segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

ASTROS DA MINHA VIDA, os filhos


 

lançam um único raio de luz e desaparecem para sempre.
 
 
 
 

 

ASTROS DA MINHA VIDA,

os filhos

 

 

 

Os filhos enquanto pequenos precisam dos pais. São como satélites que orbitam em torno de um planeta. Eles dependem de nós. Ainda não têm luz própria. Somente refletem a que recebem. Sua luz é meiga e delicada, e nos encanta qual noite enluarada. Quem seria capaz de não gostar de uma noite de lua cheia. É doce, afável e nos envolve com um manto de paz. São os nossos filhos que nos enchem a alma de alegrias e esperança. Porém, impulsionados pela natureza, se afastam procurando o seu próprio destino. Então a noite se torna escura. Contudo, diante das dificuldades da vida, muitas vezes, retornam, e nós os recebemos porque, afinal, são nossos filhos. São os nossos satélites, as nossas luas. 

 

Mas existem, também, as estrelas. São como sonhos distantes. Precisamos delas porque como viveríamos sem ilusões? Como poderíamos enfrentar a dura realidade se não nos fosse permitido sonhar? As estrelas nos fazem olhar para o alto. Lá devem estar os nossos limites. Elas são inatingíveis como devem ser os nossos ideais.

Na vida de cada um deve haver um sol. Tu eras o sol que me iluminava e aquecia. Eras a razão das minhas alegrias e tristezas. Mas sei que és generoso e fiel. E, por mais que os indícios sugiram que me abandonaste, logo a verdade virá à tona. São somente nuvens negras que se interpõem tentando afastar-me, e quando o infortúnio tiver passado estarás de volta para aquecer e iluminar meu caminho.

Finalmente, há os cometas que surgem como promessas. Porém, assim como surgem novamente se vão. Têm vida efêmera. Enchem nossa alma de sonhos que, no entanto, logo se transformam em decepções. São lindos e arrebatadores como sereias. São ilusões sem substância. São como as flores que hoje enfeitam o altar de nossas vidas e amanhã são jogadas no lixo.

Os meteoritos são os filhos que não nasceram. Todas as noites eles caem aos milhares na nossa atmosfera e quando são desintegrados lançam um único raio de luz e desaparecem para sempre.

 Quando vemos uma estrela cadente costumamos fazer um pedido. A partir de hoje, faça uma prece pelos inocentes.

 

 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

ALMA AVENTUREIRA


 

 

 

ALMA AVENTUREIRA

 

 

O Sul do Brasil tem uma peculiaridade. Foi o destino de muitas levas de imigrantes europeus. O que os trouxe? Sabe-se que, basicamente, as dificuldades que enfrentavam na velha pátria em guerra. Trocaram o mundo civilizado por uma terra selvagem sem saber, ao certo, o que encontrariam aqui. Vieram acreditando em promessas.

 Porém, talvez, não tenha sido este o único motivo. Veja que, somente, veio uma pequena porcentagem de alemães, italianos, poloneses e franceses. A grande maioria desses povos permaneceu na sua pátria apesar das dificuldades. Por que, então, alguns poucos vieram e os outros não? Certamente, ai tem, também, um componente de personalidade. Quem veio possuía uma alma aventureira. Aquela coisa que impulsiona o indivíduo para a novidade, para a mudança. Aquele que não encontra sossego, que vislumbra um paraíso e vai procurá-lo no desconhecido. Aquele que precisa, sempre, recomeçar, incapaz de fincar raízes. É claro que não podemos generalizar e imputar a todos essa atitude aventureira. Porém, se observarmos os movimentos migratórios da nossa gente, principalmente nos primeiros anos, podemos observar que constantemente trocavam de propriedade, indo, sempre em busca de novas terras. Assim, principalmente, os alemães e italianos, talvez impulsionados pelo espírito aventureiro que já trouxe seus antepassados para cá, foram procurar novas terras na serra gaúcha, “in die serre gewanat” (foi morar na serra) depois o oeste catarinense, Paraná, Mato Grosso e Paraguai. Hoje se encontra agricultores gaúchos no Amazonas, Amapá e outras regiões, desbravando a mata virgem sempre em busca do novo, do desconhecido. É a velha alma ávida por novos horizontes.

Na história do Brasil fala-se muitos sobre os bandeirantes. Eram, principalmente, paulistas que penetravam no interior do Brasil a procura de ouro alargando as nossas fronteiras muito além do Tordesilhas.

Os nossos imigrantes não foram procurar ouro. Foram atrás de terras novas para colonizá-las. Se os bandeirantes foram importantes acrescentando um grande território ao Brasil os nossos imigrantes também tiveram sua importância ocupando efetivamente toda esta área e produzindo riquezas.

 

 

domingo, 5 de dezembro de 2021

DE GRÃO EM GRAO...



 

 

 

DE GRÃO EM GRÃO...

 

Morei, por algum tempo, em Carlos Barbosa, na Vila Nova. Na minha rua, conheci dois moradores recém-chegados de Santa Catarina ambos empregados da Tramontina com salários equivalentes. Moravam em casas humildes como, em geral moravam os recém-chegados de fora que vinham atrás de emprego. Sempre, ao passar, percebia que numa das casas as luzes ficavam acesas, muitas vezes até durante o dia.

Anos mais tarde, passei pelo bairro e vi que um dos moradores havia construído uma bela casa e o outro continuava morando na sua casinha, agora já deteriorada pelo tempo

Sei que não foi a economia de alguns poucos reais na conta da luz que possibilitaram a prosperidade financeira de um dos moradores. A atitude é fez a diferença. O sucesso financeiro não depende do quanto você ganha, mas sim de como administra seus ganhos. Assim como você age nas pequenas coisas agirá também nas grandes.

O nosso presidente foi a Davos e mereceu duras críticas por almoçar num lugar simples. Bolsonaro almoçou no bandejão de um supermercado no centro de Davos. Sei que a economia de alguns reais, por parte do nosso presidente, nada significa diante do orçamento de bilhões.

 Com certeza muitos dirão que é pura demagogia. Uma atitude sempre pode receber conotações positivas ou negativas dependendo da boa vontade de quem a interpreta.

 Sei também que as despesas com hospedagem de Bolsonaro foram bem menores que as dos últimos presidentes que foram a Davos.

Sabemos que esses gastos são ínfimos e nada significam diante do orçamento do país. Mas o que importa é a atitude. É a sinalização de um governo austero.

 Endireitar este pais não será tarefa fácil. Demanda tempo. E além disso não depende só do executivo. Precisa haver uma convergência de esforço dos outros poderes, e também do povo.                            

Mas eu ainda estou esperançoso.