum mas não damos certo por mais de um dia?
Acho que somos iguais. Mas a distância entre nós é a vida.




terça-feira, 12 de junho de 2012

O SERGINHO E SUA BRASILIA

Tia Clara apanhando laranjas

Tia Clara foi quase atropelada
Assim era a Tia Clara
A brasília do Serginho

                         O SERGINHO E SUA BRASÍLIA



Houve uma época em que a maior virtude que as mocinhas procuravam nos rapazes era estarem motorizados. Quando aparecia um rapaz, com automóvel, era, logo, paquerado e todas queriam namorar com ele.
Naquela época o Serginho devia ter seus dezoito anos. Como todos os rapazes, também, fez o possível e o impossível para comprar seu automóvel. De fato, um dia, conseguiu comprar uma brasília. Hoje a brasília é um carro ultrapassado, mas na época dava status. No primeiro fim de semana, no domingo de manhã, o Serginho saiu para mostrar para as mocinhas a sua virtude mais cobiçada, a brasília. Todo prosa desfilou pela comunidade dirigindo com uma só mão e o outro braço apoiado sobre a porta. Tudo teria sido maravilhoso não fosse um contratempo.
 Naquele domingo, Tia Clara estava lá em casa. Estava colhendo laranjas para levar para casa, quando veio correndo, apavorada, e gritando: um acidente! Um acidente! Fui ver, era o Serginho com sua brasília. Atropelara a laranjeira onde a Tia colhia laranjas.
 Acontece que o meu vizinho tinha três moças bonitas que estavam sentadas no pátio e que atraíram a atenção do mancebo. Quando voltou a prestar atenção na estrada viu que estava indo direto para um bueiro. Então, violentamente, virou a direção para trazer o carro de volta, só que, daí, cruzou a estrada e foi bater na laranjeira do outro lado onde a Tia Clara colhia laranjas.
 Logo juntou muita gente curiosa e então ajudamos a por a brasília de volta pra a estrada. Por sorte ninguém se machucou e a brasília sofreu somente alguns arranhões.
 Antes de o Serginho partir Tia Clara, ainda muito nervosa, não perdeu a oportunidade para repreender o pobre rapaz que cabisbaixo ouviu todos os impropérios da Tia.  Depois, mais calma, recomendou-lhe que tivesse mais cuidado ao dirigir automóvel. Quando o Serginho já partira olhou para papai e disse:
- O automóvel nas mãos desses jovens irresponsáveis se torna uma arma perigosa.
As moças do meu vizinho, hoje, estão casadas e quando lembram o fato dão risadas gostosas.
O Serginho é um rapaz muito querido pelas pessoas que convivem com ele. Foi meu aluno e  é um amigo muito especial.


segunda-feira, 4 de junho de 2012

AMIGO


Arthur Em Arroio Canoas




AMIGO


Algumas vezes, somos atingidos por turbulências porque nos submetemos a situações que não escolhemos. Há pessoas que têm uma personalidade forte e, fatalmente, se impõem dentro do grupo onde atuam. Isso acontece no trabalho, no esporte, nas amizades e, também, no ambiente familiar. Então, para não criarmos conflitos aceitamos situações que acabam nos afetando. Esses Fatos que fogem ao nosso controle podem desencadear uma sucessão de aparentes insucessos. Sabemos que o nosso pensamento é um forte indutor das nossas ações e atitudes. O que vai na nossa mente tende a transformar-se em realidade. Então, um fato que julgamos ser negativo influencia a nossa mente e essa negatividade desencadeia um círculo vicioso, geralmente, difícil de ser interrompido. Quando estamos sob a influência de tais pensamentos tomamos decisões erradas, agimos impensadamente, perdemos a confiança em nós mesmos e parece que tudo o que é possível, dá errado. 
O verdadeiro amigo se revela nesta hora. Não é aquele que está do nosso lado, somente, na hora da bonança, da festa, do sucesso e da fartura. É aquele que na hora difícil nos acolhe compreensivo. Esses, em geral, não são muito numerosos. Com frequência, cabem todos nos dedos de uma só mão.
 Jesus, na parábola de “O Filho Pródigo”, se refere a esses “amigos”. Conta que o filho que partiu com sua herança tinha amigos numerosos enquanto a fortuna que herdara perdurou. Quando o dinheiro e as festas acabaram os “amigos” desapareceram como por encanto.
A verdadeira amizade tem um fim em si. Se você dedica recompensas financeiras, amor ou carinho a alguém não tem parâmetros para julgar sua amizade porque na hora que faltar não sabes como irá agir. E aí, muitas vezes acontecem grandes decepções. Mas aquele que recebe nada em troca e continua fiel, ah, esse merece a sua amizade.
 Cuide bem dos seus verdadeiros amigos!  Eles são preciosos! Talvez um dia possam fazer falta.